JORNAL DIREITOS ED. 140 – ABRIL DE 2022
JORNAL DIREITOS ED. 140 – ABRIL DE 2022 Read More »
ABERTURA DO ANO ACADÊMICO DA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA
Heloísa Prazeres
Boa noite, saúdo as pessoas presentes a este ato solene de abertura do Ano Acadêmico de 2022, agradeço a honra e a gentileza do convite à Ilma. Senhora Presidente, Silmara Santos Oliveira, saúdo ilustres Sras. e Srs. acadêmicos desta Casa de Adonias Filho, fundada em 19 de abril de 2011, em cuja solenidade estive presente. Consciente do nobre significado desta tarefa, com muita alegria, participo da reunião, remotamente, ainda, em face das medidas a que o remanescente estado de pandemia nos obriga. Almejo que neste novo ano, possa-se deixar para trás esta travessia marcada pelo medo e pelo sofrimento.
Cabe-me, ainda, como filha da cidade de Itabuna, saudar com especial deferência e admiração mestres e jovens membros integrantes desta Casa, no vigor de sua primeira década de existência. Nascida há dez anos, a Academia de Letras de Itabuna, ALITA, é o resultado do sonho de apaixonados pela Literatura e pela Língua Portuguesa. Desde cedo, sou testemunha de que, a ALITA, logo compôs o seu quadro, com um grupo de luminares titulares, como é da tradição, onde foram acolhidas mais de uma dezena de mulheres.
A estas dedico, de entrada, e no epílogo do mês de março, feminino, o poema: bicho-da-seda
bem cedo ouço sentidos ocultos
escuto o rumor de leves asas
encontro o casulo do inseto
(viajam mariposas recém-natas)
então a ficção arma o meu dia
provê o curso e o comentário −
palavras silenciadas já acolhem
os múltiplos sentidos do ditado
ora construo efêmera arquitetura
rascunho de tramas sobre tecidos
fabulações de cultivo próprio
ofício feminino do expurgo
(PRAZERES, 2020, p. 14).
A promoção e coordenação das Letras e da Cultura é um desafio sem tamanho e requer o melhor das sensibilidades e da adesão às instituições públicas. Há que haver brilho no olhar, expressão de vontade e equilíbrio, entre pensamento e ação, pois, o incentivo às Letras e Artes, Saberes e Fazeres (literatura, ensaística, artes dramáticas, performances e manifestações culturais populares) implica propor miradas inclusivas e interventivas sobre o real.
Quem de vocês já não sentiu desassossego sobre a atual situação a que vivemos sujeitos? Principalmente nos dias que correm, quando a ameaça da guerra baixou sobre o planeta, em virtude do dissídio e despreparo de líderes mundiais. A poeta polonesa Wislawa Szymborska (1923-2012), prêmio Nobel de literatura de 1996, registra todo o estranhamento e indignação em relação à ausência que a morte impõe e que desconcerta a naturalidade do mundo:
[…]
Morrer — isso não se faz a um gato.
Pois o que há de fazer um gato
numa casa vazia
[…]
(SZYMBORSKA, Poemas, 2011).
Quero lhes dizer, que, uma espécie de desconforto me acompanha; não exclusivamente pelo momento em que vivemos, mas por uma condição natural de pensar que, mesmo quando o tempo decorre animador, sei não permanecerá assim, devido àquilo que nos condiciona como seres no tempo, na expressão de Martin Heidegger, quando se refere à nossa condição de efemeridade. Talvez seja esta a chave visível da percepção do poético, expresso, desde sempre, e contundentemente na contemporaneidade.
A questão mais relevante que configura o contexto atual é a globalização e o avanço da tecnologia − mundo digital, que dissipou a vida como a conhecíamos, e alterou a nossa percepção espaciotemporal. Agora, na definição de periodização literária, incidem questões de gênero, raça, origem social, códigos e recursos de mídia, cenário saudavelmente heterogêneo da vida e da arte. A face hegemônica dos grandes centros foi ultrapassada. O crítico brasileiro, Antonio Candido, ao analisar este cenário heterogêneo identificou-o como animador e provocador do desejo de compreensão do seu destino (CANDIDO, 1979).
Abro, a seguir, um espaço de homenagem a autores já denominados “sem idade”; num um recorte do aspecto espaciotemporal, em sua poesia ˗ sendo este espaço imaginário ou localizável em mapas. Abordo a perspectiva, em exemplos, na poesia de Florisvaldo Mattos (1932); Cyro de Mattos (1939) e Renato de Oliveira Prata (1938), e faço breve reflexão sobre as suas estratégias de criadores. Sistematizando:
FLORISVALDO MATTOS
O poeta Florisvaldo Mattos é um escritor ativo nas últimas sete décadas. Além de poeta, é um intelectual, jornalista, professor, mediador cultural, conforme obra literária e atividade ensaística. Há registro de alentados estudos suscitados por sua poesia lírica e épico-lírica, legado que se alinha com o perfil irrequieto e fértil do escritor, que, constantemente, se renova e atua com regularidade nos meios acadêmicos e de difusão literária e cultural, inclusive nas redes sociais.
Há um aspecto de sua poética, que adota a ótica de uma releitura de temas clássicos e modernos, sob prisma contemporâneo, pois sua poesia encontrou formas não lineares de se relacionar com a história. O seu olhar almeja a um tom imaginativo, que prioriza as estruturas, no espaço discursivo, e sua poética abraça o desvio lírico, em textos, que induzem a semelhanças, mas que levam a pensar a literatura, hoje, nas dessemelhanças, com relação à tradição recuperada. A voz florisvaldeana, nesse modelo, pode configurar uma arquitetura bucólica, apoiada em fontes clássicas, e ambientação telúrica, como se lê, no excerto,
Sem ser Títiro[1], nem ser Melibeu,
nem recostado estar numa jaqueira,
como também não para doces ócios,
apuro a mente e escavo chão de auroras,
(MATTOS, F., 2016, “Lavra de pater famílias”, p.33).
A sua voz encosta-se no significado da tradição, parece habitar um pré-existente espaço temático, que exalta a sua linhagem,
Netos de Homero e, também, filhos de Virgílio,
Dias, noites, sol, chuva, calmos ou molestos,
Em ameno sítio, ou partindo para o exílio,
…É de humanidade que se trata, de existências,
…Farta, como areia do mar, em minudências.
(MATTOS, F., 2016, “Poema das minudências”, p.103).
Fiel ao projeto pessoal de restabelecer esse tom lírico vinculado a predecessores das tradições clássica e moderna, numa perspectiva contemporânea, que o autor tão bem conhece e estuda − e da qual se apropria − cumpre-se o destino que lhe cabe de consagrado escritor brasileiro; cria-se a atmosfera desejada, que se pode utilizar para reflexão e melhor entendimento das estratégias do criador contemporâneo.
CYRO DE MATTOS
Uma das vozes mais contundentes e prolíficas da literatura produzida na região sul baiana, Cyro de Mattos impõe-se na literatura brasileira pela força de suas narrativas e de sua poesia; seu impacto transcende fronteiras nacionais, dando-se a leituras em Portugal, Itália, França, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Rússia e Estados Unidos. Contista, cronista, poeta, romancista, ensaísta, premiado no Brasil, Portugal, Itália e México; primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz e Membro fundador da Academia de Letras de Itabuna, Cyro também é o ilustre idealizador e editor da Revista Guriatã. O escritor possui vasto acervo crítico sobre sua fatura revelada num estilo impregnado de registros de fala. Bem assim, sua poesia, situada na região − reduto que propõe respostas alusivas ao lugar geográfico de onde fala o escritor. Teluricamente, seu verso exalta o lócus, o território e sua leitura confirma o potencial poético, que em si carrega o próprio eu-lírico. Seu texto oferece mais do que o faria a escrita etnográfica. A paisagem do sul transforma-se miticamente na personificação de uma maneira de ver e o sentimento de pertencimento, em relação à terra, às pessoas e à vida e ao mistério, reverbera,
Onda por onda
no navio do meu corpo,
entre ostra e vento
nas águas idênticas
de mim embora diverso.
Da aurora ao arrebol
meu canto inconcluso
da humana solidão.
Bebo tudo do mistério
sem nunca ter chegado perto
(MATTOS, C., 2020, “Cerco das águas”. Inéditos. In: Canto até hoje, p. 454).
Sua visão ideológica e poética encontra-se no controle das experiências que encarnam as fontes imagéticas e o próprio ato poético. Sua voz impressiona sem efeitos de literatização; a dicção convence o leitor e o vínculo com o lugar revela moldes próprios, não autoritários,
A ferida de arpão
e singrar no unguento.
Os detritos na areia
e vidrilhar no vento.
As manchas azedando
e a lua que clareia.
É o sol é o sal
num jeito de cantar
macio na pedra.
Ó leopardo sapiente,
ensina-me teu navegar
em líquido segredo.
(MATTOS, C., 2020, “Lamento”. Inéditos. In: Canto até hoje, p. 445).
Na recepção dessas imagens do lugar, comovem o leitor sentimentos de satisfação, luta, respeito e comprometimento com o espaço geográfico, tradução da ecopoesia, que a sua obra exalta.
RENATO DE OLIVEIRA PRATA
Suas proposições poéticas vieram a público, quando recebeu o Prêmio Braskem de Arte e Cultura – Literatura, em 2003, por seu livro Sob o cerco de muros e pássaros. Com o livro Mar interior (PRATA, 2015), recebeu o Prêmio do Selo João Ubaldo Ribeiro, de poesia, e editou recentemente a sua sexta coletânea, Um tempo visto da ponte (PRATA, 2020). Na fronteira do entendimento da função da literatura, hoje, inscreve-se o seu trabalho (cf. PRAZERES, 2020), no qual proponho a qualidade de vizinho da reflexão,
Vez por outra
No canto me perco
Fujo ao trivial
Saio do cerco
E revisito o caos.
(PRATA, 2020, “Intervalo”, p. 32).
Ou quando da opção por um tipo privilegiado de comunicação, articulado com buscas que consolidam a sua poética − atrai para si e para a obra a discussão sobre o sentido e o alcance da poesia, demonstrando a percepção da escuridão, na qual estamos imersos. Para o filósofo italiano, Giorgio Agamben, tal compreensão implica a percepção do contemporâneo, ou seja, o poeta mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber não luzes, mas a escuridão (cf. AGAMBEN, 2009, p.62-63),
Tempo de barbárie é qualquer tempo
Num refluxo do Mediterrâneo
Serve-se sal e morte
Para imigrantes traficados
(PRATA, 2020, “SOS no Mare Nostrum”, p. 116).
Trata-se de equivalente da dimensão social reencenada. “Mare Nostrum” é um texto alusivo à tragédia real, contemporânea, e à condição trágica do imigrante; este é um dos interesses do teórico e crítico, Homi Bhabha (2011), que estuda as lacunas no poeta contemporâneo e enfatiza a questão das minorias globais.
Por meio dessas breves sinalizações, concluo admitindo a possibilidade de cruzamento de metáforas na configuração de contextos da poesia dos poetas contemporâneos “sem idade” e grapiúnas, aqui brevemente lidos, todos em pleno desenvolvimento, considerando-se sua profícua produção.
Confesso que as vozes da poesia me provocam, permanente, a iminência do risco e da urgência, que, talvez, apenas a atividade criativa possa compensar, pois, como adverte Cyro de Mattos, citando Cecília Meireles: Mas a vida, / A vida só é possível/ Reinventada. (MEIRELES apud MATTOS, C., 2020, p. 31).
Já quase concluindo, parafraseio o Papa Francisco, quando adverte: Nada deste mundo nos é indiferente (FRANCISCO, Laudato SI, 2015). De onde se extrai uma visão epistemológica realista, mas com uma nesga de esperança. Assim, o cultivo do conhecimento superior deve ser permeado pela busca da sabedoria que nos dê sentido e direção. No mundo que almejamos construir, não há espaço para monólogos. Busca-se o gesto em direção ao outro.
É essa atitude, de empatia, que a Academia de Letras de Itabuna traduz como sua casa no simbólico abraço das letras, expresso no seu emblema — equilíbrio, interlocução, qualidades constituintes da visão feminina de sua liderança. Casa da palavra e delicadeza, Casa de Adonias Filho. A disposição genuína em relacionar-se, a confiança no novo é a vitória do espírito acadêmico, que permite à Casa receber, variedade de pessoas vinculadas a assuntos diversos: psicanálise, teatro, cultura afro-brasileira, direito, ressaltando-se a atividade dos mestres que se dedicam ao amparo do saber da ancestralidade e da voz vigorosa de procedência popular.
Imortalizado pelo seu entusiasmo pelas Letras, o quadro da instituição permanece vivo por meio dos que escrevem os tesouros que hoje habitam no seu acervo, como as obras dos autores aqui citados. A Academia também está viva, no Facebook, no Instagram, na sua página institucional, enfim, na rede mundial, recebendo visitas virtuais, globalmente.
Finalizo refletindo que a crítica e a resiliência são instrumentos de sobrevivência num mundo que se deseje habitável, onde inexista espaço para preconceitos e discriminações. O saber, as letras e artes consolidaram-se, ao longo dos séculos. A voz feminina possui o seu espaço definido. E, se os editores e livreiros são atores indispensáveis à circulação do livro, deve-se exclusivamente aos escritores o cultivo da terra literária. O que é mais afirmativo que a diversidade, que se deve afirmar numa cultura, numa civilização, mistura de etnias, religiões e cores? A Academia de Letras de Itabuna segue, fiel à sua missão de promover literatura, riqueza e dinamismo da língua, leal aos seus fundadores, amiga das pessoas que acolhe ou que por ela passem, compromete-se com as que virão.
Formulo votos de dias prósperos e ativos para a próxima década! Muito obrigada.
Salvador, 30 de março de 2022.
REFERÊNCIAS
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2011.
CANDIDO, Antonio. [Efemeridade]. In: CELSO, Antonio Lafer (org.). Esboço de figura: Homenagem a Antonio Candido. São Paulo: Duas Cidades, 1979.
MEIRELES, Cecília. Reinvenção. In: MATTOS, Cyro de. Canto até hoje. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado; Casa das Palavras, 2020. p.31.
MATTOS, Cyro de. “Cerco das águas”. In: MATTOS, Cyro de. Canto até hoje. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado; Casa das Palavras, 2020. p.454.
MATTOS, Cyro de. “Lamento”. In: MATTOS, Cyro de. Canto até hoje. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado; Casa das Palavras, 2020. p.445.
MATTOS, Florisvaldo. “Lavra de pater famílias”. In: MATTOS, Florisvaldo. Estuário dos dias e outros poemas. Salvador: EPP, 2016. p.33.
MATTOS, Florisvaldo. “Poema das minudências”. In: MATTOS, Florisvaldo. Estuário dos dias e outros poemas. Salvador: EPP, 2016. p.103.
FRANCISCO. Carta encíclica Laudato SI’ do Santo Padre sobre o cuidado da casa comum. Roma: Solenidade de Pentecostes, 2015. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html . Acesso em: 1 mar. 2022.
PRATA, Renato de Oliveira. Um tempo visto da ponte. São Paulo: Scortecci, 2020.
PRATA, Renato de Oliveira. “SOS no Mare Nostrum”. In: PRATA, Renato de Oliveira. Um tempo visto da ponte. São Paulo: Scortecci, 2020. p. 116.
PRATA, Renato de Oliveira. Mar Interior. [S.l.]: Fundação Gregório de Mattos, 2015.
PRAZERES, Heloísa. Bicho-da-seda. In: PRAZERES, Heloísa. Tenda acesa: poemas. São Paulo: Scortecci, 2020. p.14.
SZYMBORSKA,Wislawa. Gato num apartamento vazio, in: Poemas. Trad. Regina Przybycien. São Paulo: Companhia das Letras.2011. p.94
Heloísa Prata e Prazeres é poeta e ensaísta. Professora adjunta aposentada do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, UFBA. Bacharel e Mestre em Letras pela UFBA, cumpriu doutorado em Literatura, University of Cincinnati, OH. EUA. Foi titular na Universidade Salvador, UNIFACS. Coordenou o Núcleo de Referência Cultural da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Publicou em livro, Temas e teimas em narrativas baianas do Centro-Sul. FCJA; UNIFACS; SECULT, 2000; Pequena História, poemas selecionados. Salvador: Quarteto, 2014; Casa onde habitamos, poesia. São Paulo Scortecci, 2016; Arco de sentidos, literatura, tradução e memória cultural. Itabuna: Mondrongo (2018). Tenda acesa, poemas. São Paulo Scortecci, 2020. A vigília dos peixes, poemas. São Paulo Scortecci, 2021. Membro vitalício do International Alumini Association. Desde 2021 ocupa a Cadeira nº 26 da Academia de Letras da Bahia.
[1] Na mitologia grega, os títiros (Tityroi) eram seres rústicos que tocavam flauta no cortejo do deus Dioniso. Melibeu relativo a Melibeia, antiga cidade da Tessália (Grécia), ou a seu natural ou habitante.
Palestra de Heloisa Prazeres em ocasião a abertura do ano de 2022 da ALITA Read More »
Por Raquel Rocha
Solenidade de posse da diretoria da Academia de Letras de Itabuna- ALITA (2022/2023)
Na última terça-feira, 19 de abril de 2022, aconteceu a Solenidade de posse da diretoria da Academia de Letras de Itabuna- ALITA eleita para o biênio 2022/2023, realizada no hall da Universidade Federal do Sul da Bahia-UFSB, localizada na praça José Bastos.
A eleição desta diretoria ocorreu de acordo com o Edital Nº 001/2021 através da Comissão Eleitoral da Academia de Letras de Itabuna, eleita na Assembleia Geral de 06 de Outubro de 2021. Esta o fez no uso de suas atribuições legais e de acordo com o Estatuto, de 19 de Abril de 2011 e do Regimento, de 2011.
Na ocasião estiveram presentes, o presidente da OAB- subseção Itabuna, Rui Carlos Rodrigues; o diretor da Uni-FTC, Kaminsky Cholodóviskis; o vice-diretor de operações da rede Uni-FTC, Cristiano Lobo; o Presidente da Academia Grapiúna de Letras- AGRAL, Samuel Mattos; a secretária municipal de Educação, Janaína Alves de Araújo; o vice-presidente e fundador- Academia de Letras Jurídicas do Sul da Bahia (ALJUSBA), representando também a Academia de Letras de Ilhéus, Vercil Rodrigues, o vereador Israel Cardoso além de membros da imprensa e da comunidade Itabunense.
A solenidade começou com a formação da mesa de autoridades e execução do hino nacional. Na sequência foi divulgada a notícia da concessão Comenda 2 de Julho ao escritor e poeta Cyro de Mattos em proposta apresentada pelo deputado Marcelinho Veiga, pela assembleia Legislativa do Estado da Bahia. A Comenda 2 de julho é a mais alta distinção da Assembleia Legislativa do Estado concedida aos que dedicam à sua vida à valorização humanidade nas letras, ciências e artes.
A acadêmica Raquel Rocha fez uma homenagem permeada de saudade Sônia Carvalho de Almeida Maron, uma das fundadoras da Academia de Letras de Itabuna e presidente por dois mandatos, falecida em dezembro de 2021. Otávio Cesar e Ana Carla, filhos da homenageada, estavam presentes no evento e a homenagem foi feita com a leitura da Crônica de Sônia Maron de autoria do poeta Cyro de Mattos: “Prefiro lembrar a garota mais bonita de nossa juventude. Foi rainha dos estudantes, da primavera, da cidade. Foi rainha de tudo. Quando passava, arrancava suspiros dos rapazes com a pose de galã fatal. Já moça, nos bailes noturnos esbanjava alegria no carnaval do Grapiúna Tênis Clube.”
Após saudações das autoridades da mesa a presidente Silmara Oliveira fez seu discurso de encerramento de mandato, relembrando os presidentes que a precederam e as realizações de sua gestão.
Tomaram posse como membros da nova diretoria: o presidente: Wilson Caitano de Jesus Filho (cadeira 21), a vice-presidente: Janete Ruiz de Macêdo (cadeira 39), o 1ª secretária: Lurdes Bertol Rocha (cadeira 06), o 2º Secretário: Marcos Antônio Santos Bandeira (cadeira 01), a 1º tesoureira: Silmara Santos Oliveira (cadeira 02), o diretor da revista: Charles Nascimento de Sá (cadeira 40), diretor de ações culturais: Jorge Luiz Batista dos Santos (cadeira 36), , a diretor de comunicação social e marketing: Raquel Silva Rocha (cadeira 25) e a diretora de projetos e pesquisas: Margarida Cordeiro Fhael (cadeira 12). Não puderam comparecer à solenidade a 2º tesoureira: Sione Maria Porto de Oliveira (cadeira 07), o diretor da biblioteca: Silvio Porto de Oliveira (cadeira 28), o diretor do arquivo: Alessandro Fernandes de Santana (cadeira 33). Após ssinatura do termo de posse e foto oficial foi realizada uma invocação a Deus:
Senhor, a beleza maior da árvore é a sombra de seus galhos.
A beleza maior da árvore são os frutos que dela pendem.
Frutos e sombra, em constante disponibilidade.
As árvores são generosas, solidárias, universais: não fazem acepção de pessoas, como os homens.
Como os homens que teimam em distinguir, selecionar, usando duas medidas.
Só no despojamento frutifica o essencial: a flor tão rara da simplicidade e a sombra benfazeja da paz, da solidariedade!
Que nossa Academia seja uma árvore que dê sombra e frutos! Assim seja!
Empossada a nova diretoria o, agora presidente, Wilson Caitano fez seu discurso de posse também relembrando os presidentes anteriores Marcos Bandeira, Sônia Maron e Silmara Oliveira e constituindo os objetivos de sua gestão “como grande desafio de tornar essa Academia cada vez mais intrínseca aos movimentos literários da nossa região, inserindo- as escolas e universidades como fomentadora da Língua Portuguesa e dar visibilidade as diversas produções literária produzidas pelos membros dessa academia e como também fomentar disseminar novos escritores regionais.”
A solenidade foi encerrada com performance do ator Jorge Batista declamando poemas de Mario Quintana, Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade, Ceres Marilese e Ruy Póvoas seguida de um coquetel de comemoração.
NOVA DIRETORIA DA CADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA- BIÊNIO 2022/2023
PRESIDENTE: Wilson Caitano de Jesus Filho
Natural de Caldas de Cipó, Bahia. Graduado em Ciências Naturais pela UESC, autor de livros infantis: As Crianças da Vila, Um Estranho em Minha Casa e Uma Aventura ao Som do Berimbau. Na Academia de Letras de Itabuna – ALITA, ocupa a cadeira de número 21, tendo como patrono Augusto Mario Ferreira.
VICE-PRESIDENTE: Janete Ruiz de Macêdo
Nasceu na cidade do Recife/PE. Doutora em História – Universidad de Leon/ES (2000). Professora Titular – Plena da Universidade Estadual de Santa Cruz.
Fundou o Centro de Documentação e Memória Regional da Universidade Estadual de Santa Cruz, em 1993, órgão que dirigiu até março de 2008. Na Academia de Letras de Itabuna – ALITA, ocupa cadeira número 39, tendo como patrono Manuel Bomfim Fogueira
1º SECRETÁRIO: Lurdes Bertol Rocha
Natural de Arroio do Meio, RS. Graduada em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Teófilo Otoni/MG. Mestre e doutora em Geografia, na área de Planejamento Urbano e Regional. Tem vários livros e capítulos de livros publicados, na área da Geografia e do ensino de geografia, além de artigos publicados em várias revistas nacionais. Na Academia de Letras de Itabuna- ALITA, ocupa a cadeira número 06, tendo como patrono Milton Santos.
2º SECRETÁRIO: Marcos Antônio Santos Bandeira
Graduado em Direito pela UESC (antiga FESPI). É também mestre em Segurança Pública, Justiça e Cidadania pela UFBA.
Foi Juiz de Direito no Estado da Bahia no período de 1989 a 2016. Tem quatro livros publicados na área jurídica e diversos capítulos publicados em livros e revistas jurídicas especializadas, além de várias crônicas e ensaios publicados em revistas e jornais da região grapiúna. Na Academia de Letras de Itabuna- ALITA, ocupa a cadeira 01 tendo como patrono é Rui Barbosa.
1º TESOUREIRA: Silmara Santos Oliveira
Natural de Itajuípe, Bahia, formação acadêmica em Letras. Mestra em Cultura e Turismo, com publicações na área.
Fundou e dirigiu o Memorial Adonias Filho. Produtora cultural, fundadora e coordenadora do Cineclube da AFAI. Fundadora da Associação Brasileira de Apoio aos Recursos Ambientais – ABARÁ. Presidente da Academia de Letras de Itabuna nas gestões de 2017 a 2019 e 2019 2021. Diretora de Cultura do Município de Itajuípe. Na Academia de Letras de Itabuna – ALITA, ocupa a cadeira número 2, tendo como patrono Sosígenes Costa.
2º TESOUREIRA: Sione Maria Porto de Oliveira
Natural de Itabuna, formação acadêmica em Direito, pela Universidade Católica da Bahia, com especialização em Direito Penal; Direito Administrativo e Direito processual Penal. Delegada de Polícia, com publicações na área técnica e poética. Mestranda em resolução de conflitos e resoluções.
Na Academia de Letras de Itabuna – ALITA, ocupa a cadeira número 7, tendo como patrono Telmo Padilha. DIRETOR DA REVISTA: Charles Nascimento de Sá
Criado em Jacarecy, distrito de Camacã, na região Cacaueira da Bahia, possui graduação em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz (1998), mestrado em Cultura e Turismo pela UESC/UFBA (2003), Doutor em História pela UNESP/Assis/SP. Autor de livros, artigos e resenhas científicas publicados por diversas editoras e revistas acadêmicas. Na Academia de Letras de Itabuna – ALITA ocupa a cadeira de número 40, tendo como patrono o escritor e poeta Natan Coutinho.
DIRETOR DE AÇÕES CULTURAIS: Jorge Luiz Batista dos Santos
Mestre em Inovação pedagógica pela UMA( Universidade da Madeira- Portugal); pós graduado em Filosofia Contemporânea pela UESC,; pós graduado em Arte pela Faculdades Integradas de Jacarepaguá ; graduado em Filosofia pela UESC. Ator, diretor teatral, ativista cultural e professor da rede pública de Ilhéus. Membro da Alita da cadeira 36 tendo como patrono Fernando Leite Mendes.
DIRETOR DA BIBLIOTECA: Silvio Porto de Oliveira
Médico, cooperativista, nascido em Jussari Bahia. Fundador e atual Presidente da Unimed de Itabuna, Fundador e atual Presidente da Sicredi Integração Bahia.
Criou o primeiro Serviço de Neurocirurgia do interior da Bahia na Santa Casa de Itabuna. Tem vários trabalhos científicos publicados em revistas médicas e proferiu várias palestras em Congressos Médicos. Na Academia ocupa a cadeira 28, que foi ocupada por Maria Delile Oliveira e tem como Patrono Firmino Rocha.
DIRETOR DO ARQUIVO: Alessandro Fernandes de Santana
Graduado em ciências econômicas e administração de empresas, especialista em economia de empresas, mestre em cultura e turismo e doutor ciências sociais, desenvolvimento, agricultura e sociedade. É professor titular do departamento de ciências econômicas e atual reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC. Possui trabalhos na área de educação, economia e desenvolvimento, além de poesias. Ocupa a cadeira de número 33 que tem como patrono João da Silva Campos
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO /MARKETING: Raquel Silva Rocha
Possui graduações em Psicologia pela Faculdade do Sul, Em Comunicação Social – Rádio e TV pela Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC e em Ciências Econômicas também pela UESC. Especialista em Saúde Mental e Neuropsicologia. Como cineasta dirigiu diversos documentários, entre eles: Nos trilhos do tempo, Itabuna 100 anos- a história contada, Ferradas- um berço amado e Cacau para sempre. Foi premiada no concurso Metamorfoses do Cacau promovido pelo Goethe Institut- Salvador pelo filme Pecado Perdoado. No Teatro produziu a “Paixão de cristo em cordel” e foi diretora da peça “Enfant terrible- o cinza”. No campo da Comunicação também desenvolve trabalhos como Apresentadora de TV e escreve artigos para jornais e revistas. Na Academia de Letras de Itabuna- ALITA, ocupa a cadeira número 25, tendo como patrona Elvira Foepel.
DIRETORA DE PROJETOS E PESQUISAS: Margarida Cordeiro Fhael
Nascida em Itaju do Colônia, Ba, é professora Titular de Literatura Brasileira, aposentada, do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC. Exerceu, ao lado da docência, cargos na área acadêmico- administrativa, tais como Diretora do DLA, Secretária Geral de Cursos e Vice- Reitora. Como ficcionista, publicou os romances Nas dobras do tempo (Mondrongo, 2015) e Entre margens ( Via Litterarum, 2018). Um terceiro romance: A casa da esperança não era verde, será lançado amanhã, dia 20 de abril no Colégio Jorge Amado pela Via Litterarum. Margarida Cordeiro Fahel ocupa a cadeira 12 da Academia de Letras de Itabuna, ALITA, cujo patrono é o poeta Gil Nunes Maia.
Noite Solene é marcada por Homenagens, Poesias e Emoção- Posse diretoria 2022/2023 Read More »
Na última quarta-feira, dia 20 de abril de 2022 a escritora Margarida Fahel lançou, A casa da esperança não era verde, pela editora Via Litterarum. Esse é seu terceiro romance, anteriormente a autora publicou Nas dobras do tempo em 2015 pela Editora Mondrongo e Entre Margens pela Editora em 2018 Via Litterarum.
Nascida em Itaju do Colônia, Ba, Margarida Fahel é professora Titular de Literatura Brasileira, aposentada, do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC. Exerceu, ao lado da docência, cargos na área acadêmico- administrativa, tais como Diretora do DLA, Secretária Geral de Cursos e Vice- Reitora. Margarida Cordeiro Fahel ocupa a cadeira 12 da Academia de Letras de Itabuna, ALITA, cujo patrono é o Dr. Gil Nunes Maia.
Sobre a obra
“Sonhos têm sido objeto de interpretação ao longo dos séculos por ocultistas, profetas, xamãs, líderes religiosos, filósofos, psicólogos, psicanalistas e até curiosos e se constituem em verdadeiras “vidas vividas”, muitas vezes sem que se conheçam ou reconheçam os personagens que os povoam. Mas quase sempre eles se projetam e antecipam vivencias reais, como as que se corporificam nas histórias contadas neste romance.
A narradora expõe em seu livro o surgimento de uma história que vai sendo construída através de sonhos. É nos sonhos que encontra a sua inspiração e por meio deles é que esboça as soluções mais inusitadas. As histórias correm em paralelo, desencontradas e dolorosas em descompasso temporal, tecidas separadamente, num processo de “dissemination/ recollection”, culminando em um arcabouço de experiências enriquecedoras.
A narrativa oscila entre a onisciência e a vivência, permitindo uma viagem através dos pensamentos dos personagens. O surgimento da consciência do protagonista, expresso no desabafo “Agora dei pra pensar” vai amadurecendo aos poucos e levando-o ao fio da meada que desenrola a sua própria existência. Seus pensamentos vão viajando nas lembranças dos 18 meninos que dormiam e sonhavam como ele: as histórias de Antônio, de Maria Rita, de bebês e mais bebês, que o conduzem a indagações sobre o porquê do abandono.
O livro viaja com os sonhos e os pensamentos/vozes de Olavo, Madre Alzira, Isabel, Julieta, Nogueira, Benedita, Marcos, Camila, Joana, Laura, Alfredo, Jacinta. O Clímax se dá de forma poética em que um banquete de verdades se constitui em uma peça única de resgate familiar. A presença viva das dálias vermelhas surge como símbolo do amor e da renúncia que constrói a história. As dálias destroçadas e revividas expressam a esperança que permeia todo o romance.”
A Academia de Letras de Itabuna – ALITA vai realizar amanhã, às 20h, na sede da Universidade Federal da Bahia – UFSB, a posse da sua nova diretoria. A atual Presidente da instituição, Silmara Santos Oliveira entregará o cargo ao novo presidente Wilson Caitano, encerrando um mandato de 2017 a 2019 (primeiro) e 2020 a 2022 (segundo). O novo gestor é professor da Escola Pio XII e autor de livros infantis.
Para a atual presidente seu mandato teve como principais realizações: o ingresso de seis novos imortais – Charles Sá (professor da UNEB), Sílvio Porto (Diretor da Sicred). Rehenigley Rehem (professora aposentada da UESC), Alessandro Santana (Reitor da UESC) e Joana Angélica Guimarães da Luz (Reitora da UFSB) além do professor Wilson Caitano; a inauguração da nova sala da ALITA; o lançamento da Revista Guriatã no 3, sob a condução do Diretor da revista, o escritor Cyro de Matos; as comemorações dos dez anos da ALITA; o Projeto Liter-Alita e a participação em inúmeras atividades literárias regionais.
“Foi um período de gestão muito produtivo, apesar da pandemia, onde tivemos que nos esforçar muito para manter viva a instituição. Agradeço a todos os confrades e confreiras pela gestão compartilhada que fizemos e quero deixar aqui minha sincera homenagem póstuma a nossa amiga Sonia Maron que muito engrandeceu a nossa Academia com sua condução competente e brilhante”, disse Silmara Oliveira. Ela também desejou muito sucesso ao novo gestor Wilson Caitano, colocando-se à disposição para a continuidade dos trabalhos institucionais.
ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA (ALITA) EMPOSSARÁ NOVA DIRETORIA Read More »
Segundo o sociólogo alemão Maurice Halbwachs, em seu livro A memória coletiva, História e memória são elementos intrínsecos a um mesmo objeto: o ser humano. Falar da pessoa humana, individual ou coletivamente, requer atenção para o tempo, onde se debruça o olhar da história, e também para as lembranças, onde se insere a memória. Esses dois itens possuem a capacidade de dotar o indivíduo de características que lhes possibilitam entender a si próprio, seu grupo social e o momento por ele vivido. História e Memória são assim atributos que dotam o homem de sentido e lhe fornecem a base de sua identidade social.
Uma memória individual não é, sobre nenhuma circunstância, isolada ou fechada. Nela despontam elementos provenientes dos mais variados grupos que o indivíduo vivencia. Para construção e manutenção de nossas lembranças se faz necessário recorrer e/ou reportar-se à lembranças dos outros. Ao invocar recordações de outras pessoas somos obrigados a confiar inteiramente em seus apontamentos, pode-se recorrer também à conversação ou livros, porém, em todos esses casos, a memória ai é sempre emprestada.
Partindo do ensinamento de Maurice Halbwachs volto minha memória para um texto que escrevi em 2017 quando retornava de Assis, no interior de São Paulo, para Itabuna. Em Assis estava cursando o doutorado em História na UNESP. Esse texto, que agora reproduzo com leves modificações e atualizações, foi meu agradecimento e reconhecimento pelo período vivido naquela cidade, pelas pessoas que se tornaram amigas e pela Instituição que me acolheu e tanto me ensinou.
XXX
No dia 28 de janeiro de 2016 me encontrava em Eunápolis, onde trabalho no Campus XVIII da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Já fazia alguns anos que tentava ingressar para o doutorado em História, diversos fatores pessoais, familiares e profissionais me haviam impedido até então. A partir de uma conversa casual com uma amiga tive um estalo de verificar se haveria seleção naquele mês em alguma universidade de São Paulo, sabia que na maioria dos estados o ingresso acontecia no final do ano.
Fui primeiro ao site da Universidade do Sagrado Coração, em Bauru, por que estava lendo um livro publicado pela editora dessa instituição. Como lá não havia doutorado, apenas mestrado, decidi ir ao site da UNESP, pois havia terminado há pouco tempo a leitura de um livro dela também. Qual não foi minha surpresa ao colocar os termos “doutorado história unesp” no Google ver surgir à notícia de que o Campus de Assis estaria com inscrições abertas entre os dias 02 a 06 de fevereiro, exatos três dias para o começo.
Imediatamente verifiquei as linhas de estudo do programa e me deparei com contato do professor André Figueiredo Rodrigues, sem nunca ter tido contato com ele lhe enviei um e-mail com meu projeto em anexo. Para minha alegria, poucas horas depois ele respondia dizendo que havia gostado e que faria uma leitura mais atenta no sábado. No sábado, dia 30, recebo a resposta de professor André sugerindo algumas correções. Neste dia, e no domingo, tranquei-me no meu escritório e somente saí de lá quando todo o projeto já havia sido formatado segundo as indicações do professor.
Encaminhei o material para seleção e fiquei ansioso, aguardando o resultado da primeira etapa. No final de fevereiro minha inscrição havia sido aceita. Comecei então a procurar passagens para Assis. O melhor caminho seria por Marília. Vim para a região de Assis no dia 12 de março. Até então a única Assis que eu conhecia, de fotos ou leitura, era a de São Francisco, na Itália. Sem conhecer nada daquela região, a não ser o que se vê na televisão, nos jornais e livros, embarquei rumo ao desconhecido.
Aqui chegando tive logo uma boa impressão sobre a cidade. A avenida Rui Barbosa, sua principal via, onde se encontrava o hotel que me hospedei, é larga, comprida e com enorme variedade de lojas, em muito se assemelhando a nossa Cinquentenário. Passei à tarde de sábado e o domingo percorrendo ruas e avenidas da cidade.
Na segunda e terça fui ao Campus da UNESP para realizar a seleção. Lá houve de minha parte novo encantamento. O Campus é bem arborizado, os prédios são espaçosos e amplos. Lembrava em muitos aspectos minha instituição de formação, a UESC. Ao mesmo tempo, sendo eu oriundo da região Cacaueira, no sul da Bahia, estar em contato com fauna e flora sempre fora um elemento constituinte de minha identidade regional. Os funcionários e professores do curso se mostraram atenciosos, educados e prestativos nessa etapa.
Após a aprovação no doutorado viemos, eu e minha ex-esposa residir em Assis. Alugamos um pequeno apartamento próximo à SABESP na av. Marechal Deodoro de propriedade de seu Paulo e dona Rosângela, sempre a postos para viajar com seu motorhome. O movimento de carros, motos e gente, a quantidade e variedade de lojas foram logo um chamativo. Outro aspecto foi a enorme oferta de itens para casa. Em apenas um dia conseguimos comprar tudo para suprir nosso apartamento com o essencial para o período de um ano.
Como não viemos de carro, começamos a desbravar a cidade a pé. Percorremos ruas, praças, igrejas, avenidas. Conhecemos os supermercados daqui, sua variedade e produtos. Na Casa Norte, localizamos uma opção para adquirir produtos nordestinos (farinha de mandioca, jabá e outras guloseimas). Minha ex-esposa achou o comércio ótimo para compras. Eu, de minha parte, encontrei ali a livraria Poética. Na área da saúde, as opções eram muitas e variadas, destaco a clínica de Dr. Orlando, sua atendente dona Irene e a a clínica de Viviam para fisioterapia. A catedral de Assis e demais igrejas católicas são lindas.
Fiquei estupefato com a quantidade de carros que havia em várias garagens no bairro em que passamos a residir. Minha ex-esposa sempre brincava que éramos os únicos assisenses a pé. Em nossas caminhadas diurnas deparamo-nos com excelentes opções de lanche: Sodiê, Santo Onofre, Cecica, Café do Urso (onde Jonas está sempre pronto para ensinar tudo sobre um bom café), Cantina D. Beja, Quiosque do Shopping, a sorveteria Icy Cream.
As noites, deparamo-nos com uma variedade de restaurantes: Art Sushi, Garoa Paulistana, Cachaçaria, Hippo pizza (minha esposa é louca pela pizza de berinjela e pelo coquetel de morango com vinho), pizzaria Veritá, onde Jean nos atendia fazendo-nos sentir em Nápoles, hamburguerias Boca Nova e House 630; Casa do Chopp. Temos ainda as padarias: Pão Quente e Mini Pão quente, além da Florença. Não posso me esquecer do cinema e das diversas opções de fast food. Como baianos ainda nos deparamos com uma barraca de acarajé, sendo esta administrada por um casal de itabunenses que há quinze anos adotou Assis como sua cidade.
Sem contar as opções gastronômicas é possível fazer caminhadas matutinas ou em outros horários no parque Buracão. Poder imergir na fauna desse local e em todas as opções que ele apresenta: academia ao ar livre, onde fazia meus exercícios, espaço para crianças e o salão de exposições. O espetáculo das jabuticabeiras no final do ano é esplêndido. Os ipês e sua coloração de amarelo, rosa, roxo e branco dotam as ruas e passeios e um cenário poético. Às tardes nada como ir para a praça da catedral ler um bom livro, curtir a brisa nesse horário o que auxilia a suportar o calor. Também o frio foi outro fator que gostei. Fui criado em um povoado chamado Jacarecy, pertencente ao município de Camacan, na região Cacaueira. Lá, nos meses de maio a agosto o frio é capitaneado por uma chuva fina, constante, gélida. Em Assis o frio era seco, cortante, bom para entrar embaixo de uma coberta.
As aulas na UNESP me permitiram contato com novos colegas, dentre os quais, cito Cíntia, Luigi, Bruno, Jorge, Fernando, Eduardo, Edivaldo, Luís, Augusto, Esther, Thiago, João, Abner e Matheus. Fiz novas amizades e pude desfrutar da inteligência e produtividade dos docentes do curso. Sem contar a solicitude dos responsáveis pela secretaria do curso de História, Lino e Marcos, nas resoluções dos problemas que nós estudantes apresentamos. Destaco com carinho, as aulas de professor Beired, Lúcia, André, Germano e Fábio. Fiquei sentido por não poder ter tido aula com os outros docentes.
Toda essa variedade de itens, gente e coisas me encantou. Como católicos ficamos fascinados com a paróquia Santa Cecília e as homilias de padre Neto, desde já um dos mais queridos servos que temos conhecido. Suas homílias falavam ao coração e à alma. Suas brincadeiras aliviavam um pouco as dores de se viver nesse mundo. A fé aqui vivenciada também me chamou a atenção: na Semana Santa, fiquei profundamente tocado pela enorme quantidade de famílias e jovens que se dirigiam à Igreja.
Por fim, mas não concluindo, pois muitos são os sentimentos que me atingem ao lembrar e escrever sobre Assis, devo destacar a tranquilidade, o prazer e a segurança que era poder caminhar pelas ruas da cidade, seja durante o dia ou a noite. Itabuna está entre as dez mais violentas cidade do Estado da Bahia e entre as vinte mais violentas para juventude no Brasil, são cerca de dez assassinatos por mês no município. Furtos e roubos, de tão comuns nem são mais informados na delegacia de polícia. A insegurança e a incerta de quem vivia em uma cidade de quase 240.000 habitantes, cedeu lugar à segurança de se morar em uma cidade com 120 mil habitantes bem tranquila.
Por estas e várias outras questões me identifiquei com Assis. Com sua gente, com a fala tão carregada nos “erres”, música, comida, risadas, economia. Sentia, porém, falta do abraço, tão constante na Bahia, dos dois ou três beijos que damos sempre que vemos um colega ou um amigo. Dos aspectos mais efusivos da cultura baiana quando comparados a certo retraimento da cultura caipira do interior paulista. Ainda assim o que ficaram foram o carinho e o reconhecimento das qualidades e do acolhimento de Assis e de sua gente. Desconhecida a cerca de sete anos atrás, hoje é parte inequívoca de meu coração, de minhas andanças, de minha Memória e de minha História.
DE REPENTE… ASSIS!- Charles Nascimento de Sá Read More »
Aqui, não pretendo evitar que o leitor de A casa da esperança não era verde, o novo romance da Professora Margarida Fahel, tenha o prazer de suas próprias descobertas. Por isso mesmo, apenas tomarei algumas percepções do leitor que gosta de romances. Eles se constituem verdadeira cancelas escancaradas, estradas amplas que nos levam a revisitar memórias, até mesmo aquelas há muito tempo adormecidas.
Se a casa não era verde, qual a cor da casa, então? Os teóricos da Literatura se debruçam sobre a obra de arte literária munidos de um farnel de conceitos e categorias, a partir dos quais a obra é posta sob compreensão, interpretação e análise. Correndo por fora de tal grupo, há o leitor comum que se deixa levar apenas pelo sentimento, pela emoção, pela sensibilidade.
Então, pelo viés do sentimento, da emoção e da sensibilidade, qual é a cor da casa da esperança? Ora, faz parte de nosso imaginário tomar a cor verde como símbolo da esperança. Para a nossa psique, no entanto, de um ponto de vista individual, a esperança pode ser simbolizada por um perfume, uma música, uma paisagem, ou outros materiais também.
E o que faz a Professora Margarida Fahel? Como se estivesse na Torre de Belém, em Portugal, aprecia surfistas cavalgando ondas gigantescas. E não satisfeita por porta-se assim, ela mesma toma sua prancha e vai à busca de alguns deles. Surfando nas ondas da intuição artística, a autora quer ouvir os diálogos travados entre eles. E ela mesma termina se tornando uma dialogante também.
Seus personagens “surfistas da vida” falam de amores, de dores, de rejeição. De uma busca sôfrega para desvendar seus passados. A Professora Margarida quer que seus personagens, eles mesmo digam de si e o do outro. Extremamente cuidadosa com os detalhes, assumindo conscientemente um olhar interpretativo sob um prisma neorromântico, até mesmo os poás são apanhados quando ela detalha a vestimenta de uma de suas personagens.
Munida de uma gentileza sem igual para registrar os altos e baixos da vida de cada herói que pulula as páginas do aludido romance, tudo é tecido generosamente. De uma coisa, no entanto, a autora não nos poupa: a presença do anti-herói. E ele nos é mostrado em carne osso, sentimentos ruins, portando uma Sombra descomunal. E apesar de Jung já ter nos advertido para “maior a luz, maior a sombra”, é Nogueira, o grande antagonista que emerge das sombras. E por isso, Nogueira provoca dores, sofrimentos, lágrimas, insônias para os demais personagens, atingindo a todos direta ou indiretamente. É isso justamente o que acontece quando a vida nos envolve, até mesmo à nossa revelia, com pessoas que se querem controladoras do destino dos demais.
Ao tempo, porém, que Nogueira destila raiva e rancor que brotam das profundezas de seu ser, isso também faz com que as demais criaturas de Margarida Fahel não percam a esperança de, um dia, a grande luz resplandecer nas trevas. Claro que essa saga custa muito caro. E à medida que a busca de cada personagem vai acontecendo, também nos damos conta de que história de cada um só poderá ser compreendida quanto juntada à história dos demais.
São múltiplos os narradores desse romance, a partir da própria autora. Não raro, precisamos de redobrada atenção para saber o dono da voz que narra aquele ou outro acontecimento. Uma bela construção artístico-literária, não tenhamos dúvidas.
Na maciez do estilo de Margarida Fahel, a preferência para apreciar que seja do bom e do melhor. E isso faz com que seus leitores nem sintam ódio ou raiva por Nogueira, muito embora não concordem com ele, em momento algum da narrativa.
E tudo vai se avolumando, cada personagem segurando um fio da narrativa, até que todos eles – exceto Nogueira, é claro – se reúnem para uma refeição. É o momento de se colocar os acontecimentos em pratos limpos. É a ocasião de se entender por que A casa da esperança não era verde. Afinal, cada um de nós pintamos a casa de nossa esperança da cor que a vida a construiu para nós.
Para além da cor da casa da esperança, fica o entendimento de que somente sentados em torno da mesa da vida, poderemos narrar fragmentos de nossa história para que os demais possam entender nossas buscas e nossas escolhas. Na junção dos fragmentos, se dará a compreensão: é preciso que a história de cada um se faça luz para superação da sombra, não apenas a de cada um de nós, mas a da coletividade também.
Ruy Póvoas
Itabuna, abril de 2022
QUAL A COR DA CASA DA ESPERANÇA? – Por Ruy Póvoas Read More »
Margarida Fahel oferece ao leitor, nesse seu terceiro livro, um tema necessário e inquietante. Num discurso provocador, pelo sutil trato de um ponto de vista múltiplo, é tecido um suspense de amor, no estilo neo-romântico que marca a sua produção ficcional.
A narrativa foca a vida de Olavo, uma criança deixada aos cuidados de um abrigo de orfandade. O livro apresenta instigante prólogo, onde a autora revela o seu processo criador motivado por sonho/ sonhos e por sensações que passou a ter, sempre que via uma criança. Depois, refere as coincidências e sincronicidades , como ela própria admite, ao tomar conhecimento de histórias reais de crianças abandonadas ou colocadas em orfanatos… E esse bem achado prólogo se “casa” com o epílogo – entrelaçando o real e o ficcional – quando personagens transformam esperança em “realidade”, através do Orfanato Casa da Esperança.
A narrativa ficcional se resolve em fluxos das lembranças dos vários personagens que vão surgindo. Impulsionam a história sentimentos expressados pelos personagens: Amor (Ir Alzira, Olavo, Julieta, Isabel, Joana, Laura, Camila, Alfredo, Jacinta… ) e ódio (Dr Nogueira).
Numa estrutura de círculos concêntricos, que se vão alargando a cada voz, pequenos núcleos acrescentam a narrativa, todos convergindo ao mesmo núcleo dramático central. Sem obediência a um tempo cronológico, a história vai-se compondo como uma colcha de retalhos. A verossimilhança é construída através do crescente suspense, legitimado pelo foco narrativo múltiplo; um intrincado foco que, muitas vezes, leva o leitor a se perguntar: afinal quem está falando?
O ousado processo de repetição de muitos fatos – porque contado por visões diversas – vai, passo a passo, também compondo a história. E digo processo ousado porque, com a estratégia das repetições, a autora corre o risco de cansar o leitor menos atento… É que, a cada fala (personagens diferentes, épocas diferentes, ambiências diferentes, focos narrativos diferentes), é acrescentado mais um fio, somado mais um detalhe, revelado mais um segredo … tudo convergindo para o núcleo central, a história de Olavo. Depois, nas interrupções, o contar e recontar, instalam mistério e provocam o suspense… Além do recontar, semanticamente as repetições são intensificadas pelo discurso romântico na descrição dos personagens…Assim, nos vários capítulos, interrupções da cronologia da mesma história, em outros pequenos núcleos, vão “costurando” os segredos a serem desvendados e alimentando a curiosidade do leitor, fazendo crescer o suspense…
Dessa forma, como a vida, a narrativa vai acontecendo… e a sua estrutura pode ser percebida, até mesmo por reflexões colocadas na boca de personagens, como Joana: “A vida vai desfiando seus fios numa roda que ninguém vê e fusos que somente ela maneja” (p.210). Há um narrador onisciente, pois a história é narrada com ponto de vista em terceira pessoa, mas os segredos que tecem o suspense são revelados pelos personagens em fluxos de consciência ou diálogos diretos e indiretos. Mas pelas pistas do texto, o leitor vai se perguntando: quem conta a narrativa? Não é um personagem privilegiado? “É a voz de Julieta que vem à minha lembrança neste pedaço de sua história […] está em mim, como das muitas vezes que a ouvi, na varanda daquela casa […] datada de 1913.” (p.121). Lembrança de quem? Por vezes, o narrador conclama a atenção do leitor, lembrando Machado de Assis, em Memória Póstumas de Brás Cubas. E fica a dúvida no leitor: quem? É que, vez por outra, o relato deixa escapar uma primeira pessoa, dona do discurso, como na p. 79: “Só nós, eu que lhes conto a história e você, leitor atento, sabemos que era ele”
O capítulo 26, a ceia das verdades, parece amarrar as pontas da história; preenche lacunas… Esse capítulo, além disso, se realiza em metaficção, quando desvenda estratégias do discurso, fazendo a ficção falar do processo ficcional: “E Isabel toma então a palavra, ela, vizinha e amiga. A pintora que, até ali ninguém daquilo sabia, pintava também com as palavras. É esta que até aqui lhes falou incógnita. Mas assim fingirei estar: como se fosse outro o contador.” (p.243). Será? E o repetir, repetir, intriga o leitor. Ele pensa: já conheço esse relato, mas de outro ângulo. E sente-se parte envolvida, aquele que conhece outras perspectivas e as complementa também.
Afinal, a voz que encerra o livro surpreende, quando é uma voz incorpórea… Voz ou energia, pergunta-se o leitor? É mesmo o que sugere o título do capítulo: De onde virá a minha voz? “Decidi eu mesma contar este último capítulo” (p.257) Quem? Margarida Fahel, a autora conhecedora de Jung, a que recebeu os sonhos?, pergunta-se o leitor, curioso. E, outra vez, o autor lembra a estratégia machadiana. Mas essa voz, em primeira pessoa que se anuncia personagem, Julieta, será também a da autora tomada pela energia através do sonho???? A dúvida metafísica instala-se: “Estarei contando de onde me encontro agora?” (p. 257) . E a voz narradora (em outro plano?) levanta questionamentos metaficcionais: “revendo Isabel, minha vizinha de tantos anos, me ocorreu a interrogação: será que é ela que escreve a história?” . A voz-narradora retoma os personagens que contaram as suas versões da história e, suscitando mais uma vez o mistério, refere “uma brisa por ali chegada […] tão leve, tão carinhosa, entra sorrateira, ninguém sabe de onde chegada…” (p.260)… Nesse último capítulo, as dúvidas sobre o narrador parecem se esclarecer quando, por mistérios metafísicos, a voz se declara: “Tudo isso vi e escrevo. Uma fresta de futuro […] ou estou ali, em algum tempo invisível […] por alguma abertura de tempo e espaço?” (p.260). É a fala de Julieta, a mãe que já morreu!! Morreu?? A sua voz estará na autora, através dos sonhos?? Estará em outro plano? Instala-se, agora, uma inquirição metafísica, que faz lembrar Pessoa: “Há metafísica bastante em não pensar em nada/ O que penso eu do mundo?”.
O epílogo retoma o prólogo. Se o prólogo constata, o epílogo mostra ações possíveis de esperança para a casa (ou as casas) que não é verde; mas o título do livro, sutilmente, diz querer a metáfora. E o vento sopra suave… em energia circulante…
O livro finda, mas fica a inquietação filosófica do pensar o mistério do mundo e da vida. Quem somos? Para onde vamos?
Na sutileza do discurso, ocupando-se do ser, Margarida Fahel busca também explicação para o SER, busca explicação para a vida e seus mistérios…
Ilhéus em abril de 2022
Maria de Lourdes Netto Simões
A Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, acaba de lançar cinco novos livros infantis do poeta Cyro de Mattos inaugurando a Coleção O Menino Poeta, na qual homenageia a escritora mineira Henriqueta Lisboa, autora de livro homônimo considerado como um clássico da literatura infantil brasileira. Os livros de Cyro de Mattos que inauguram a Coleção O Menino Poeta são estes: A Poesia É Um Mar, Venha Comigo Navegar; Existe Bicho Bobo?; Tiquinho de Ternura; Responda Certo, Se For Esperto; A Poesia de Calça Curta.
O primeiro volume da Coleção reúne 17 poemas inspirados no mar, destinados ao público infantil, que contam a jornada de um marujinho poeta, que gosta de navegar por entre os mares verdes e azuis feitos de sustos e tesouros.
O segundo apresenta poemas cheios de graça e harmonia para questionar ao leitor se os bichos vivem à sua maneira, como algumas pessoas afirmam, e se eles são realmente espertos ou não.
O terceiro reúne 15 poemas que trazem a alegria e o riso misturado com a ternura para comover e envolver o leitor desde o primeiro verso.
O quarto apresenta perguntas em forma de charadas desafiadoras e divertidas, encontradas no folclore brasileiro e na sabedoria popular, tendo como assunto a natureza, os bichos, o amor, o riso, entre outros.
O quinto reúne 20 poemas com leveza, beleza e graça, para levar ao coração das crianças que são amantes de poesia pedaços da ternura da vida.
Membro da Academia de Letras da Bahia, Cyro de Mattos é autor de 60 livros de diversos gêneros. Com estes cinco livros da Coleção O Menino Poeta publicados pela Editus alcança a marca de vinte livros destinados ao público infantojuvenil.
EDITUS INAUGURA COLEÇÃO “O MENINO POETA” COM CINCO LIVROS DE CYRO DE MATTOS Read More »