Discurso da Presidente Raquel Rocha na Solenidade de Outorga da Medalha Jorge Amado 2025
Senhoras e senhores, boa noite.
Mais uma vez, a Academia de Letras de Itabuna (ALITA) se reúne para celebrar e para afirmar publicamente aquilo em que acreditamos: a cultura transforma, a educação liberta e o cuidado com o outro é uma das mais nobres formas de existência.
Hoje realizamos a segunda edição da Medalha Jorge Amado, nossa mais alta distinção, idealizada pelo escritor Cyro de Mattos, presidente de honra da nossa instituição. Sua sensibilidade e visão de futuro nos trouxeram este gesto simbólico e profundo: homenagear, anualmente, personalidades e instituições que dignificam a arte, a ciência, a cultura e o compromisso humano.
Essa medalha é um símbolo carrega o nome de Jorge Amado e, com ele, a alma da nossa região, a força da literatura, o olhar para os invisíveis e a defesa dos valores que constroem uma sociedade mais justa e sensível.
No ano passado, homenageamos a professora Renée Albagli, ex-reitora da UESC, por sua contribuição histórica à educação superior, e a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, por sua atuação centenária no cuidado com a saúde dos mais vulneráveis.
Neste ano de 2025, temos, mais uma vez, a honra de homenagear dois nomes escolhidos com sabedoria. Ambos indicados por Cyro de Mattos e aprovados por unanimidade pelos membros da Academia: a Fundação Dr. Baldoino Lopes de Azevêdo e o escritor Jorge de Souza Araújo.
A Fundação Dr. Baldoino nasceu de um gesto de gratidão. Dr. Baldoino, médico e homem de fé, transformou sua trajetória pessoal em uma missão social. O que começou com uma creche, logo evoluiu para o acolhimento de idosos em situação de vulnerabilidade. Hoje, o Lar dos Idosos, mantido com dificuldades e amor, abriga dezenas de vidas que ali reencontram dignidade, afeto e paz. É um espaço de humanidade, onde se cultiva o respeito à memória, às histórias e à espiritualidade.
Já o professor Jorge de Souza Araújo é um intelectual de grandeza rara. Poeta, ensaísta, educador e pensador, autor de quase 50 livros, é uma referência da literatura brasileira e um mestre do pensamento crítico e humanista. Sua obra transita entre o sertão de sua Baixa Grande natal e os grandes temas da cultura ocidental, com densidade ímpar. Jorge não apenas escreve, ele pensa com o coração e sente com a razão. Ao recebê-lo aqui hoje, celebramos sua obra, sua presença entre nós e seu exemplo de intelectualidade comprometida com o humano.
Senhoras e senhores, esta comenda carrega consigo o nome de Jorge Amado, mas também o sopro de tantas vozes que, como ele, narram, cuidam, acolhem, educam e transformam. A ALITA, por meio da Medalha Jorge Amado, faz mais do que homenagear: ela perpetua histórias que merecem ser lembradas e replicadas.
Parabenizo com emoção os homenageados deste ano e agradeço ao querido Cyro de Mattos por sua iniciativa brilhante, que já se consolidou como um dos momentos mais significativos da nossa vida acadêmica e cultural.
Muito obrigada a todos. Que esta noite seja mais uma página bela na história de nossa cidade e da nossa Academia.
Raquel Rocha
23 de outubro de 2025
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