O LEITE DE MALU- Marcos Bandeira

O sol ainda brilhava no crepúsculo, quando Luan resolveu ligar para sua mãe Margarida, funcionária pública, que estava saindo do trabalho na prefeitura municipal de Albedaran. O motivo do telefonema era para que sua mãe comprasse o leite de Malu que havia acabado. Luan estava em casa sozinho tomando conta de Malu, sua filha com apenas dois anos de idade, e também se recuperava de uma fratura na tíbia, provocada por uma disputa de bola num jogo de futebol que ainda o obrigava a andar com o auxílio de uma muleta.

O dia escurecia rapidamente e um vento frio penetrava no quarto de Luan, situado no 1º andar de um prédio antigo, com uma garagem na parte térrea, e ao lado uma escada que levava ao 1º pavimento, onde Luan morava com a mãe, a avó e uma filha, fruto de um romance passageiro.

Luan era um jovem branco, com estatura mediana, vinte e dois anos de idade, estudava Direito e trabalhava como publicitário na agência “Midia em Ação” situada no centro da cidade. Sua mãe, Margarida, era divorciada, trabalhava na prefeitura havia mais de vinte e cinco anos e possuía cinquenta anos de idade. Ela mantinha uma relação muito afetiva com Luan, seu único filho. A avó de Luan, com os cabelos totalmente grisalhos, já tinha setenta anos de idade e adorava o neto, com quem sempre conversava e contava histórias. Agora, com a chegada de Malu, todas as atenções se voltaram  para a pequena.

O telefone continuava chamando. A campainha tocava, chamava, chamava, mas sua mãe não atendia. Certamente estava no silencioso. Depois de sucessivas chamadas Luan acabou desistindo..

Esse momento foi crucial, pois se a mãe de Luan tivesse atendido ao telefone, certamente os fatos se desenrolariam de forma diferente. Luan pensava: “poxa, por que mãe não atendeu? Daqui a pouco vai fechar o mercado e Malu não pode ficar sem leite”. Luan estava angustiado, pois estava sozinho em casa com sua filha e sua avó também havia saído. A noite já se precipitava e sua mãe não chegava.

Decorridas mais de duas horas, Margarida, visivelmente cansada, chegou em casa e pegou sua neta Malu no colo. Nesse momento, Luan se dirigiu a ela e perguntou: o que foi que houve que a senhora não atendeu ao meu chamado de telefone? Liguei várias vezes. Era para comprar o leite de Malu!

Margarida respondeu: Oh, meu filho me perdoe! Deixei o celular no silencioso no carro e fui fazer umas compras. Estou vendo agora que tem várias chamadas, me perdoe meu filho. Vixe, meu filho, então eu vou comprar!

Luan retrucou: de jeito nenhum! A senhora está exausta, e eu já estou bem; posso perfeitamente dirigir e ir até no Mercado Popular, aqui pertinho, comprar o leite de Malu.

Margarida não insistiu. Estava muito cansada. Havia trabalhado duramente o dia todo. De qualquer forma, o mercado fica aqui perto.  Luan pegou as chaves do carro e com o auxílio das muletas passou a descer as escadas em direção ao veículo.

Acomodou-se na poltrona do motorista e ligou a ignição, deixando as muletas na poltrona do carona. Seguiu em direção ao Supermercado Popular, que ficava situado no mesmo bairro onde morava, Palestina.

Eram 19h45 e o Supermercado Popular já estava com as portas semicerradas. Luan taxiava nas imediações para estacionar o veículo. Nesse mesmo momento, uma viatura, com dois policiais militares trafegava pelo bairro Palestina, quando recebeu uma informação de que naquelas imediações havia dois elementos suspeitos num veículo HB20 branco, coincidentemente, a mesma marca e cor do veículo guiado por Luan.

Na vida acontece coisas, que muitas vezes encontram alguma explicação num detalhe, ou numa terrível coincidência, quando o vento do destino muda completamente a vida das pessoas. A vida de Luan estava marcada pelo destino. Ali, naquele momento, tudo poderia mudar… e mudou!

A viatura se aproxima do Mercado Popular e os dois policiais observam um veículo Hb20 parado em frente ao estabelecimento, que já estava fechando. Já eram 20h a noite estava fria. A rua, iluminada apenas por um poste distante cerca de dez metros, trazia pouca iluminação para o local, que estava quase deserto, à exceção de alguns transeuntes que passavam indo para suas casas.

Luan saiu do Mercado, caminhando com o auxílio das muletas e segurando o leite de Malu, dirigiu-se ao seu veículo, quando foi abordado pelo policial Antônio Presépio, alto, negro, com quarenta e dois anos de idade, conhecido matador, frio e calculista, que já contava à época mais de trinta mortes nas costas, entretanto, nunca fora punido. Diz-se que tem um coronel padrinho que o protege. As famílias das vítimas também, com medo de morrer, acabavam silenciando.

Antônio Presépio abordou Luan e com a arma na mão perguntou: cadê o seu comparsa? Vamos, rapaz, diga logo, senão você vai morrer!

Luan, apoiando-se nas muletas, responde: eu não tenho nenhum comparsa. Eu vim aqui para comprar o leite de minha filha. E mostrava a lata de leite.

Antônio Presépio, bastante irado, ordenou: deixe de conversa mole, rapaz. Entre aí no veículo e me dê as chaves. Luan entregou as chaves e ficou do lado do carona. Antônio Presépio dirigiu o veículo, enquanto o outro colega, Luiz, dirigia a viatura. Os veículos foram em direção à Ponte da Ilha, distrito rural, distante mais de 6 km da sede, com apenas uma ruela no meio do matagal na escuridão daquela noite fria.

Luan não estava entendendo nada, e pensava consigo mesmo:” esses caras vão me matar”!

Voltou a falar para Presépio: eu não fiz nada. Por que vocês estão me trazendo para aqui? Não deveria ser para a Delegacia?

Antônio Presépio, então falou: “Vamos ter uma conversinha primeiro!”

Os veículos pararam, numa parte da estrada, distante um pouco do povoado, e Antônio Presépio arrancou violentamente Luan do veículo e o empurrou com muleta e tudo no chão, dizendo em alto som: “agora, você vai me dizer quem estava com você no seu carro. Vamos, rapaz, diga logo, senão você vai morrer aqui!

Luan voltou a dizer que o veículo era de sua mãe e que estava sozinho no carro, mas Antônio Presépio não acreditava no que ele falava e passou a esmurrar Luan, que pulava com um pé só, segurando a muleta, caindo no chão novamente.

Antônio Presépio tentava puxar as unhas de Luan com um alicate. Luan começou a chorar de dor, quando recebeu um golpe no pescoço e caiu novamente no chão.

Antônio Presépio continuava a torturar Luan, Luiz Santos, seu colega, manuseava o celular, quando, de repente, recebeu uma mensagem de Whats App informando sobre a abordagem que acontecera em frente ao supermercado Popular.

Enquanto isso acontecia na Ponte da Ilha, um transeunte que passava pela rua do Supermercado Popular, no momento em que Luan era abordado pelos policiais, passou na casa de Luan e avisou à mãe dele: “A polícia prendeu Luan em frente ao Supermercado Popular. Acho que o levou para a Delegacia”.

Margarida, bastante nervosa, entrou em contato com sua amiga Cecília, que é investigadora policial e trabalha na Polícia Civil, informando sobre a prisão de Luan. Inicialmente achou que fosse porque Luan estava sem a carteira de habilitação, já que ele pegou o veículo apenas para comprar o leite de Malu. Imediatamente, pegou um uber e foi para a Delegacia de Albedaran, enquanto Cecília colocava uma mensagem pelo Whats App no grupo de policiais militares comunicando a prisão de Luan. Foi essa a mensagem que Luiz Santos, parceiro de Antônio Presépio, recebeu em seu celular.

Antônio Presépio se esmerava nas espécies de torturas cometidas contra Luan, que chorava copiosamente, apoiando-se nas muletas. No local, apenas o barulho provocado pelas rãs e a escuridão sem fim. Antônio Presépio pegou uma pistola 40 e mandou Luan segurá-la. Luan, com muito medo e chorando, segurou a pistola. Neste momento, Luan pensou: “Eles vão me matar. Agora, tenho certeza. Depois vão justificar que eu estava portando uma arma e resisti à prisão”.

Nesse momento, Luiz Santos chamou Antônio Presépio e disse, mostrando o celular: “olhe aqui. Já sabem que estamos com o garoto. Temos que levá-lo para a Delegacia. Agora, temos que encontrar uma justificativa. Antônio Presépio se dirigiu até a viatura e, na parte de trás do veículo, dentro de uma sacola, pegou um pacote de cocaína, com uma embalagem vermelha com alguns detalhes, que havia sido apreendida dois dias antes, no centro de Albedaran. Havia várias sacos de cocaína, mas pegou apenas um deles. Saiu da viatura e foi direto para o veículo de Luan onde plantou a droga.

Antônio Presépio tinha o modus operandi já conhecido, de plantar drogas em veículos e imóveis de pessoas perseguidas pela Polícia. Na semana passada, ele adentrou numa edifício no centro da cidade, onde foi surpreendido e filmado plantando drogas na casa do suspeito, que fora preso mas logo liberado pelo juiz, após ter acesso a essas imagens. Apesar disso, ele continuava se escudando na farda da Polícia e protegido por pessoas poderosas da própria Polícia, onde tinha licença para matar. Estava certo da impunidade e assim, continuava sua caminhada criminosa, maculando a boa imagem da briosa corporação.

Antônio Presépio pegou Luan pela gola da camisa e violentamente o jogou no banco de trás da viatura, e voltou-se para o veículo de Luan, guiando-o em direção à Delegacia.

Margarida estava muito nervosa e a toda hora olhava o relógio. Já estava na Delegacia há mais de uma hora e nada de notícia de seu filho. À medida que o tempo passava, mais aumentava a sua apreensão. Finalmente, estava chegando uma viatura. Margarida viu Luan no banco de trás, algemado. Logo atrás da viatura chegava também o seu veículo, guiado por outro policial.

Na Delegacia, Antônio Presépio apresentou Luan e a droga – um saco de cocaína – ao Delegado, dizendo: É um flagrante de tráfico de drogas. Pegamos essa droga no veículo dele, Dra.

Luan, chorava e disse: Não é verdade! Essa droga não é minha. Eu não mexo com isso! Antônio Presépio retrucou: cale a boca, vagabundo, Você está preso!

Margarida tentou entrar na sala da Delegacia para ver seu filho! O Delegado permitiu e ela procurou saber o que havia acontecido. Luan, apenas chorava e dizia que não fez nada.

Não houve jeito. Luan foi preso e flagrado por tráfico de droga. Após ser ouvido, foi encaminhado para o Presídio de Itabuna. A mídia, principalmente, a sensacionalista, proclamava aos quatros ventos: Polícia prende o estudante de Direito, Luan, traficante de drogas. O traficante estava portando um kg de cocaína e foi conduzido para o Presidio de Itabuna.

E assim, o destino se encarregou de mudar a vida de Luan. Um jovem estudante de Direito, que trabalhava com publicidade, e que nunca havia se envolvido com drogas ou qualquer crime. Seu único hobby era jogar futebol. Foi jogando futebol que fraturou a tíbia, de cuja lesão estava se recuperando. Agora, o estudante, trabalhador e pai de uma menina de dois anos, era traficante e estava preso! A segunda notícia não importa, ninguém lembra. A pecha de um jovem envolvido com a droga é que fica.

Luan já estava preso havia três meses e não conseguia recuperar sua liberdade. A mãe de Luan então contratou um advogado experiente, Dr. Filgueiras, criminalista, cuja primeira atitude foi visitar o cliente no Presídio. Lá chegando, depois de passar pela fiscalização dos agentes, dirigiu-se ao parlatório, quando conheceu e conversou com Luan. Este disse, com lágrimas nos olhos: “Doutor, acredite em mim. Sou inocente, estou limpo. Eles plantaram essa droga no carro de minha mãe. Tudo não passou de 10 minutos, quando saí de casa e fui abordado por esses policiais.

Dr. Filgueiras respondeu: Eu acredito em você. É por isso que estou aqui. Agora, eu quero que você me fale tudo o que aconteceu.

Luan passou a contar com detalhes toda a história, até que o Dr. Filgueiras se desse por satisfeito. Já ia se retirar, quando Luan disse: “Espere um pouco, Dr. Por favor me tire daqui. Não é só por mim não. É por minha mãe e minha avó, que sofrem muito por me verem aqui, além de passar por muitas humilhações. Por favor, Dr. me ajude! Sensibilizado com a ponderação do garoto, disse o seguinte: Vou lutar por você, vamos ver o que podemos fazer. Um abraço.

Dr. Filgueiras ingressou com um pedido de revogação de preventiva e juntou provas muito fortes, inclusive provou que a droga plantada possuía o mesmo invólucro das drogas que foram apreendidas na casa de um traficante pelo mesmo Antônio Presépio, inclusive com as imagens de outra abordagem feita pelo referido policial, quando foi filmado plantando a droga no apartamento de um perseguido pela Polícia.

Próximo do Natal, ainda na rua, Dr.Filgueiras recebeu a notícia de que o juiz havia revogado a prisão de Luan. No escritório de Dr. Filgueiras, todos: advogado, estagiário e funcionários, estavam vibrando com a soltura do rapaz, pois se tratava de celebrar a vitória de um inocente.

Dias felizes. Margarida apareceu com Luan para conversar com Dr. Filgueiras. Luan narrou toda a história. Disse que voltaria à sua vida normal, retornando à Faculdade de Direito. O Dr. Filgueiras recomendou cuidados, no sentido de evitar o máximo de sair de casa. E assim aconteceu, Luan voltou para o aconchego de seu lar, abraçando a sua filhinha Malu, que já estava sentindo falta do pai. Vida que agora, seguia normal. E uma injustiça reparada!

O tempo passou e Luan estava muito empolgado com o curso de Direito, onde tirava boas notas e era sempre elogiado pelos professores. Transcorrido quase quatro meses depois que saiu do cárcere, numa noite de abril, Luan pegou sua moto e foi para a Faculdade estudar. Nesse dia ele iria fazer uma avaliação. E assim o fez. O professor despediu-se dele que foi para o pátio da faculdade e ligou sua moto para retornar à sua casa.

Os ventos fortes do destino ainda não haviam se acalmado. Luan, no instante em que ligou a moto de volta para casa não sabia o que lhe esperava. Só não via a hora de chegar em casa, pegar Malu no colo e depois dormir a seu lado. A moto saiu da faculdade. A noite já estava mais fria, pois caía uma chuva fina. Uma moto, a escuridão, o Terminal Rodoviário e um tiro no escuro. A moto se desgovernou e caiu. Havia um corpo estendido no chão. Luan no chão enquanto o sangue escorria. As pessoas se aglomeravam em torno do corpo que agonizava. Alguns tiravam fotos. Vida interrompida!

Adeus Malu, adeus sonhos dourados, adeus o projeto de ser advogado um dia, adeus minha mãe, adeus minha avó! Adeus vida cruel e estúpida! Fui engolido pelo destino. Antônio Presépio realizou o seu desejo de me expulsar deste mundo e aumentou ainda mais o número de suas vítimas!

O celular encontrado com Luan constavam mensagens dando conta de que Presépio estava atrás dele. Ele havia passado uma mensagem para o pai, que era separado da mãe e morava no Rio de Janeiro, informando isso e pediu para que o pai não informasse à mãe para não preocupá-la. Ele sabia que Presépio estava lhe perseguindo, mas não acreditava que ele fosse capaz de lhe matar.

Infelizmente, nada poderia ser feito. A mãe procurou o Ministério Público para denunciar, mas a investigação não evoluiu. Presépio continua praticando seus crimes contra pessoas inocentes, escudado e protegido pela sua farda! Vida que segue… e vidas que continuam sendo interrompidas!

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QUEREMOS UM MUNDO SUSTENTÁVEL!- Silvio Porto de Oliveira.

“Não posso fazer todo o bem que o planeta precisa, mas o planeta precisa de todo bem que eu puder fazer”

Porque a Sustentabilidade é pauta prioritária do mundo corporativo do século XXI.

Não poderia deixar de opinar sobre algumas questões levantadas sobre a importância de uma agência cooperativa financeira ser sustentável na obra e no conceito para os seus associados, colaboradores e a comunidade.

Como Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Sul da Bahia, tenho que olhar a estratégia e inovação, finanças, governança e jurídico, recursos humanos e riscos. Não pode faltar na minha agenda de gestor do século XXI , informações sobre sustentabilidade, trazer fatos históricos e movimentos atuais de investidores, reguladores, bancos, bolsas e empresas, além de enfatizar a importância da liderança – CEO e conselhos – para o avanço desta agenda.

Sustentabilidade tem que ser um tema transversal e interconectado, ao econômico, desenvolvimento,social e governança. No Fórum Econômico Mundial de Davos, o termo mais ouvido foi “capitalismo de stakeholder (parte interessada)” enquanto os cinco principais riscos em termos de probabilidade, pela primeira vez na história do Relatório de Riscos Globais, publicado pelo fórum, foram ambientais.

É uma pauta ainda delicada, pois a mentalidade de muitos gestores, ainda não foram além das questões econômico-financeiros palpáveis e a sustentabilidade ainda não reconhecida como agregadora de valor.

Não poderíamos deixar fora da pauta a pandemia e seus impactos, o que trouxe uma troca interessante sobre o “velho e o novo normal”. Um valioso output desta dinâmica foi o entendimento de que sustentabilidade é assunto de todas as áreas da empresa e precisa estar na pauta do conselho. O mundo corporativo está diante de um enorme desafio, a solução dos graves problemas globais não pode ser deixada exclusivamente para o poder público. As empresas precisam estar mais atentas às necessidades da sociedade e não apenas aos interesses fiduciários de seus acionistas.

O entendimento da Sustentabilidade também transita pela saúde populacional. A saúde em qualquer parte do planeta está associada ao acesso a serviços básicos como água tratada, coleta e tratamento de esgoto.

O valor da saúde é inquestionável e que enfermidades evitáveis como as epidemias de dengue, zica e atualmente Covid-19 estão associadas à forma como se interage com o meio ambiente. A governança corporativa propõe o correto balanceamento do atendimento às partes envolvidas e não justifica o descaso com que os administradores das empresas de saneamento atendem às cidades. O desafio que esta pandemia nos deixa é a necessidade de uma “consciência sanitária”.

Nos médicos temos muito que aprender com os veterinários que sabem fazer uma política preventiva e de isolamento na pecuária de controle das enfermidades como febre aftosa e com os agrônomos que sabem muito bem a importância da proteção das florestas e como o desmatamento prejudica a lavoura com pragas, e a utilização correta de defensivos agrícolas evitando os agrotóxicos.

No campo financeiro não podemos financiar no crédito rural ou empresarial, quem compactua com o trabalho escravo, trabalho infantil, exploração ilegal das florestas e a falta de compromisso ambiental. Além de mobilizar, cada vez mais, a sociedade para pressionar as empresas a ganhar luz com a sustentabilidade.

Os princípios do chamado capitalismo consciente, em que os negócios podem contribuir para solucionar os principais desafios sociais, econômicos e ambientais da sociedade, começam a produzir um modelo econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo , com ações e mudanças sistêmicas  que beneficiarão as pessoas e o planeta.

 A visão macro da sustentabilidade se estruturam em três pilares inter-dependentes:

As pessoas , empresa e planeta.

Geração de empregos, satisfação dos clientes, equidade de gêneros, redução de impactos ambientais, estímulo à energia renovável e redução da emissão de carbono e resíduos.

No Brasil, que tem a maior riqueza e variedade de vida em todos os ecosistemas existentes , precisam ser preservadas.

Temos a maior biodiversidade do mundo e nossos seis biomas: Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Amazônia, Pantanal e Pampas, são importantes para o equilíbrio do planeta.

Em tempos de Governança Ambiental,Social e Corporativa nossas empresas precisam colaborar para que a nossa biodiversidade seja valorizada e preservada.

Todas as empresas têm o papel de integrar os biomas nos meios de produção em todos os mercados.

Nosso grande desafio!

 Esta nascendo junto com a nova sede da Sicredi Sul da Bahia um espaço cultural.

Uma ideia para ajudar a fazer a diferença na nossa cidade e levar conhecimento e oportunidades através da arte, cultura, sustentabilidade e cooperativismo.

Vou juntar a outros projetos do Sicredi como os programas a União faz a vida, Pertencer, Crescer, Informação e Memória, cuidando do público externo nas comunidades, escolas, e também do nosso público interno, associados e colaboradores, participando de atividades nas oficinas de arte, música, fotografia, cinema, teatro, livros, poesias e pintura.

O nosso objetivo é fazer a diferença.

Somos um time nascido para superar dificuldades, movimentar a vida das pessoas, compartilhando oportunidades, dignidade, conhecimento e surpreendendo sempre buscando melhorar a vida das pessoas no lazer, cultura e vida saudável e no lado financeiro.

O nosso DNA e cuidar das pessoas e fazer sua vida muito melhor e muito, mais muito mais cooperativa.

A cooperação e a nossa essência!

E lembrar Giles Deleuze:

“A arte é o que resiste: ela resiste à morte, a servidão, a infâmia, a vergonha”

Silvio Porto de Oliveira.

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EDITAL Nº 001/2021 – ELEIÇÃO DA GESTÃO ADMINISTRATIVA DA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA BIÊNIO 2022 – 2023

 A Comissão Eleitoral da Academia de Letras de Itabuna – ALITA, eleita na Assembleia Geral de 06 de Outubro de 2021, no uso de suas atribuições legais e de acordo com o Estatuto, de 19 de Abril de 2011 e do Regimento, de 2011, torna público o presente Edital de inscrições para o processo eletivo da Gestão Administrativa da ALITA, Exercício 2022 – 2023.

Editado retificado em 26/10/2021

EDITAL Nº 001 de 18 10 21_ ELEICOES ALITA 2022-2023 (26out21)

Anexo anexos_EDITAL Nº 001 de 18 10 21_ ELEICOES ALITA 2022-2023 (1)-convertido

Acréscimo em 22/10/21

FICHA DE INSCRIÇÃO Diretoria 2022

 

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LUTA, REVOLTA E POESIA EM OS VENTOS GEMEDORES- Raquel Rocha

O livro Os Ventos Gemedores, do escritor Cyro de Mattos, vencedor do Prêmio Nacional de Ficção do Pen Clube do Brasil, relembra um Brasil de outrora, que de alguma forma ainda é o mesmo Brasil de hoje. Porque os tempos mudam, as armas mudam, as guerras mudam, mas os anseios e a ganância dos homens continuam os mesmos.

O livro é ambientado nas terras da Vila do Pati, pertencente ao território do Japará, condado criado pelo imaginário do autor, como todas as cenas, movimentos e personagens rústicas, mas que lembra o Sul da Bahia, na época dos desbravadores, jagunços, mata fechada, miséria e opressão. Nesta terra sem lei nos deparamos com o Vulcano Brás, senhor de todas as coisas, e o vaqueiro Genaro, que decide ir de encontro ao dono de tudo.  Uma luta entre as gentes de Vulcano Brás com seus cabras e os que trabalham na terra em regime de escravidão é estabelecida numa demanda em que o mais forte sempre venceu.

O mergulho psicológico que Cyro de Mattos faz nos seus personagens nos envolve na leitura: o conformismo de uns, a inocência de outros, a coragem de muitos.

Em um belíssimo trecho dessa obra conhecemos os medos de Almira e a revolta do seu esposo Genaro: “Que adianta fazer esta revolta, Genaro? O lado de Vulcano Brás sempre foi mais forte”. Ele responde “A pior derrota é daquele que não luta”, acrescentando que “onde ninguém faz nada contra Vulcano Brás só a vontade dele é a única que impera, e os que se agacham permanecem assim mesmo o tempo inteiro, trabalhando, trabalhando, sem nunca ter nada na vida”.

Aparício Pança Farta, dono do armazém, vai de encontro à violência que se espalha no povoado: “Cada um nesse mundo cumpre sua sina. (…) Liberdade ganha com sangue não tem presteza”.

Na nona parte do livro, “Ultimas Ordens”, Cyro da Mattos revela o desejo do poderoso Vulcano Brás quando vê que lhe resta pouco tempo de vida, o de atingir a imortalidade de seu nome e de sua história:   “As dores no peito aumentaram no último ano de sua vida. Numa dessas crises ele chamou Edivina e falou que queria ser enterrado no cemitério da Vila do Pati. Cuidassem de colocar na sepultura o seu busto para que todos se lembrassem dele, comentassem sobre suas andanças e audácias pelas terras do Japará. Morre o homem fica a fama. Era assim que se imaginava depois de morto, admirado em razão dos amplos domínios conquistados, coragem e pulso forte.”

Os ventos Gemedores é um belíssimo romance de suor e luta com narrados com linguagem a poética que é uma marca do seu autor.

Cyro de Mattos nasceu no município de Itabuna, no Sul da Bahia, em 31 de janeiro de 1939, é jornalista, poeta, romancista, contista, novelista, cronista, ensaísta, autor de livros infantojuvenis e gestor cultural. Diplomou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia, em 1962. Dentre seus 80 livros publicados, destacam-se: Os Brabos, O Menino Camelô, Cancioneiro do Cacau, Os Ventos Gemedores e Vinte Poemas do Rio. Seus livros são estudados em universidade, adotado nas escolas brasileiras e sofre reedições constantes. Vários deles foram adquiridos pelos programas educacionais do Governo. É também editado em Portugal, Itália, França, Espanha, Alemanha e Dinamarca. Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México.

 

*Raquel Rocha é cineasta, comunicóloga, psicanalista e integrante da Academia de Letras de Itabuna.

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CENTENÁRIO DA SANTA CASA DE ITABUNA- Silvio Porto de Oliveira.

Calixto Midlej Filho no leito de morte, profetizou: Silvio você , um dia, vai ser Provedor da Santa Casa. Pensei, o Estatuto da Instituição não permite isto. Foi no ano de 1984. No ano de 2001, 17 anos, depois, Edmar Margotto, me chama e diz: Vou mudar o Estatuto da Santa Casa e você vai ser o Provedor. Estava concretizada a profecia.

Calixto é uma unanimidade em Itabuna, na Santa Casa, e tudo que temos feito desde a sua morte , ainda é pouco para pagarmos o que devemos a ele.

Sobre Calixto, escrevi:  “05/07/1984 morre Calixto Midlej Filho, legítimo representante dos homens de Bem desta terra, a melhor  identidade dos homens que amam Itabuna, e grande responsável pelo engrandecimento da medicina da Santa  Casa.

Vai ser difícil imaginar a Santa Casa sem Calixto. Suas visitas matinais , cumprimentando médicos, enfermeiros, funcionários, operários , fiscalizando com minúcias e esmero as obras em curso. O Centro de Estudos era a menina dos olhos de Calixto. Quase sempre no final das atividades na sexta feira à noite, chegava ofegante, sempre com uma boa notIcia, de que tal aparelho estava sendo comprado, que fulano ou sicrano tinha doado algo para os hospitais.  Jamais seremos suficientemente gratos, por tudo que você representou para a medicina de Itabuna. A sua lição de amor e fraternidade e de servir ao próximo, jamais será esquecida”

 

Manoel de Souza Chaves, escreveu : A Calixtinho, o benfeitor.

“Levarás no esquife para os céus, a palma

Da grandeza mansa, da

Virtude austera

Realizou na vida, a perfeição

Da alma

Foi bondoso como a lua é calma

Foi um santo, sem saber que era”

Telmo Padilha, escreveu: Súplica:

“Senhor,

Este que queres levar contigo vai nos fazer muita

Falta.

Já são tão poucos os que fazem alguma coisa por

Nos!

Bem que poderias deixá-lo ficar um pouco mais,

Não apenas para concluir sua obra

Mas para vê-la crescer aos nossos olhos.”

 

Ainda Telmo, em Réquiem para Calixto Midlej Filho :

“Vejo-te no Mariano, o cafezinho

Fumegando nos dedos o cigarro

Em que te amparavas para sustentar a solidão

Do enigma itabunense, a voz ainda firme,

Vejo-te atendendo ao último enfermo

Que te procurou para um lugar a mais

Onde não havia  lugar para um novo leito

Vejo-te dando lições a Hipocrates

Ao novel médico, ânimo ao saturado,

Vejo-te amparando os que ignoravam

Que também precisavas de amparo”

 

Selem Rachid, escreveu Calixto, Calixtinho: “Eu era o palestrante convidado no Rotary, e como de costume, em tese, dei alfinetadas em nossos homens importantes, em nossos líderes. E aí fiz uma exceção. Uma única exceção. Falei que havia em toda região cacaueira , uma só pessoa, um só líder, que fugia a essa armadilha, denuncia construída por mim, o Cavalete Cultura, na tentativa de explicar o porquê de uma pobre região rica”.

 

Meu abraço a todos meus colegas  com quem compartilhei uma vivencia   durante estes  quase 50 anos que atuo nesta Casa , juntando o tempo acadêmico e profissional.  Aqui desde 1970 fiz uma carreira igual na Igreja Católica e  o Exército. Comecei como acadêmico, ocupei todos os cargos na hierarquia médica e cheguei ao cargo máximo da mesa administrativa. A todos os funcionários que também ao longo deste tempo convivi, sempre em harmonia.

Destaco como funcionários emblemáticos e  puro  sangue Santa Casa: André, Tereza Araújo , Lourdao, Lourdes Alves,  Mestre Ataide, Cássia, Cacia, Jorge Pedra, Arnaldo, José Sales, Jorge, Jarinalva, Clodoaldo, Renilda,Rose, Normalice, Loiola, Mestre Adauto, Alberto “Paulo Isidoro”,Heleno e Gel Takaci  in memoria, em nome de vocês , saúdo todos.

Jamais esquecerei o compromisso e o amor demonstrado por abnegados funcionários que criaram um movimento vitorioso, chamado Depende de Nós, idealizado por Hélder, Itamar, Lania, Lourdao, Vitorinha, Rose, Borba, Ana Galvão, entre outros.

A irmandade desta Santa Casa , minha eterna gratidão, que proporcionou uma oportunidade única na minha vida. Ter servido mais intensamente a esta Casa, ao permitir que eu pudesse ser Provedor, e incluir no meu curriculum este Título importante na minha carreira. Destaque especial ao meu amigo e ex Provedor Edmar Margotto, que me confiou a difícil tarefa de continuar o seu trabalho nesta Instituição.

Agradecer  Deus a oportunidade de conviver com médicos extraordinários e pessoas dedicadas  que fizeram história na história desta Casa.

Cheguei a Santa Casa pelas mãos de Urandi Riella, outro gigante nesta história, que ao lado de Galvão Filho, iniciaram a Oncologia Cirúrgica, e depois Urandi implantou o serviço de Quimioterapia , que funciona até hoje.

Urandi , foi Presidente do Centro de Estudos, Vice-Provedor, secretário da Provedoria e não foi Provedor porque não quis.

No meu tempo de acadêmico e estagiando no Hospital Santa Cruz, atual Calixto, aprendi muito, com os médicos da época que tive a honra de conviver.

Aprendi com Guilherme Belmiro de Matos, Clodoaldo Carvalho, Mário Peixoto, Orlando Matos, Raymundo Freire, John Leahy, Geraldo Moura e Silva, Galvão Filho, Julio Brito, João Otávio, Arthur Almeida, Afonso Malta, Nilton Barros, Otilia Moraes,Itamar Pitanga, Wilson Rosas,   Renato Costa, Julio Porto, Alberto Seixas, Amilton Gomes, Ivan Argolo, que foi o primeiro neurocirurgião a trabalhar na instituição.

Tive o prazer de fazer parte de um grupo de acadêmicos , que iniciaram na década de 70, a frequentar os hospitais da Santa Casa, como Urandi, Vieira, Waldemir, Luiz Carlos Duarte, Arcleide, Dóris, Álvaro, Luciano Peixoto, Ubiratan Riella, Josicelin, Eduardo Galvão, entre outros.

Convivi com religiosas admiráveis, como a Irmã Maria José, Irmã Almerina Moretti, Irmã Creuza, Irmã Irene.

Tive a felicidade de conviver com Calixto Midlej Filho, o Provedor do século , e pessoas como Alcides Bezerra, Ottoni Silva, Anisio Torres, Renato Cunha, Eduardo Fontes, Raimundo Seixas, José Oduque,  Alberto Lessa, Licio Fontes, José Orleans, Osvaldo Chaves, Geraldo Pedrassoli, Eduardo Paixão – Duduca, Clodoaldo Matta Virgem, Osmundo Teixeira, Gerino,Entre outros.

A minha equipe da Provedoria,  equipe médica, a minha homenagem citando Eric Ettinger de Menezes, Urandi Riella, José  Humberto Martins, José Antero, Arthur Almeida, Ramiro Aquino, José Lathyner, Ruy Souza, Isaac Ribeiro, Silvany Chaves, John Leahy Filho, Álvaro Andrade, Ricardo Amaral.

Minha gratidão ao ex Provedor José Carlos Macedo que me nomeou Diretor Médico em 1986.

Aos colegas que trabalhou na minha equipe, quando diretor, Jurandy Bezerra, Rene Andrade, Antônio Mangabeira, Mercia Margotto, Ricardo Kauark, Alair Castro, Fanny Reinel, Antônio Carlos Brito, Jurema Mendonça , John Leahy, Jaime César Nascimento.

Momento marcante da minha gestão em 2002, quando foi realizado o primeiro transplante renal da Santa Casa e do Sul, Sudoeste, e Extremo Sul da Bahia, no dia 26/10/2002, sendo a equipe médica de Itabuna João Correia, Fernando Cruz, Almir, Neide, Marcelo Araújo, Ruy Souza diretor médico.

Outro momento importante foi a implantação do CACON – Centro de Alta Complexidade em Oncologia na Santa Casa,  em  2003, contando com a presença de Galvão Filho, que deu nome ao novo Serviço, e contando com a participação decisiva no projeto da equipe Oncosul,  o Chefe do Serviço de Oncologia Urandi Riella, o Chefe da RadioterapiaFrancisco Vieira,  o secretário de saúde Edson Dantas,  o diretor médico Ruy Souza. Na solenidade de assinatura do ato em Brasília,  além dos citados, ainda tivemos as presenças do Ministro da Saúde Barjas Negri, o Secretário Executivo do MS Renilson Rehem, o diretor do INCA Jacob Kliegerman e o Sr. Humberto Riella que representou a Irmandade da Santa Casa no ato solene.

No Plansul, após uma assessoria especializada, implantamos um modelo de negócios compatível com as regras mercadológicas das operadoras de planos de saúde e contratamos o Dr. Carlos Benjamin Auad, experiente colega na gestão de operadoras e conhecedor dos normativos da ANS.

O Centro de Estudos , fundado pelo médico Renato Costa em 1974, foi outra grande ideia e responsável por manter o nível de qualidade e especialização dos médicos da instituição. Grandes médicos foram importantes para manter a longevidade do mesmo,  atuando como presidentes Urandi Riella, Perivaldo Almeida, Angela Setenta Ferreira, Célia Kalil Mangabeira, Wandick Rosa, Alair Castro, Augusto Lins, Almir Alexandrino, Antônio Rossi, Neide Vinhático,Marcelo Araújo.

Agradeço a Edmar e Paulo Bicalho a oportunidade de ser Presidente do Centro de Estudos, que na nossa gestão transformamos na Fundação , hoje conhecido como Funcepes.

Não posso esquecer o papel decisivo de Edmon Lucas, na pacificação da instituição  e que resultou na eleição de outro grande provedor deste século, responsável pela aquisição do primeiro tomógrafo do interior da Bahia em 1988, e o início da alta complexidade nos hospitais da Santa Casa.

Estou falando do Grande Ailton de Melo Messias.

Outra grande médica que ao meu lado iniciou a alta complexidade em imagem da Santa Casa, minha homenagem a Maria Helena Andrade.

Outros grandes médicos da Santa Casa, que tive o prazer de conviver, foram brilhar em outras cidades como Alberto Peregrino, que elevou o nome da Santa Casa, em Congressos Nacionais e Internacionais, com publicação de trabalhos científicos em revista de renome. Em Itabuna fundamos com Prof. Spina França a Sociedade de Neurologia Tropical do Brasil secção Bahia.Os clássicos trabalhos  inéditos sobre Neurocisticercose e Esquistossomose Mansoni do SNC na Bahia.

Desde Alicio Peltier de Queiroz, Galvão Filho, Alair Castro, Alberto Peregrino e atualmente Luís Jesuino, sempre a Santa Casa teve seu nome agregado aos trabalhos científicos dos médicos citados.

Outro itabunense, que também trouxe importante contribuição para Itabuna, e que modernizou a anestesiologia de Itabuna,  José Abelardo Garcia de Meneses, ao lado de  Ubiratan Riella, Isaac Ribeiro, Lucidio Liborio, Antonio Andrade Brito Filho, Angela Farias, Telma Dantas e Antônio Gomes.  Abelardo Foi trabalhar em Salvador e  galgou cargos importantes nas entidades médicas baianas e nacionais, com destaque para Conselheiro Federal do órgão máximo da medicina brasileira, o nosso Conselho Federal de Medicina , Presidente do Conselho de Medicina da Bahia, Coopanest e SBA.

Na história mais recente tive a oportunidade de conviver com pessoas do Bem e de grande futuro para Itabuna e para a Santa Casa, como Eric Ettinger Jr, Edmar Jr., Silvio Roberto, Ronaldo Abude, Peter Deviris, Clovis Aquino e Glaucio Mozer Carvalho.

Mas até para morrer em paz,  vou abrir uma homenagem pessoal ao meu colega  e amigo Manoel dos Passos Galvão Filho, primeiro médico com pós graduação a chegar em Itabuna  e trabalhar na Santa Casa na década de 1960, e que foi um divisor de águas na medicina de Itabuna, dentro da minha contemporaneidade.

A Bahia, Itabuna, a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna deve uma justa homenagem a  esse acreano, cuja história medica se confunde com a história da própria instituição.

A medicina contemporânea  de Itabuna tem dois períodos : antes e depois de Galvão Filho. Galvão está no mesmo patamar de outro medico que marcou a nossa história, Alicio Peltier de Queiroz, em outro tempo.

Os médicos mais novos, precisam saber da importância de Galvão para este momento que vivemos.  Todos sabemos da história patrimonialista que sempre conduziu a pratica medica na nossa região, e Galvão teve como missão principal resgatar o que ele chamava dos filhos da terra, para o exercício da medicina em Itabuna. Galvão naqueles tempos difíceis, levou o nome da Santa Casa para o Brasil e para o mundo, participando de Congressos e treinamentos no exterior. E clássico o seu trabalho sobre  prevenção do câncer ginecológico na região rural da zona cacaueira.

Hoje a alta complexidade,  a oncologia , os transplantes renais, a cirurgia cardíaca, a hemodinamica, a Neurocirurgia, a cirurgia bariatrica, Unidade Coronariana, a cirurgia videoendoscopica entre outros,  teve seu inicio quando Galvão introduziu a laparoscopia em nosso meio.

Meus amigos, ninguém tira frutos de raiz. Para se colher os frutos , tem que ter alguém para trazer a semente, semear em terreno fértil, cuidar da arvore e depois colher, e as vezes nem sempre quem colhe  e o mesmo que plantou.

Galvão você foi sempre um mestre para todos nos medicos de sua geração. Pela sua competência e pela grandiosidade de sua trajetória profissional.

Disse o poeta: Amigo e coisa para se guardar no lado esquerdo do peito. Mas você Galvão eu guardo nos dois lados do peito.

Galvão sempre incentivou os jovens medicos, e eu me incluo nesta lista. Galvão que o seu exemplo continue a inspirar os medicos e dirigentes desta Santa Casa. Que o seu exemplo seja fonte permanente da busca da excelência na saude da nossa região.

Para terminar nao poderia deixar de mencionar duas poesias , sobre  a nossa querida cidade de Itabuna e a nossa Santa Casa , autoria de Valdelice Pinheiro e de Cyro de Mattos representantes dignos da cultura itabunense , que hoje   tem duas Academias de Letras.  Onde despontam figuras como Cyro de Mattos, Marcos Bandeira, Sônia Maron, Sione Porto, João Otávio Macedo,Jaime César do Nascimento Oliveira, Lurdes Berthol, Raquel Rocha, Silmara Oliveira , entre tantos outros, e que orgulham a nossa cidade.

No cemitério,

no chão puro,

no ar,

no tempo que passou,

em tudo,

aqui,

vive tudo de mim;

meu pai e minha mãe

sob uma legenda e flores,

os meus primeiros sons,

a primeira imagem

de meus pés andando por si sós

e todos os meus olhos

se estirando

pelo verde dos cacaus abertos na mata

como um mar que desse frutos de ouro

e frutos de fome.

Aqui cresceram as minhas mãos

com ânsias de infinito e cheias de agonia.

Aqui nasceram e morreram

as minhas dores mais reais

e mais as ilusões de minhas alegrias.

Aqui eu aprendi o sentido da Paz,

a extensão do amor,

o quanto vale o homem

e de que tipo

de suor,

de força,

de coragem,

de doces e tristes coisas

é feita a vida.

Eu sou plantada neste chão.

Este chão sou eu.

Valdelice Pinheiro.

“Santa Casa de Misericórdia, Era preciso um leito/ na última agonia// Para curar e aliviar,/ era preciso um leito/ Monsenhor Moysés Couto/ sem hesitar dizia./ Fez-se a planta/ numa colina./ Canto de um dia novo/ andou na cidadezinha./ Santa casa que clareia,/ Santa  Casa  das dores./ Até hoje no leito/ duelam a noite e o dia”.

Cyro de Mattos: “Quem ama Itabuna, ama a Santa Casa de Itabuna. “

Obrigado Santa Casa! Obrigado Itabuna!

Silvio Porto de Oliveira.

CENTENÁRIO DA SANTA CASA DE ITABUNA- Silvio Porto de Oliveira. Read More »

Editora Universitária do Paraná publica Livro de Cyro de Mattos sobre Quinze Autores Universais

Kafka, Faulkner, Borges e Outras Solidões Imaginadas, de Cyro de Mattos, é o novo lançamento da EDUEM, editora da Universidade Estadual de Maringá, Paraná. O livro reúne quinze estudos sobre autores clássicos universais, tem capa do desenhista Juarez Paraíso e prefácio de Gerana Damulakis.  Membro da Academia de Letras da Bahia, este é o quarto livro de ensaio do autor baiano, que já publicou oitenta livros de diversos gêneros.

Autor editado também em Portugal, Itália, França, Alemanha, Espanha e Dinamarca, Cyro de Mattos faz neste novo livro de ensaios a análise dos autores seguintes: Tchekhov, Aldous Huxley, Fernando Pessoa, Dostoiévski, Kafka, Scott Fitzgerald, Gabriel García Márquéz, James Joyce, Jorge Luís Borges,  José Saramago, Julio Cortázar,  Miguel Torga, Sherwood Anderson, Sophia de Mello Breyner Andresen e William Faulkner.

Para Cyro de Mattos, esses quinze autores formam um conjunto de vozes sob a clave da solidão, que nas visões de mundo convidam-nos a habitar o imaginário por meio da contemplação dos sonhos. Nos vícios da solidão, remete-nos à impossibilidade da fuga no drama, à perda de identificação sob o domínio do ilógico, aos labirintos no curso sem saída, à convivência das neuroses, à catarse na dor, simbolizando o real pior do que ele é.

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Lançamento online do livro “O Gigante e a Bicicleta e outras belas crônicas”

Lançamento online do livro “O Gigante e a Bicicleta e outras belas crônicas”, do escritor Fernando Leite Mendes, sob a organização de Cyro de Mattos e Ivo Korytowski.

O lançamento será às 19h, na quinta-feira, dia 14 de outubro, pela plataforma do Youtube e será retransmitida pela rede Facebook.

 

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