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Missa de Sétimo Dia de Sônia Carvalho de Almeida Maron

A missa de sétimo dia da juíza Sônia Maron, ocorreu nesta segunda-feira, dia 27/12 às 18:00 na Catedral São José, igreja Matriz de Itabuna. A Celebração reuniu parentes e amigos para prestar, mais uma vez, homenagens a essa grande mulher.

Sônia Maron  está entre os fundadores da Academia de Letras de Itabuna (ALITA), da qual foi presidente por dois mandatos.  Titular da cadeira 14  que tem a  escritora Valdelice Pinheiro como patrona.

Falecida no dia 21 de dezembro de 2021,  a Alitana recebeu homenagens de seus filhos Otávio César e Ana Clara, seus  netos Beatriz, José Ricardo e Yasmin, seu genro José Francisco e sua nora Ângela Cristina.  Representando a  ALITA,  escritor Cyro de Mattos e a cineasta Raquel Rocha,  estiveram presentes na celebração.

MENSAGEM
Mãe, Vó e amiga,
Mulher elegante, bela e guerreira, lutou sem receio pelo que amou e acreditou.
Estrela cadente que iluminou as nossas vidas, honra-nos e glorifica-nos essa passagem exitosa no plano terreno.
Hoje a dor física da sua ausência material nos entristece, mas sabemos que o retorno à morada eterna se fez necessário.
A Senhora cumpriu com louvor, dignidade e justiça sua passagem por nossas vidas.
Rogarmos a Deus que a acolha e eleve o seu espírito ao lugar de merecimento. Bençãos de Luz, Paz e vida eterna.
Amamos ontem, hoje, sempre e sublimaremos o seu legado.
Filhos, netos, nora, genro, familiares e amigos.
Sônia Carvalho de Almeida Maron
19/07/1940-21/12/2021

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Cid Teixeira e Sonia Maron- Um duplo adeus

Cid Teixeira e Sonia Maron

Um duplo adeus. Direito e História vivem em mútua influência, a ponto de Ortolan ter afirmado que todo historiador deveria ser jurista e todo jurista deveria ser historiador. É hora da despedida a quem tão bem contou nossa terra e nossa gente, detalhe por detalhe, cada esquina da velha Cidade da Bahia. Alves Velho ensina que dia a dia, à medida que nossos conhecimentos avançam, vamos encontrar escondidas, na antiguidade, as sementes de todas as novas ideias, que até agora nos haviam passado despercebidas. A querida professora Sonia Maron, imortal da Academia de Letras de Itabuna,  jurista do Direito Penal, ensinava e vivia tudo isso, exímia que era em Humanidades e na fluência elegante e simples das palavras. Vão-se duas referências da internacionalmente reconhecida dime nsão historiográfica que obteve a minha Hermenêutica da Desigualdade. É uma apertada síntese cheia de gratidão, saudade e reconhecimento. Trata-se de um duplo adeus.

TAURINO ARAÚJO

 

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Adeus à juíza Sônia Maron exalta mulher “à frente de seu tempo”

Por Celina Santos


Muitas são as referências a marcar a trajetória da juíza aposentada Sônia Carvalho de Almeida Maron, que faleceu às 11h15min de terça-feira (21), após lutar por três anos contra uma leucemia. Nascida em Itajuípe e moradora de Itabuna, ela deixa, em 81 anos de vida, o exemplo de empoderamento feminino. Aliás, muito antes de esse termo ser cunhado.

Dra. Sônia foi juíza do Tribunal de Justiça da Bahia por 35 anos, atuou em Salvador e em Itabuna, na 1ª e 2ª Vara Crime. Na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), lecionou no curso de Direito.

Já na esfera literária, foi uma das fundadoras da Academia de Letras de Itabuna (Alita), a convite do escritor Cyro de Mattos, contemporâneo dela. Ele usou as letras para despedir-se da amiga, a quem eleva votos de “merecido descanso na casa do pai eterno” (poema ao final desta matéria).

Amigo de infância, o médico João Otávio Macedo, carinhosamente chamado por ela de Tavinho, mostrava um olhar atento no velório – como se ali recordasse as brincadeiras compartilhadas e o visível afeto mútuo que demostravam. Ele também integra os quadros da citada entidade literária.

A atual presidente da Alita, Silmara Oliveira, atribui a “elegância e a competência como marcas indeléveis da querida confreira”. “Nos deixa saudades e gratidão de partilhar do seu convívio. Rogamos ao pai celestial que seja doce essa passagem e que sua família seja confortada pelo amor divino”, clama.

Mais manifestações de afeto

Outra confreira, a escritora Ceres Marylise também registra o carinho pela companheira de jornada. “Convivemos diariamente durante quase cinco anos. As horas alegres e prazerosas, cumplicidade e caminhada foram muitas. Que minha linda miss esteja descansando ao lado do Senhor!”, declarou.

Já o casal de vizinhos Rosana e Marcos Bandeira (ele também juiz aposentado e confrade), refere-se à moradora que os recebeu com flores, quando passaram a residir no mesmo prédio, no bairro Jardim Vitória.

Uma das últimas pessoas a servir uma refeição para Sônia, a cuidadora Célia Sousa falou da mulher autêntica, que era franca ao dizer às pessoas o que precisava ser dito. Ao mesmo tempo, sempre amorosa no convívio com todos.

Numa moção de pesar, o prefeito Augusto Castro mencionou Sônia Maron como um mulher de inteligência e cultura raras, elegante e de finíssimo trato. “A magistrada distribuiu Justiça ao longo de sua vida. Itabuna, a quem represento pela maioria da vontade de seu povo, lamenta sua morte”.

Uma legião de amigos e admiradores hoje compartilha a saudade vivida pelos filhos Otávio César e Ana Clara, mais os netos Beatriz, José Ricardo e Yasmin.

 

 

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CRÔNICA DE SÔNIA MARON –  Cyro de Mattos

Nunca vou dedicar um texto ou livro meu a quem andou comigo na jornada da vida. Não vou dedicar à Sônia Maron, inserindo abaixo do título o registro “de saudosa memória”. Recuso-me à submissão da homenagem com essa feição de saudade e afeto, memória e luto.  Simplesmente prefiro fazer assim: dedico à amiga Sônia, que sempre estará comigo. Fazendo parte de mim, não se desligará até quando chegar minha hora nessa verdade que pesa em cada um de nós.

O que tenho a dizer diante do inexorável, nessa hora que fere, dói, como dói? Viver é morrer o presente, houve quem dissesse. Lembro que ela brincava na matiné do carnaval infantil, animada no clube social.  Dava voltas no salão, cantando:

Chiquita bacana
Lá da Martinica
Se veste de uma casca
De banana nanica.
Não usa vestido,
Não usa maiô,
Inverno pra ela
É pleno verão,
Existencialista
Só faz o que manda
O seu coração.

Jogava confete, serpentina, cantava, não parava, seguia alegre dando volta no salão.

Era nossa infância como parte do encanto, igual à liberdade caminhava de mãos dadas com a inocência, a ternura e a esperança. Em noite clara, as meninas brincavam de ciranda na rua. Os meninos escutavam no passeio.

Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta,
A meia volta vamos dar

Prefiro lembrar a garota mais bonita de nossa juventude. Foi rainha dos estudantes, da primavera, da cidade. Foi rainha de tudo. Quando passava, arrancava suspiros dos rapazes com a pose de galã fatal. Já moça, nos bailes noturnos esbanjava alegria no carnaval do Grapiúna Tênis Clube. Às vezes romântica, no salão triste seguia, triste cantava.

Eu perguntei ao malmequer
Se meu bem ainda me quer
Ele então me respondeu que não.
Chorei, sofri, por saber que ele
Feriu o meu pobre coração.

Foi madrinha do time de futebol do Itabuna quando o Vasco da Gama do Rio veio jogar no Campo da Desportiva. Entregou um buquê de flores ao chefe da delegação dos visitantes. Uma flâmula da cidade ao capitão Belini do Vasco, que há pouco tempo tinha se sagrado campeão mundial de futebol pelo Brasil, nos campos da Suécia, ao lado de Garrincha, Didi, Vavá, Zagalo, Nilton Santos e outros craques. Fez um discurso improvisado, as palavras incandescentes, as imagens certeiras. Arrancou palmas de todos.

Um dia aconteceu como Juíza de Direito. Ficou assim para sempre no exercício eficaz da função. Atuava na Justiça criminal, gostava de presidir as sessões do Tribunal do Júri. Dizia: façam silêncio, se não vão sair do recinto. Estamos julgando duas paixões numa tragédia, a dos familiares do réu e a dos parentes da vítima, que teve a vida ceifada por motivo doloso.

Por mais que queira explicar o inexorável, nessa hora sob o peso do mistério, não consigo chegar perto, cambaleio.  Oi, Sônia, minha conterrânea, como eu e outros abnegados, gente sonhadora desta terra, foste fundadora da Academia de Letras de Itabuna. Com esforço, alma e vida fizemos o parto. Tenha cuidado agora, não se perca. Embora seja a hora escura, calada e fria, haverá na estrada a mão de Deus que guia.

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UM ADEUS DE CORAÇÃO- Ruy Póvoas

Hoje, 21 de dezembro de 2021.

Natal se aproxima e a variante Ômicron se torna uma grande ameaça.

Um misto de alegria e temor nos envolve de um amanhecer a outro.

Como se isso não bastasse, ameaça maior rodeia e campeia as imensidades: é Iku, conforme o povo nagô denomina a morte. Impiedosamente, vai decepando o fio da vida de nossos queridos parentes, amigos, colegas, benfeitores. E hoje, Iku passou pelos nossos campos e cortou o fio da vida de Sônia Maron.

Em nós, que tanto bem lhe queríamos, um choro embargado faz doer a garganta. Mulher, mãe, avó, amiga, professora, juíza, fundadora da Academia de Letras de Itabuna, para além de inúmeras ligações outras que ele manteve com diversas instituições.

As frases, períodos e parágrafos que agora se negam a nos socorrer numa homenagem sincera, fluíam facilmente do intelecto de Sônia quando ela se dava ao trabalho de escrever. Suas crônicas e artigos permanecerão conosco, num testemunho de seu brilhantismo. Sônia Maron, professora exemplar. Sônia Maron, que com justeza aplicava a Lei nos seus julgamentos. Sônia Maron, senhora de um olhar mais espraiado e participou ativamente na FESPI e da fundação da UESC. Sônia Maron, nossa confreira fundadora da ALITA.

Gestada e nascida de dois Arquétipos Criadores: as Águas de Oxum Apará e o Fogo de Oyá, assim ela se definia para os íntimos que comungávamos de suas crenças. E o tempo-espaço deste aqui e deste agora tornou-se pequeno para sua alma grandiosa, generosa, atuante. Quando soou a trombeta do término de sua luta, verdadeiramente sua missão já tinha se cumprindo. Agora cabe à inteligência grapiúna velar por sua memória. Aos seus ex-alunos e ex-alunas, o exercício de seus exemplos. À classe jurídica, lições de como proceder quando a injustiça for praticada.

Para seus confrades da ALITA, a obrigação de seguir suas pegadas. Aos que morejam na UESC, a herança de quem soube batalhar pelo brilho da luz do saber.

E em todos uma imorredoura saudade de tão nobre pessoa. A ela devemos o privilégio da convivência com tão refinada criatura. Senhora de si e de seu destino. Portadora de gestos de nobreza e esmerado trato para com os demais.

Sônia Maron partiu, mas deixou conosco o que ele soube construir de melhor no processo de toda a sua existência. E isso se constitui dívida impagável por parte de quem ela contribuiu, de uma forma ou de outra, para um viver mais leve.

Saudades eternas de seus parentes, aderentes, amigos, confrades e colegas. E aqui, fico eu, seu babalorixá, para continuar o que, juntos, tantas vezes discutimos na nossa caminhada religiosa e intelectual. Axé!

Ajalá Deré – Ruy Póvoas

 

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HOMENAGEM PÓSTUMA A SÔNIA MARON- Marcos Bandeira

Coube a mim, por determinação da presidente da Academia de Letras de Itabuna, Silmara Oliveira, prestar a última homenagem a nossa confreira querida, Sônia Maron, que nos deixa num momento ainda difícil e conturbado por que passa a humanidade.

Ainda não era meio-dia, quando recebi a triste notícia no silencio do meu lar. Algumas vozes distantes, o canto de um pássaro… E as asas da minha memória me levaram a um cenário, a um horizonte, onde encontrei uma grande mulher….

Sônia Maron, mulher de personalidade forte, perfeccionista, bonita, elegante, sensível e inteligente….

O dramaturgo Bertold Brechi deixou a seguinte lição:

“ há pessoas que lutam um dia e são boas ; há outras que lutam um ano e são melhores; há aquelas que lutam muitos anos e são muito bons ; mas há os que lutam toda a vida e estas são imprescindíveis”.

Sônia Maron era esta mulher pujante, guerreira, generosa, de personalidade forte, que defendia suas convicções com uma dignidade admirável. A tua bandeira era a educação como um meio de transformar o ser humano, a generosidade e a justiça como a razão de ser de sua luta.

A conheci de longe como magistrada, mas a sua boa fama já corria por todo o Estado da Bahia, delineada como juíza estudiosa e firme nas suas decisões. Assim de tanto admirá-la, acabei também me tornando magistrado; a tua postura como profissional exemplar serviu de inspiração para muitos, inclusive para mim!

Os ventos do destino me empurraram para a Universidade estadual de Santa Cruz– UESC, onde também fomos colegas na cátedra da ciência jurídica. Guerreira e com aguçado senso de responsabilidade, saía algumas vezes de salvador para ministrar aulas na UESC, instituição na qual ela se dedicou de corpo e alma. Chamava-me a atenção, a tolerância e o prazer com que ela orientava os discentes da UESC, e por essas e outras, acabou sendo professora também das minhas filhas, Michelle e Danielle.

Finalmente, por mais uma dessas coincidências ou caprichos do destino, fui morar no prédio do condomínio Carlos Drumond de Andrade. Ela morava no 6º andar, eu no 5º.  A sua sensibilidade era tamanha que recebeu toda a minha família com um buquê de flores e um jantar. Nunca me esqueci desse detalhe que revelava toda a sua lhaneza e sensibilidade no trato com as pessoas. Onde passava, nos corredores ou no elevador, deixava o aroma do seu perfume. Era exigente na preservação do condomínio e algumas vezes emprestava o seu apartamento para receber os confrades e confreiras da ALITA. Reuniões inesquecíveis com intelectuais, artistas, poetas, escritores e pessoas comuns, sempre com seu refinado trato e elegância, regado a um bom vinho e ao som de um violino.

Como magistrada, como professora, como acadêmica, escritora, não  permitia a si própria o auto elogio, pois como dizia sempre: “ elogio em boca própria é vitupério”.

Um certo dia, por mais uma dessas coincidências, a convidei em nome do acadêmico e escritor, Cyro de Matos, para fazer parte da Academia de Letras de Itabuna, que estava nascendo naquele dia 19/04/2011. Ela não hesitou e passou a contribuir decisivamente para a consolidação da academia, ajudando na elaboração do estatuto e do seu regimento interno. Participava ativamente de todas as reuniões. Fui o seu primeiro presidente e contei com sua inestimável ajuda até para sediar a academia no antigo escritório de seu filho, Otavio César. Ela me sucedeu e foi presidente por dois mandatos seguidos, realizando vários projetos voltados para a sociedade e propiciando as condições para a produção do conhecimento, através da revista Guriatã e do site da ALITA.

Querida confreira Sônia Maron, o seu corpo físico vai nos deixar, porque ele é material e perecerá, mas o teu legado imaterial jamais morrerá em nossos corações e nas nossas memórias, porque você será sempre uma pessoa imprescindível em nossa caminhada!

Agradeço pelo privilégio de compartilhar da tua amizade, e para despedir, permita-me recitar um verso de Saint Exupery:

Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”.

Obrigado!

Marcos Bandeira

 

 

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Homenagens dos Alitanos à querida Sônia Carvalho de Almeida Maron- Uma das fundadoras e ex-presidente da Instituição.

Apaixonada pelas causas que abraçava, palavra forte, corajosa e, talvez até escondesse isso um pouco, capaz de grandes delicadezas. Recebi dela um enorme apoio quando resolvi fazer um lançamento bonito, em nome da ALITA, do meu segundo livro, em 1918. E, naquele momento, ela nem estava bem de saúde. Mas Sônia era assim: sincera, às vezes de franqueza muito fácil , mas um coração leve e pronto a ajudar. Dela, recebi sempre o carinho e a palavra incentivadora.
Bonita, vaidosa, orgulhosa do belo cabelo, porém pronta para qualquer luta, sem medo ou subterfúgios. Isso é apenas um pouco de Sônia Maron.
Que seus filhos e netos e nós, seus amigos que sempre a admiramos, a cubramos de bênçãos.

Margarida Fahel

 

Sônia querida, nos conhecemos ainda bem jovens, você no Quartel Velho, eu na Fazenda Castelo Novo e Ubaldo na Benjamin Constant. Você sempre linda, irradiando alegria e muita vontade de viver. Partilhamos de muitas festas na nossa cidade. Você sempre amorosa e muito delicada comigo e com Ubaldo. Você foi aquela mulher forte e corajosa, capaz de quebrar barreiras. Fez seu próprio destino e escolheu sua nobre missão. Passou por cima de inúmeros obstáculos, deixando para os que ficam um exemplo de coragem e persistência na sua trajetória de vida. Ficamos muito felizes quando se tornou juíza. Acompanhamos os seus sucessos na profissão. Desejamos que você feche esse círculo terreno com o mesmo vigor e a mesma esperança. Siga o caminho de luz que você mesma traçou, enquanto aqui esteve.

Descanse em paz.

Com eterno carinho Ritinha e Ubaldo.

 

Sônia Maron, elegância e simplicidade na mesma medida!  Ela abriu as portas da Academia de Letras de Itabuna para novos integrantes, apostando na soma entre a tradição e a modernidade em favor da literatura.
Gostava de compartilhar histórias, vivências, gargalhadas, sempre deixando à vontade todos que com ela convivessem. Avessa a formalidades, preferia ser chamada apenas de Sônia. Sem títulos que afastassem o interlocutor. Porque ela queria proximidade, amizade, afeto – palavras tão caras nesta era de “modernidade líquida”, da qual Zygmunt Bauman tanto nos falou (ele figurava, inclusive, como um dos autores favoritos dela).
Ah, Sônia! Seguimos daqui buscando escrever boas histórias pela vida afora e aplaudindo o caminho vitorioso que você percorreu e tanto inspira quem cruzou seu caminho.
Rogamos a Papai do Céu que a conduza por um caminho de luz e que seu brilho resplandeça para sempre em nossa memória.

Com imenso carinho,
Celina Santos

 

PESARES DE SÔNIA MARON

 

Cyro de Mattos

Quem entende esse gesto?
O passado não tem volta.
Não se esvaem as dores
Prisioneiras do presente.

O vento que se aloja
nessas asas fabrica
vozes em rito de pesares,
que não se decifram.

Ó tempo rigoroso
no musgo desse muro,
sinto frieza no meu peito,
como fere nesse inverno.

Até no encanto assustas,
a flor que aparece
é a mesma que breve
no pó desaparece.

Imutável nesse estar
que ceifa a inocência,
a solidão de anoitecer
teu enigma que ofertas.

Hora que não tem cura,
Vez que não tem volta
Enquanto a noite chega
Para soterrar o dia.

Ó tempo quão amargo
É teu rigor nesse gesto
Que só a ti pertence,
Sufoca no meu peito.

De ti em dó e lágrima,
o que dói não é o calor
que aqueceu o coração,
mas as coisas que não virão.

 

 

 

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Academia de Letras de Itabuna se despede de uma das suas fundadoras e ex-presidente Sônia Maron

Uma mulher firme, elegante, de olhar atento e raciocínio rápido. Em ligeiras palavras, assim era a juíza Sônia Carvalho de Almeida Maron, que faleceu na manhã desta terça-feira (21), em Itabuna. Aos 81 anos, a magistrada aposentada nasceu em Itajuípe e trilhou um sólido caminho nas esferas jurídica, acadêmica e literária.

Ela era uma das fundadoras da Academia de Letras de Itabuna (Alita), da qual foi presidente por dois mandatos e onde prezava pela valorização da tradição, da cultura e da educação neste município. Os amigos de infância, como o escritor e advogado Cyro de Mattos, lembram com carinho das histórias compartilhadas com Dra. Sônia. “Minha conterrânea que morava na rua do Quartel do Velho, onde moravam meus pais numa casa humilde. Ela merece o descanso na casa do pai eterno”, roga o escritor, também fundador da Alita.

A atual presidente da entidade, Silmara Oliveira, atribui a “elegância e a competência como marcas indeléveis da querida confreira”. “Nos deixa saudades e gratidão de partilhar do seu convívio. Rogamos ao pai celestial que seja doce essa passagem e que sua família seja confortada pelo amor divino”, clama.

O corpo dela será velado no SAF a partir das 17h30min e o sepultamento ocorrerá na manhã de quarta-feira (22).

Carreira eterna

 

Titular da cadeira 14 na Alita, cuja patronesse era a saudosa escritora Valdelice Pinheiro, Dra. Sônia era mestre em Direito Penal pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); foi professora da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz) e atuou como juíza no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-Ba) por mais de duas décadas. Neste período, atuou na 1ª e 2ª Vara do Júri, em Itabuna.

Afora a sala de aula, o vasto conhecimento dela foi compartilhado em palestras, artigos, bem como no livro “Legítima Defesa no Tribunal do Júri”.

Além da legião de amigos, deixa órfãos os filhos Otávio César, Ana Clara e três netos (Beatriz, José Ricardo e Yasmin).

Fonte: Diario Bahia- Celina Santos

Sonia Maron em ocasião da eleição da nova diretoria da Academia de Letras de Itabuna- ALITA.
Sonia Maron em ocasião da eleição da nova diretoria da Academia de Letras de Itabuna- ALITA.

 

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Sonia Maron em ocasião da posse dos novos membros da Academia de Letras de Itabuna- ALITA em 2013

 

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Sonia Maron no lançamento do primeiro número da Revista Guriatã da Academia de Letras de Itabuna- ALITA.

 

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Livro Canti della terra e dell’acqua de Cyro de Mattos

Editora na Itália Publica Livro de Cyro de Mattos

“Canti della terra e dell’acqua” é uma antologia do poeta Cyro de Mattos, reunindo 38 poemas, que foi publicada em final de  dezembro de 2011 pela editora Romar, de Milão, com seleção e tradução de Mirella Abriani. A tradutora já traduziu para o italiano Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade Com  esta antologia, Cyro de Mattos alcança a marca de cinco livros de poesia publicados no exterior, fato raro entre poetas baianos. Os outros livros são os seguintes: “Vinte Poemas do Rio”, edição bilíngüe, com tradução do poeta Manoel Portela para o inglês, e “Ecológico,  ambos editados pela Palimage, de Coimbra, Portugal; “Zwanzig Gedichte von Rio und andere Gedichte”, da Projekte-Verlag, Halle, Alemanha, com tradução de Curt Meyer Clason, e “Poesie della Bahia”, publicação da  Runde Taarn Edizoni, em Gerenzano (Varese), Itália, com tradução de Mirella Abriani.

A antologia “Canti della terra e dell’acqua” é constituída de quatro partes: Os Sinais da Terra, Águas do Rio, Alguns Bichos e Águas do Mar. No livro estão presentes poemas inspirados na infância, rio Cachoeira, bichos e meio ambiente.  Sobre o autor Cyro de Mattos disse Jorge Amado: “Cantor da terra e das águas. Cantor do amor. Pastor de diversos bichos. Tão esplêndido poeta, tão esplêndido ficcionista”. Já a escritora e professora Graziella Corsinovi, da Universidade de Genova, presidente do júri do XII Prêmio Internacional de Poesia Maestrale Marengo d’Oro, assim opinou: “Poesia do mais amplo horizonte histórico e existencial, que evoca mistérios da epopéia brasileira com grande poder de sugestão”.

 

 

Autor de 38 livros, com prêmios literários importantes, o escritor baiano (de Itabuna) Cyro de Mattos participa de várias antologias no exterior com poemas e contos, como “Der Alte Flub” , na antologia “Moderne Brasilianische Erzähler” (Modernos  Contistas do Brasil), Editora Walter, Alemanha/Suíça, 1968. Conto: “ O Velho e o Velho Rio”.Tradutor  Carl Heupel; “Starik e Staráia Reká”,  na antologia “K Iugu of Rio Grande” (Narradores da América Latina), Edições Molodáia Guardia, Moscou, 1973. Conto: “O Velho e o Velho Rio”. Tradutora Helena Riánzova; “Klagesang i Klippene”, na antologia “Latinamerikas Spejl” (Visões da América Latina), Editora Vindrose, Kopenhagen, Dinamarca, 1982. Novela: “Ladainha nas Pedras“. Tradutor Uffe Harder; “Cancioneiro 80”,  no  jornal “Letras & Letras”, n* 52, Porto, Portugal, 199l. Poemas: “Canção Ribeirinha”, “A Arara”, “Na Brisa”, “No Mar Enigma”, “Diante do Rio” e “A Águia”, foto do autor, seleção e  apresentação  de Ana Maria Saldanha Dias; “Contos Premiados no Concurso Joaquim Namorado”, Câmara Municipal de Figueira da Foz, Portugal, 1992. Conto “Berro  de  Fogo”, com o título “Olhos de Fogo”; “Antologia de Poesia Contemporânea Brasileira”, organização de Álvaro Alves de Faria, Editora Alma Azul, Coimbra, Portugal, 2000. Poemas: “Mar de Fernando Pessoa” e “Soneto Agônico do Cacau”; ”Poesia do Mundo/3”, antologia bilíngüe, organização de Maria Irene Ramalho de Sousa Santos, Edições Afrontamento, Porto, Portugal, 2001, reunindo poetas de dezesseis países. Poemas “ Versinverse in the Flora” (Do Versinverso da Flora) e “Dead River” (Rio Morto). Tradutor Manuel Portela; “Beacons”, revista da Associação de Tradutores Americanos e do Departamento de Inglês  da Faculdade  Estadual de  Plattsburgh, Nova York, número 9, 2003, reunindo poetas de  treze países. Poemas “Da Parição” (Giving Birth” e  “Antemanhã” (Pre-Dawn). Tradutor Fred Ellison; “Poetas Revisitam Pessoa”, organização de João Alves das Neves, reunindo cinqüenta poetas de Portugal e Brasil, Universitária Editora, Lisboa, 2003. Poema: “Mar de Fernando Pessoa”;  “Saudade”, revista de poesia dirigida por Antonio José Queirós, número 3, reunindo poetas de  dez  países, Amarante, Portugal, 2000. Poema : “Mar Morto”; “Poème Blanc”, em “Cahiers de Poésie JALONS”, número 84, Vichy, França, 2006. Tradutores  Christiane e Jean-Paul Mestas; “A Minha Vida É Uma Memória”, Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa, 5* Concurso Poético, Instituto Piaget, Almada, Portugal, 2005. Poema: “O Menino e o Mar”; “Antologia di Natale di Pace e D’Amore”, organização de Marco Delpino,  Editora Tigullio Bacherontius, Santa Margherita Ligure, Itália, 2006. Conto: “Natale dei Bambini Neri”, tradução de Mirella Abriani; “Saudade”, revista de poesia, número 8, reunindo poetas de quatro países, Amarante, Portugal, 2006. Poema: “Poemeto do Pintor”; “Revista Oficina de Poesia”, números 8 e 9, edição comemorativa de dez anos de existência, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Palimage Editores, Viseu, Portugal, 2007. Poemas: “Os Ventos Gemedores” e “Campeio”; “The Dirty Goat”, revista de arte e literatura, número 17, editada por Joe Bratcher e Elzbieta Szoka, reunindo poetas de onze países, Host Publications, Austin, Texas, 2007. Poemas “Rio Definitivo”, “Canção Ribeirinha”, “Canoa”, “Soneto do Rio Cachoeira”, “Águas” e “Anotações sobre o Rio”. Tradutor Fred Ellison; “Saudade”, revista de poesia, número 9, reunindo poetas de  quatro países, Amarante, Portugal, 2007. Poema: “Olímpico”. Participa também de várias publicações das revistas eletrônicas “Ilha Negra”, patrocinada pela Unesco, editada por Humberto Impaglione, na Espanha,  e  “Poesie pour tous”, editada por Pedro Viana, na França.

 

Fonte: Revista Lusofonia

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Confraternização da ALITA- 2021

Na noite do dia 14 de dezembro de 2021 os membros da Academia de Letras de Itabuna- ALITA se reuniram no Clube Cidadelle para o tradicional jantar de confraternização da instituição. A programação foi organizada pelo Acadêmico Marcos Bandeira e noite foi abrilhantada pelo músico Humberto.

Uma noite de música, poesia, dança, de celebração da vida, das letras e da amizade.

 

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