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NOITE DE ALITA- Ruy Póvoas

Hoje, neste 27 de maio de 2023, estamos em uma noite especial: noite de ALITA, noite de vencedores de concurso, noite de Cyro de Mattos.
A ALITA, se constrói em margens de gigantes; os vencedores do concurso ampliam suas vozes em ressonâncias magnéticas. E Cyro? Bem; Cyro é metaforicamente o próprio rio: hora manso, hora bravio. Chora o choro e ri o riso em frases sonoras que deslisam por nossos sentimentos e emoções. E ainda põe nossa imaginação no mesmo fio.
Mas ele já construiu um mundo de seguidores. E por isso lhes trago hoje em homenagem a Cyro, aos vencedores do concurso e à própria ALITA 3 poemas de 3 autores diferentes.
Não declamarei, pois isso é para privilegiados iguais a Jorge Batista, Aldo Bastos e Alba Cristina. Apenas lerei.
1. ORAÇÃO PELO RIO, da poeta Baísa Nora:
ORAÇÃO PELO RIO
Senhor, juntos, nós, parceiros, amigos,
apaixonados, queremos Lhe pedir pelo rio.
Não é um rio qualquer,
ainda que todo rio seja bom e sagrado
ou, quando nada, pudesse ser.
Esse rio pelo qual queremos pedir é muito especial.
É o rio de Jorge Amado, de Valdelice Pinheiro, Telmo Padilha,
Cyro de Mattos, Adonias…
No entanto, ele é mais importante
(e nossos escritores e poetas com certeza sabem disso)
por ser o nosso rio, do povo humilde,
da gente simples,
que nele tem Água e Pão, Consolo e Caminho.
Esse rio, o Cachoeira,
formado pelo Colônia, Salgado e Piabanha,
também ele é mais belo que o Tejo,
por ser o rio que percorre e redime nossa Região.
E hoje, nós todos que queremos salvá-lo,
que queremos preservá-lo,
aqui estamos para dizer-Lhe
que muito foi feito e muito mais será preciso realizar.
Juntos, queremos prometer não fugir da luta, ainda que árdua,
e continuar doando um pouco do nosso tempo,
um tempo de nossa vida, para que, amanhã,
o Cachoeira possa, novamente, passar a caminho do mar
— bonito, limpo, puro e cheiroso – como já foi um dia.
E, então, poderemos afirmar que mais belo está o rio
E mais plenas as nossas vidas.
2. MEU RIO CACHOEIRA , do poeta pernambucano, Agnísio Marques de Souza.
Meu rio cachoeira, eu gosto tanto de você!
Mansinho, vadio, meu rio-criança,
que dá cambalhotas, que salta, que ri,
que faz cineminha na tela das águas
de galhos dançantes, de sol, de luar.
Tão doce, tão terno, menino quieto,
no berço de areia, de musgo, de pedras escuras,
fazendo negaços por entre itabunas,
macio a rolar.
Meninos nuinhos, brincando nas margens,
“Galinha gorda!” Tibungo. Tibungo.
Mergulho nas águas – mergulho na vida –
surgindo adiante com o prêmio na mão.
Lavadeiras nas pedras, lavando roupinhas,
cantarolando cantigas de amor,
as saias subindo, subindo, subindo…
— Cuidado que o home tá te espiando!
E o rio-menino, travesso, rolando,
sorrindo inocente, sem nada maldar.
As chuvas caíram dos montes, das nuvens,
as águas ficaram mais grossas, então.
Zangado, o menino virou uma fera.
Invade as campinas, derruba os mocambos,
arrasta os casebres, não tem compaixão.
Regouga, raivoso, rugindo, roncando,
danado da vida, dançando uma dança
de destruição.
Lá vai um anjinho boiando nas águas.
Uma saia rasgada, uma mesa, uma cama,
um anel de brilhante enterrado na lama,
um choro, um lamento, uma voz, — tom de mágoa –
“– Tudinho que eu tinha o rio levou!
Maldito esse dia que o rio desceu!”
– Paciência, sa dona. Vá, reze ao Divino,
e nunca se esqueça, e nunca se esqueça:
O rio é a gente que foi pequenino,
e um dia cresceu.
3. Por último, um poema de minha autoria, RIO CACHOEIRA
Este rio é minha memória
o cordel de minha estória
minha sela e minha espora
criador de lavadeiras
sevador de areeiros
salvação de pescadores
arquivo de minha história
intuição de meus artistas
um riscado no meu chão
divisor de meu espaço
diástole de meu tempo
sístole de minha fome
minha artéria esclerosada
quadro-negro da escola
sobre o qual estão os versos
de minha gênese e de meu fim.
Este rio é minha sorte
com ele aprendi a vida
com ele estudo a velhice
com ele adivinho a morte
na corrida para as águas
do oceano que há em mim.

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Poemas de Cyro de Mattos

EM LOUVOR DE NOSSA SENHORA DA VITÓRIA

Cyro de Mattos

 

Tocai, sinos, tocai

na primeira vitória

de uma senhora santa

contra o bugre feroz

ferindo sangue ilhéu

por mais de uma cilada.

 

Tocai, sinos, tocai

na segunda vitória

de uma coragem santa

do heroico Catuçadas

contra ávido francês

e suas naves armadas.

 

Tocai, sinos, tocai

na terceira vitória

de uma guardiã santa

que sofridos ais ouve

e para longe da ilha

expulsa flamenga faca.

 

Tocai, sinos, tocai

enquanto houver na praça

uma noite de emboscada,

eis que no outeiro moram

a fé, a luz, a espada

da santa da vitória.

***********************

 

POEMAZUL DE ILHÉUS

Cyro de Mattos

 

 

Deuses empurraram líquidas vastidões

por te querer verde no seio da enseada,

flor conclusa, marinheiro território,

léguas de promissão ouro vegetal sendo

 

falam sombras de casarões antigos,

vozes ausentes em água, céu e chão,

velhas armaduras domando geometria,

em gestos de outrora urdidas solidões

 

navega meu barco em teus mares

luminosos de balanço pela praia,

ao vento triunfavam jubas brancas

de turmalinas e esmeraldas a ciranda

 

no marujo guerreando mil piratas

sobretudo sem dunas nem salsugem

entre Barra de Itaipe e Olivença

simplesmente o azul de rica fábula

 

desenhando nuvens nos meus olhos

caju, coco mole, fruta-pão, manga

nesse mar estava o sabor do infinito

no alcance com peixes multicores

 

anoitecida de azul a cidade repetida,

atabaques repercutem nos oiteiros

evocando teus mistérios africanos,

barra afora vagalume enormemente

 

luas ofertam-me prata pelas ondas,

cantigas de sereia no meu peito,

nos meus olhos piscam águas-marinhas,

flutuam em verde brisa meus cabelos

 

no entanto barco ao largo em avaria,

encalhes não importam nas salinas,

nas espumas busco-te sentimento

de um mundo todo azul em que navego

***********************

 

POEMA DO VIAJANTE E DO TEMPO

                                                            Cyro de Mattos
                                   Fala do viajante:
                                 Tempo não engana tempo
                                  tempo não vai me enganar
                                  tempo ao tempo dá tempo
                                  ao Tempo vai me levar
                                Fala do Tempo:
                              Há um só Deus no tempo
                               cada coisa em seu lugar
                               há Deus em todas as coisas
                               tempo limite sem limiar
                              seja tempo de muitas uvas
                              seja tempo de poucas chuvas
                              seja tempo de amargura
seja tempo de ternura
seja tempo de noivar
há rosas ouro no tempo
há homem céu e mar
há terra lavra de prata
há estrelas a brilhar
sempre tempo que fica
no meu passo passará
onde mente que divaga
onde vaga é navegar
o tempo de vovó Ana
tempo a se mastigar
tempo antigo do pai
tempo de esporas no ar
o tempo de mãe Josefina
o tempo a se magoar
o tempo do irmão infante
tempo a me acompanhar
por que apressar o tempo
se só um é o caminhar?
Tempo ao tempo sem tempo
tempo nesse tempo tumular
teu tempo, tempo de homem,
tempo de pelejar, enfrentar
teu tempo, tempo de sonho
tempo de dar, não tomar
teu tempo, tempo da amada
este tempo como peixe e mar
tempo com tempo no tempo
tempo como ave e ar,
teu tempo de amar-amar
cada coisa tem seu tempo
cada coisa seu lugar,
roda, roda, cavaleiro
tua ronda sem parar
nesse tempo de meu tempo
meu cavalo devagar
teu cavalo aqui está
por que com o tempo brigar?
                            Fala Final do Viajante:
                              Tempo não engana tempo
                              tempo não vai me enganar
                           tempo ao tempo dá tempo
                           ao Tempo vai me levar
                              Adendo do Poeta:
                             assim provisórios somos,
                            contraditórios, ambíguos,
                            cada um no seu canto
                            escrevendo o seu tanto
                            cada sonho idealizamos
                          para no poema ficar
***********************

MINHAS FLORES
Cyro de Mattos

 

A flor de Mariza
Brinca na brisa,
A flor de André
Com a bola no pé,
A flor de Josefina
Como bailarina,
A flor de Adriano
Pousando em Solano.

Suave na brisa
A flor de Mariza,
Alegre no pé
A flor de André,
A dançar na colina
A flor de Josefina.
Na nave do sonho
A flor de Adriano.

Ou essa ou aquela
Quando brilha a sua cor,
Trazem às crianças
Os anúncios do amor.

*Este poema infantil pertence ao livro Tiquinho de Ternura,
que integra a Coleção O Menino Poeta, formada com mais
quatro livros: Existe Bicho Bobo? Poesia de Calça Curta,
Responda Certo, Se For Esperto, A Poesia É Um Mar, Venha
Comigo Navegar, publicação da EDITUS, editora da UESC.

***********************

 

O SABIDO GRILO CRICRILO, IMBATÍVEL NO SALTO E NO TRILO

Cyro de Mattos

Me chamo Cricrilo,
Sou um grilo falante,
Invencível no salto,
O melhor de todos
Quando estou trilando
Em dia inspirado.

Sei que é um risco
Ser de meu tamanho
E viver entre os grandes,
Deus quis assim,
Eu não me queixo.
O que é que adianta
Ser grande por fora
E triste por dentro?

Coisas más que fazem
Com a mãe natureza,
Não consigo entender.
Como o arco-íris
Lamento, fico triste
Quando vejo o rio
Descer sem as águas
Claras de antigamente.
Dói quando vejo
Toda essa judiação
Com o pobre coitado.
Ele não sabe o que fazer
Para limpar a sujeira
Que despejam nele,
Matando seus peixes
De dia e de noite.

(Trechos de um poema infantil, longo,
com os falares de um grilo sábio
e inconformado com as coisas ruins
que fazem com a natureza que nos
cumpre zelar para melhor viver)

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Fotos: Título de Presidente de Honra a Cyro de Mattos e Premiação do concurso literário.

I Concurso Literário da Academia de letras de Itabuna

Comissão:

Margarida e Ceres- responsáveis pelo Projeto.
Margarida Fahe l( Diretora de Projetos e Pesquisa)
Jorge Batista – responsável pelo processo de Inscrição e Elaboração Final dos resultados fornecidos pela Comissão.
Comissão Julgadora:
Tica Simões
Ruy Póvoas
Maria Luísa Nora
Ceres Marylise Reboucas
Margarida Fahel.

 

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AO GRANDE CYRO- Silvio Porto

“A vida é breve!
A arte é longa!
A vida e a arte e estão espelhadas na Alita!
Onde desponta Cyro de Mattos
Como a sua maior expressão
A imortalidade desejada
A fonte do saber duradoura.”

O poeta, cronista, jornalista, escritor e membro da Academia de Letras da Bahia e de Itabuna, Cyro de Mattos , foi alvo de uma homenagem merecida na noite do dia 27/05/2023 , onde foi reconhecido como Presidente de Honra vitalício da Alita e festejado por mais um prêmio literário na sua vasta obra produzida ao longo de sua carreira literária na Bahia , mas conhecida no Brasil e no mundo.
Hoje Cyro é um dos maiores escritores da Bahia.
Cyro podemos dizer que mora em
Itabuna , mas divide sua morada com um lugar chamado cultura e arte, e cada vez mais aumentando sua obra e com criações que mostra a sua grande capacidade intelectual .

Ninguém é forte sozinho. Na caminhada,
Cyro abraçou a Alita e com sua grandeza elevou a nossa Academia a um patamar valioso.
Há pessoas que fazem história por onde passa, mas com certeza na Alita , Cyro é a própria história:
Cyro hoje é a maior expressão literária do Sul da Bahia.
Os seus versos, suas poesias , suas crônicas, seus livros jamais serão
esquecidos e jamais morrerão.
A vida seria incompleta sem a literatura.
A nossa cultura seria incompleta sem Cyro.
O respeito, a gratidão, o reconhecimento de seus pares da Alita, demonstram o valor do nosso confrade para o mundo literário.

Montaigne já dizia que a admiração é o fundamento de toda filosofia, “revela a alma despida de egoísmo. A alegria de encontrar na grandeza do outro não parcelas da própria grandeza, mas da condição humana”.

Vida longa para Cyro!

Silvio Porto

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Discurso de Cyro de Mattos em Ocasião da outorga do título de Presidente de Honra da Academia de Letras de Itabuna

Discurso da Gratidão
por Cyro de Mattos

Primeiramente minha gratidão a Deus, que me deu a vida. À minha esposa Mariza, meu suporte físico e espiritual durante 50 anos de união conjugal. Aos meus três filhos e seis netos, pelo incentivo.
À confreira Jante Ruiz, que teve a ideia dessa homenagem. À confreira Raquel e ao confrade Wilson pelo apoio. Aos confrades e confreiras que aprovaram a iniciativa generosa, mas penso que outros integrantes desta instituição mereceriam a honraria.

Já vai longe o tempo em que recebi a primeira distinção relevante no meu currículo de vida literária. Foi em 1968, no Rio. Vendi meus livros de Direito do escritório de advocacia, que havia estabelecido aqui em Itabuna, com uma clientela considerável proveniente da área trabalhista, quando então resolvi migrar para o Rio onde seguiria minha carreira literária. Paralelamente, optei pelo jornalismo para sobreviver lá na cidade grande.
O Rio e São Paulo naquela época formavam o tambor cultural do Brasil. Quem quisesse ter repercussão na carreira literária devia migrar cedo para uma das duas metrópoles. Já repórter e redator do Diário de Notícias no Rio, ainda como um moço do interior baiano espantado com a cidade de muita gente e edifícios que altos sinalavam para as nuvens, sentia-me estranho aos meios e costumes da metrópole. Foi aí que tive uma boa surpresa. Conquistava em 1968 o prêmio Internacional Miguel de Cervantes, patrocinado pela Casa dos Quixotes, para autores de língua portuguesa. O conto que me deu o prêmio foi Inocentes e Selvagens. Era a primeira vez que um autor brasileiro conquistava a láurea. Não preciso dizer da alegria.
Vieram outras conquistas literárias e distinções importantes, como foram ressalvadas aqui pela confreira Raquel Rocha. Veio minha entrega pela progressão e honra de nossa instituição, conforme destacou a confreira Janete Ruiz. A última de nossas conquistas literárias, sem dúvida a mais relevante, se deu recentemente com o Prêmio Literário Casa de las Americas, para o livro Infância com Bicho e Pesadelo e Outras Histórias.
Fico pensando agora como reagiria meu pai Augusto quando soubesse que tinha um filho como autor de 65 livros pessoais publicados no Brasil, 16 no exterior, com vários prêmios de categoria, distinções outorgadas por instituições importantes. Meu pai era um homem iletrado, aprendera a ler e a escrever por esforço próprio. Tudo ele fez com trabalho, esforço e economia para que os filhos fossem gente: o mais velho, José Orlando, se tornasse um médico respeitável, o mais novo, começasse a carreira de advogado nas pegadas de um profissional competente. O irmão mais velho tornou-se um médico de alto valor aqui em Itabuna. Cirurgião elogiado durante décadas de dedicação e amor à Medicina, foi provedor da Santa Casa de Misericórdia com louvores. O filho caçula fora uma decepção para o pai, trocara o certo pelo duvidoso.
O pai disse:
– Você pretende viver nas nuvens, seguindo uma profissão que não existe, não bota comida no prato, aqui na cidade ninguém dá importância a quem vive de escrever livros. – De rosto triste na expressão inconformada concluiu: – Esse negócio de ser escritor só serve pra quem não tem juízo.
Eu observei:
– Meu pai é o que gosto, ser escritor não dá dinheiro nem conceito, reconheço, mas vou seguir o meu destino.
Perguntei-lhe se ele já havia ouvido falar no famoso romancista Jorge Amado, era uma referência para quem quisesse seguir a carreira de escritor.
Ele respondeu que já ouvira falar em Jorge Amado, mas era um caso raro, acrescentando que devemos seguir a regra e não a exceção, onde para se alcançar as metas tudo é mais difícil.
O pai não podia pensar diferente, com o saber que aprendera na escola da vida, queria o melhor para mim.
Certamente hoje, se estivesse aqui comigo, ficaria calado, entre estranho e assustado.
Seria bom, agradável, se ele dissesse:
– Filho eu não sabia que o tempo estava preparando uma boa surpresa pra mim e pra sua mãe Josefina.
O tempo, esse avantajado cavaleiro soberano. Sabe das coisas, conhece os caminhos, dá e toma, tudo bebe e lambe.
Antes de se recolher para se reconfortar no sono, depois de mais um dia de trabalho, gostaria que o meu pai dissesse de voz calma:
– Meu filho, você é um escritor de verdade.
Passados tantos janeiros, entre dias alegres e tristes, estou recebendo neste momento singular distinção como Presidente de Honra da Academia de Letras de Itabuna, instituição com finalidades culturais que ajudei a fundar com um grupo de pessoas sonhadoras. Fico comovido com a iniciativa. Recebo a homenagem como reconhecimento ao meu legado, minha participação na instituição que se tornou um capítulo importante em minha vida.
Por isso mesmo, não vejo outra maneira de agradecer essa homenagem a não ser repetindo o que disse em meu poema de louvor à Academia de Letras de Itabuna e que hoje serve como a letra do hino oficial da instituição.

A cidade contigo conhece
Que a vida não é coisa vã,
É a palavra solta a dizer
A beleza de cada manhã.

Imortal é tua maneira de ser,
Tua luz que nunca se apaga,
Ideal é a página que escreves
Pra voar com as asas da alma.

Tudo vale, tudo anda com Deus,
Que nos deu a razão e a emoção,
O sentido de viver com o amor
Pra dizer o que vem do coração.

O sentido de viver com o amor
Pra dizer o que vem do coração.

Obrigado a todos e a todas por este momento cativante.

*Discurso proferido por Cyro na homenagem que recebeu como Presidente de Honra da Academia de Letras de Itabuna, no auditório do Hospital de Olhos, em 27 de maio de 2023.

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Poesia na Academia

O 2° ciclo do projeto Poesia na Academia retorna com as leituras críticas, os recitais literários e as performances musicais, no canal da Academia de Letras da Bahia, no
Youtube.
Sob a coordenação da acadêmica Heloísa
Prazeres, com a curadoria do acadêmico Aleilton Fonseca e da acadêmica Edilene
Matos, o Poesia na Academia tem como tema do primeiro encontro “JORGE DE LIMA
– 130 anos de nascimento e 70 anos de saudade” O professor e escritor Aleilton
Fonseca fará uma exposição sobre o homenageado, intitulada: “Jorge de Lima, as múltiplas cores da poesia”.
O recital literário terá atuação do acadêmico, professor e escritor Décio Torres Cruz (ALB), da acadêmica e escritora Mirella Márcia Longo Vieira Lima (ALB), da poeta e acadêmica cruzalmense Lita Passos e da acadêmica do Recôncavo da Bahia, poeta e cineasta Alba Liberato. A performance musical contará com a atuação da cantora Cláudia Cunha, paraense, residente em Salvador; cantora e compositora, Prêmio Braskem de Arte; premiada com o Troféu Caymmi, em 2010, Cláudia Cunha integrou o X e venceu o V Festival de Música da Educadora FM.
O projeto Poesia na Academia torna acessível importantes obras, acontecimentos, autores e autoras da literatura baiana, brasileira e mundial e faz parte das iniciativas da Academia de Letras da Bahia para promover a aproximação das letras, culturas e artes com a sociedade.
A Academia de Letras da Bahia tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e
Secretaria de Cultura da Bahia.
• 2° Ciclo do Poesia na Academia
25/05/2023
C A partir das 19 horas
© youtube.academiadeletrasdabahia.org.br
#ALB #PoesiaNaAcademia #Anoll

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A LEITURA E O DILEMA- Cyro de Mattos

                 Muito se fala sobre a questão do número “modesto” de leitores, em contraponto à volumosa quantidade de livros lançados a cada ano. Certa vez o repórter perguntou se há uma relação de causa e consequência. Como eu via essa questão.  Verdade, escreve-se mais para o menos. Uma enxurrada de livros me é enviada para que eu dê uma opinião. Dá medo. De boa qualidade poucos vão ficar, a maioria o tempo leva para a poeira do vento.

           Bom lembrar que a literatura não tinha antes a concorrência de outros meios, como o teatro, o cinema e a tecnologia de hoje, com a linguagem visual, abrangente e instantânea. O autor tinha mais prestígio. Nem por isso parece que o livro vá desaparecer em seu formato físico, onde existe o ser humano está o sonho, a questão e a incerteza, que a palavra escrita gera. Mudou o suporte. A ferramenta visual da internet, que tem lá seus vícios e virtudes, agora possibilita nova leitura da vida, às vezes a narrativa ganha muito mais leitores, não se pode negar isso, às vezes o que produz é deficiente, celebra besteiras, não vinga. Deixando fora esse tipo de competição massificada, vê-se que a linguagem da arte é sempre específica e exige um leitor íntimo dos problemas estéticos, que têm a ver com a criatividade em si e a recepção do assunto.

                Como solucionar o grande enigma, o nó górdio da leitura no Brasil? É um problema do País, de educação, econômico e político. É preciso que haja uma postura séria que ataque as causas do problema. Cabe aos governantes, dirigentes e administradores fornecer os meios para o enfrentamento dessas causas, de natureza complexa. Não é impossível de ser pelo menos atenuado. Basta boa vontade e seriedade. Somos um país de iletrados, sem hábito de leitura, com um poder aquisitivo baixo pelas classes menos favorecidas.  Nesse conjunto de omissões falta uma política institucional pública eficiente para fornecer instrumentos com os quais a editora que está nascendo tenha assim algum suporte, estímulo para sobreviver e crescer.

É preciso também uma legislação que obrigue as universidades e colégios estudarem o autor no vestibular e na sala de aula. É preciso criar novas estratégias nos programas de apoio ao livro e de sua circulação nos espaços de leitura. Como está vamos continuar na mesmice. Pior ainda com a concorrência do fácil proposto pela tevê e o vídeo.

Uma questão central da contemporaneidade é a literatura em tempos de Inteligência Artificial, quando máquinas “pensam” e produzem textos cada vez mais subjetivos. Qual seria o desafio dos escritores hoje?

 A Inteligência Artificial não cria significado, só os humanos. É digital, desconhece as questões interiores e incertezas. O que sabe do amor? Do inexorável? De Deus?  Vê nascer e vê morrer sem nada poder fazer?  Se não tem a razão e a emoção como pretende enfrentar os atritos do enigma com o seu peso?  Tem seus ganhos, utilidade, mas por enquanto vou ficando no meu canto, escrevendo o meu tanto, com espanto e encanto.

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Academia de Letras mostra resultado do concurso Crônicas do Rio Cachoeira

Premiação será entregue dia 27, às 19 horas, no Auditório do Hospital Beira Rio


A narrativa “Corredeiras com Muitas Histórias”, escrita por Ronaldo Oliveira Santos, aluno da Faculdade Estácio de Sá, em Ilhéus, foi a vencedora do 1º Concurso Literário Crônicas Sobre o Rio Cachoeira. Promovido pela Academia de Letras de Itabuna (Alita), o certame teve resultado divulgado nesta quinta-feira (18).

O segundo lugar foi conquistado por Lucas Correia Santos, com “Três Cidades e um Rio”. Ele está no 5º semestre do curso Interdisciplinar em Linguagens e Suas Tecnologias, na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

Já o terceiro lugar, teve como vencedora a crônica “O Velho Homem e o Velho Rio”, assinada por Marcos Antônio Maurício da Costa, estudante do 5º semestre do curso de Filosofia, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

A premiação será entregue no dia 27 de maio, às 19 horas, no auditório do Hospital de Olhos Beira Rio, em Itabuna. Os vencedores recebem prêmios em dinheiro e publicação na revista Guriatã, periódico da Alita. O primeiro lugar recebe R$ 3 mil, o segundo R$ 2 mil e o terceiro fica com R$ 1 mil.

O concurso, dirigido aos alunos das faculdades e universidades da região cacaueira, foi coordenado pelas escritoras e professoras Ceres Marylise Rebouças e Margarida Fahel.

Qualidade comprovada

O presidente da Academia de Letras de Itabuna, Wilson Caitano de Jesus Filho, disse que os vencedores estão aptos ao recebimento do prêmio, pois apresentaram a documentação requerida, bem como qualidade técnica e textual aprovada pela equipe julgadora.

O 1º Concurso Literário Crônicas Sobre o Rio Cachoeira tem como objetivos incentivar a criação literária e a revelação de novos talentos no campo da literatura; despertar para uma realidade crucial dessa região, especificamente da cidade de Itabuna e seu entorno, considerando circunstâncias geográficas, histórico-sociais e humanas.

Além disso, visa suscitar o interesse e providências devidas por parte de órgãos públicos, de natureza científica e da população em geral, entre itabunenses e habitantes de municípios adjacentes.

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Resultado do I Concurso Literário da Academia de Letras de Itabuna

PORTARIA ALITA Nº 04/2023

O Presidente da Academia de Letras de Itabuna, no uso de suas atribuições, em conformidade com o Edital ALITA o  nº 02, de 16 de setembro de 2022, e retificado através da Portaria nº 03, de 04 de dezembro de 2022.

RESOLVE

Art. 1º  – Homologar o resultado do I Concurso Literário da Academia de Letras de Itabuna conforme relatório  apresentado pela  Comissão  Julgadora designada pela  sua Assembleia.


1 º lugar – Corredeiras com muitas histórias… – Ronaldo Oliveira Santos

 Curso – Teologia – ESTÁCIO – POLO ILHÉUS – 1º SEMESTRE


2º lugar- Três cidades e um rio – Lucas Correia Santos

Curso – Interdisciplinar em linguagens e suas tecnologias/ihac-ja – ITABUNA – UFSB  – 5º SEMESTRE


3 º lugar- O velho Homem e o Velho Rio – Marcos Antônio Maurício da Costa

Curso – Filosofia- UESC – 5º SEMESTRE.

WILSON CAITANO DE JESUS FILHO

Presidente

 Itabuna,18 de maio de 2023

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