DISCURSO DA REITORA MAGNÍFICA- Por Cyro de Mattos

Discurso da Reitora Magnífica

Por Cyro de Mattos

Ilustre confreira Raquel Rocha, presidente da Academia de Letras de Itabuna. Ilustre confrade Alessandro Fernandes, Reitor da UESC, na sua pessoa estou saudando os integrantes da mesa oficial. Autoridades presentes e representadas, senhores e senhoras.

Digo com o genial poeta português, Fernando Pessoa:

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Sabemos que Reitores competentes, dotados de práxis relevante, integram a história da Universidade Estadual de Santa Cruz. Não cito agora nomes desses importantes gestores do ensino superior para não cometer o pecado da omissão. Um deles, em boa hora, está sendo homenageado hoje pela Academia de Letras de Itabuna com a Medalha Jorge Amado. Trata-se de Renée Albagli. Essa mulher ilheense, de sangue judeu, exerceu o mandato de reitora na UESC por duas oportunidades, tendo ao seu lado a vice-reitora Margarida Fahel, outra mulher compromissada com o ensino superior, competente e dinâmica.

A professora doutora Renée Albagli virou a chave fazendo com que a Federação de Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna se tornasse na Universidade Estadual de Santa Cruz. Sua gestão profícua na UESC por dois mandatos traz como marcas valorosas a ampliação do corpo docente e o projeto acadêmico. Encontrou a UESC com apenas 14 doutores e 48 mestres, deixando a Universidade com 102 doutores e 253 mestres. Viabilizou as características da Instituição através de um plano de capacitação docente arrojado, em parcerias com outras universidades brasileiras, por meio de convênios, também encaminhando os professores para mestrado e doutorado no Brasil e no exterior. Estabeleceu uma política de concursos públicos somente para mestres e doutores, para acelerar o processo de competência. Como resultado afirmativo da proposta visionária, conseguiu consolidar o processo de expansão na oferta de graduação. Entre outros cursos na UESC, ela implantou o de Veterinária em 1997 e o de Medicina em 1998.

A incansável Reitora criou a EDITUS – Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, em 1996. Esta casa editorial começou com a publicação de três livros: Antônio Conselheiro, Louco?, do Professor Flávio Simões, Dicionareco das Roças de Cacau, de Euclides Neto, e Berro de Fogo e Outras Histórias, de nossa autoria. A EDITUS possui hoje em seu catálogo 465 livros publicados nos diversos campos do conhecimento, como literatura, educação, saúde, direito, economia, história e africanidades. Possui o projeto Editus Digital. É integrada à Associação Brasileira de Editoras Universitárias e goza de elevado conceito no âmbito da universidade.

Convém ressaltar que Renée Albagli teve atuação destacada como membro do Conselho Estadual de Educação e quando exerceu a presidência da instituição. Coordenou o livro Histórias e Memórias do Instituto Nossa Senhora da Piedade – 100 Anos de História -1916/2016, publicação da EDITUS.

É apanágio de seu caráter gostar muito de trabalhar para plantar o bem e valorizar a vida, em especial nos campos do ensino superior e educação. Só mesmo quem teve o privilégio de conviver com essa digna mulher sabe o quanto ela é solidária nas horas críticas, ética no desempenho da função pública quando vemos ser comum o uso do cargo em proveito próprio.

Sugiro sem hesitar que a Universidade Estadual de Santa Cruz crie o Prêmio de Humanidades Renée Albagli, de âmbito nacional, para autores de livros que valorizem os temas do ensino superior e da educação. O prêmio deve consistir em considerável valor monetário, diploma e edição do livro vencedor pela EDITUS.

Por tudo que essa mulher fez pelo desenvolvimento do ensino superior e pela educação, a Academia de Letras de Itabuna concede-lhe hoje a Medalha Jorge Amado e à Santa Casa de Misericórdia, por se tratar de uma instituição humanitária que há anos se inspira no princípio do Cuidar da Vida, sua história de fazer o bem aos outros se confunde ao longo do tempo com a própria história de Itabuna. Estamos aqui com muita honra para cumprir o que determinou em assembleia a Academia de Letras de Itabuna.

Antes, peço permissão e tolerância a todos, para terminar minha fala com o poema que escrevi hoje e que é dedicado à Renée.
Eis o poema:

Poema da Reitora

Vejo-te banhada de crenças de Israel
Vejo-te entre verdes e azuis de Ilhéus
Vejo-te sob palmas de nossos ancestrais
Vejo-te saberes nas lentes da UESC
Vejo-te nesses sonhos para ter e ser
Vejo-te incandescente de ternura
Vejo-te vestida de simplicidade
Vejo-te com os fios de ouro da verdade
Vejo-te solidariedade na hora triste
Vejo-te desafio no amanhecer áspero
Vejo-te como chuva irrigando na sala
Vejo-te tanto sem nada querer
Vejo-te flor que não desaparece
Vejo-te sob o sorriso de gerações
Vejo-te beleza pondo ovos nessa casa
Vejo-te em nossas mãos de gratidão
Vejo-te lágrima latejando o coração
Vejo-te na razão canto e plumagem
Vejo-te sombra em abano de árvore
Vejo-te nos verdes aos montes
Vejo-te na colmeia dos maduros
Vejo-te na passagem desses ventos
Generosos ensinando-nos a viver
Ó esplêndida grapiúna, magnífica,
Vejo-te reger, não canso de assistir.

 

Discurso proferido em 11 de outubro de 2024

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ALITA homenageia Renée Albagli e a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna com a Medalha Jorge Amado

A Academia de Letras de Itabuna (ALITA) realizou, no dia 11 de outubro de 2024 a solene cerimônia de entrega da Medalha Jorge Amado, no auditório Paulo Souto da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). A noite foi marcada por momentos de emoção e reverência, reunindo membros da ALITA, autoridades, acadêmicos, intelectuais e representantes da sociedade civil.

A honraria, criada em 2024 por iniciativa do escritor Cyro de Mattos, presidente de honra da ALITA, é a mais alta distinção da casa e tem como objetivo reconhecer personalidades e instituições que tenham prestado relevantes contribuições às artes, à ciência e à cultura.

Nesta primeira edição, a medalha foi entregue à professora Renée Albagli, ex-reitora da UESC, e à Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, representada pelo médico André Fernando Wermann.

A cerimônia teve início com a execução do Hino Nacional e do Hino da ALITA, seguido pela formação da mesa de honra e pelas saudações protocolares. Em seguida, a presidente da ALITA, Raquel Rocha, proferiu um discurso destacando a importância de homenagear aqueles que transformam a realidade por meio da educação, da cultura e do cuidado com o próximo.

Em sua fala, a presidente afirmou: “Este momento transcende o simples ato de homenagem; é um reconhecimento solene pelo labor de pessoas e instituições que, como Jorge Amado, acreditam no poder da cultura, da educação e da solidariedade.”

A homenagem à professora Renée Albagli foi conduzida por Cyro de Mattos, que ressaltou sua atuação visionária à frente da UESC e sua contribuição para o fortalecimento do ensino superior na região. Já a homenagem à Santa Casa foi proferida pelo médico e acadêmico João Otávio Macedo, que destacou o papel centenário da instituição na promoção da saúde e na assistência aos mais necessitados.

Após os discursos, foi realizada a entrega oficial das medalhas e dos diplomas, seguida das manifestações dos homenageados. Renée Albagli agradeceu comovida e reforçou o valor da educação pública, enquanto o representante da Santa Casa falou da missão humanitária da instituição.

O evento foi encerrado com um coquetel no foyer do auditório, em clima de confraternização e celebração.

 

 

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Ofício: Santa Casa de Misericórdia para Academia de Letras de Itabuna

Academia de Letras de Itabuna – ALITA
A/C Sra. Raquel Rocha
Presidente

Ref.: Medalha Jorge Amado – Agradecimento e Indicação de Representante

Prezada Senhora,

A Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, por meio de seu provedor, vem manifestar profundo agradecimento pelo reconhecimento e homenagem com a outorga da Medalha Jorge Amado.

Este reconhecimento não só destaca o nosso compromisso, mas também sublinha o esforço da nossa instituição com o serviço prestado à comunidade.

Informamos desde já que, embora o Provedor e o Vice-provedor estejam ausentes da cidade na data marcada para a entrega da comenda, nossa Provedoria estará representada pelo Diretor Tesoureiro, o Sr. André Fernando Wermann, que se fará presente ao ato.

Respeitosamente,

Francisco Valdece Ferreira de Sousa
Provedor

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ALITA entrega Medalha Jorge Amado em cerimônia solene na UESC

 

ALITA ENTREGA MEDALHA JORGE AMADO EM SOLENE CERIMÔNIA NA UESC

No próximo dia 11 de outubro de 2024, às 17:00, a Academia de Letras de Itabuna- ALITA, realizará a Outorga da Medalha Jorge Amado em uma cerimônia solene no Auditório Paulo Souto, na Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC. Esta importante honraria, que celebra grandes contribuições para as artes, ciências e cultura, será concedida a duas personalidades de destaque que impactaram profundamente a região.

A ex-reitora da UESC, professora Renée Albagli, será homenageada por seu trabalho notável e transformador no campo do ensino superior, pesquisa e extensão. Sob sua gestão, a UESC passou por uma fase de expansão e consolidação acadêmica, especialmente com a ampliação do corpo docente e a criação de cursos pioneiros. Renée Albagli é amplamente reconhecida como uma das figuras mais influentes na história da educação superior da Bahia.

Além dela, a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna será igualmente homenageada por sua contribuição inestimável na área da saúde, prestando assistência à população há mais de um século, com destaque para seu trabalho humanitário e sua dedicação à melhoria do atendimento médico e hospitalar na região.

A criação da Medalha Jorge Amado foi idealizada pelo escritor Cyro de Mattos, presidente de honra da ALITA, e aprovada por unanimidade pelos membros da academia. A presidente da ALITA, Raquel Rocha, reforça a relevância do evento: “Reconhecer e homenagear aqueles que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento de nossa região é uma forma de perpetuar o legado de Jorge Amado, que tão bem representou nossa cultura e nossa gente.”

A cerimônia contará com a presença de autoridades, intelectuais, membros da Academia e convidados especiais, consolidando este como um evento de grande importância cultural e social para a Bahia.

 

 

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EDITAL 02/2024- PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE SUBMISSÃO DAS BIOGRAFIAS PARA  COMPÊNDIO BIOGRÁFICO DOS PATRONOS DA ALITA

EDITAL 02/2024

ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA

 

PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE SUBMISSÃO DAS BIOGRAFIAS PARA  COMPÊNDIO BIOGRÁFICO DOS PATRONOS DA ALITA

A Presidente da Academia de Letras de Itabuna – ALITA, Raquel Rocha, no uso de suas atribuições regimentais, e considerando a importância do projeto de publicação do compêndio biográfico dos patronos da Instituição, resolve, por meio deste edital, prorrogar o prazo para a submissão das biografias.

1- OBJETIVO:

A presente prorrogação tem por objetivo assegurar a todos os membros tempo adequado para a conclusão das pesquisas e redação dos textos biográficos, preservando a qualidade da obra a ser publicada.

2- NOVO PRAZO:

O novo prazo para o envio das biografias será o dia 20 de novembro de 2024.

3- ENVIO ADICIONAL:

Para garantir que todos tenham os mesmos prazos, informamos que os membros que já submeteram seus textos poderão reenviar suas biografias, caso desejem fazer revisões ou melhorias. Será considerado apenas o último arquivo enviado por cada acadêmico, de modo que a prorrogação seja justa para todos.

4- ORIENTAÇÕES GERAIS:

Todas as demais diretrizes contidas no Edital 01/2024 continuam em pleno vigor e devem ser seguidas rigorosamente.

5- ENVIO:

As biografias deverão ser enviadas em formato Word para o e-mail alitaitabuna@gmail.com, observando-se a nova data limite de 20 de novembro de 2024.

6- COORDENAÇÃO:

A coordenação do projeto permanece sob a responsabilidade do Sr. Gustavo Cunha, Diretor de Projetos e Pesquisas, e da Sra. Raquel Rocha, Presidente da ALITA.

Reforçamos a importância da participação de todos os acadêmicos e contamos com a colaboração no cumprimento deste novo prazo, a fim de que o compêndio biográfico seja uma obra de referência para a nossa Instituição.

Itabuna, 20 de setembro de 2024.

Gustavo Cunha

Diretor de Projetos e Pesquisas

Raquel Rocha

Presidente

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EDITAL DE CONVOCAÇÃO – ASSEMBLEIA GERAL

EDITAL DE CONVOCAÇÃO – ASSEMBLEIA GERAL

A Academia de Letras de Itabuna, com sede na Reitoria da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), situada à Praça Jose Bastos s/n, Centro, Itabuna Estado da Bahia, por ordem da presidente Raquel Silva Rocha, no uso de suas atribuições, convoca os membros efetivos para a assembleia geral ordinária, a realizar-se no dia 15 de outubro de 2024, na modalidade online, 19:00, em primeira convocação, com a presença da maioria absoluta dos votantes e, em segunda convocação, 20:00 com qualquer número de presentes conforme preceitua o artigo 12, parágrafo único do Regimento da ALITA , com a seguinte Ordem do Dia:

  1. Leitura da ata anterior.
  2. Informes: saraus, projeto patrono, revista Guriatã
  3. Resumo da Reunião da Diretoria: Inadimplência e Memorial Alitano.
  4. Declaração de vacância.
  5.  Formação de comissões.
  6. O que ocorrer.

Este Edital será publicado no site Academia de Letras de Itabuna.

Itabuna, 04 de setembro, de 2024

Eliabe Izabel de Moraes

Primeira Secretária

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Lançamento do Livro Épica Brasiliana de Sergio Habib

O lançamento do livro “Épica Brasiliana”, de Sérgio Habib, realizado no dia 30 de agosto de 2024, foi marcado um clima de reencontro, amizade e alegria. O evento que aconteceu no espaço do restaurante do Tarik Hotel, reuniu amigos do autor e admiradores de sua obra.

Entre os presentes, destacaram-se os membros da Academia de Letras: Silvio Porto, Ceres Marylise, Marcos Bandeira, Sione Porto, Silmara Oliveira, João Otávio Macedo, Gustavo Veloso e Raquel Rocha. Amigos de infância de Sérgio Habib também marcaram presença, trazendo um clima de nostalgia e celebração.

O escritor Cyro de Mattos parabenizou o autor pelo seu mais novo livro: “Parabéns, amigo Sérgio, pelo brilhante lançamento de seu fecundo livro. Você é merecedor do sucesso sob vários aspectos. Quando indiquei seu nome para compor o corpo associativo da ALITA, estava certo de que trazia para nossas hostes um ícone da cultura grapiúna, baiana e brasileira. E uma academia que se preza precisa de ícones de seu calibre. Um abraço e mais êxito com o seu belo livro.”

A relevância de “Épica Brasiliana” para a literatura brasileira anda de mãos dadas com orgulho das raízes de Habib, um itabunense que, apesar de residir em Salvador, mantém um forte vínculo com sua terra natal. A obra, com mais de 10.000 versos, foi amplamente elogiada por sua profundidade e pela maneira como narra a história do Brasil, desde o descobrimento até a Semana de Arte Moderna.

Para a presidente da Academia de Letras de Itabuna, Raquel Rocha, Sérgio Habib é um autor cuja escrita é marcada por esmero, resultado de sua vasta bagagem literária e intelectual. “Cada verso de ‘Épica Brasiliana’ reflete não apenas o domínio técnico, mas também o amor de Sérgio Habib pela literatura e pela história de nosso país.”  Raquel também agradeceu ao autor: “Quero expressar minha gratidão por Sérgio ter escolhido Itabuna, sua terra natal, para lançar uma obra de tamanha relevância para a literatura nacional. Este gesto nos enche de orgulho e reforça o vínculo entre ele e nossa cidade.”

O autor também “Agradeço imensamente a todos pela presença no lançamento do livro e, igualmente, às inúmeras mensagens de carinho recebidas. Gostaria de deixar registrado o meu agradecimento especial à nossa Presidente, consóror Raquel (e a filha Mel, futura médica), a Sione e a Ceres, cujas gentilezas tanto acalentaram o meu espírito e aconchegaram o meu ser. Faltam-me palavras para expressar a minha satisfação, embora sobre-me uma extensa gratidão para reconhecer-lhes o empenho e a dedicação sem os quais o evento não teria alcançado tamanho êxito. Muito obrigado à nossa querida ALITA e ao querido povo da minha terra!”

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CRISTAIS QUEBRADOS- Rilvan Santana

Cristais Quebrados – R. Santana

     Doutor Fernando D´Angelo Consetti jamais desconfiou de sua esposa Maria Eduarda, ambos tinham cumplicidade de vida invejável, ambos se amavam, ambos eram referências de casamento, ambos eram presenças obrigatórias nos eventos sociais e ambos se completavam com o amor das filhas Milena e Mariana. Porém, o destino faz surpresa que a razão condena, naquela noite, enquanto Maria Eduarda dormia, o médico Fernando Consetti, impulsionado por estranha curiosidade, pegou seu celular, no canto do sofá, e começou bisbilhotar seu Whatsapp:
“O nosso segredo está cada dia mais insuportável… Fernando e as meninas têm que saber, não dar mais para esconder, senão vou à loucura!”
“Depois que te encontrei, lamento o tempo que tivemos longe um do outro, quero dizer ao mundo quanto tu és importante em minha vida.”
“Calma! Calma! Depois da formatura das meninas, irei dar um jantar de apresentação, é difícil viver nessa farsa, todos irão nos compreender…”
“Posso comparecer à festa de formatura de Milena e Mariana?”
“Não! Como iria lhe apresentar?”
“Soube que será uma festa de arromba… ninguém daria por mim!”
“Sim!”
“Então?”
“Fernando é muito perspicaz…”
“Mas não me pedirá identificação!”
“De jeito nenhum!”
Naquela noite, Fernando Consetti não mais pregou os olhos, relutava em acreditar que sua amada esposa o estivesse traindo, mas o diálogo e as imagens do Whatsapp não lhe deixavam dúvidas: Maria Eduarda estava lhe traindo com um homem bem-apessoado e muito mais novo! Agora, ele tinha as respostas de suas saídas pra visitar uma pobre tia paterna do outro lado da cidade, que Maria Eduarda resistia lhe apresentar com pretextos estapafúrdios.
Quando ele a conheceu seu pai já havia morrido. Sua mãe possuía uma pequena lanchonete e Maria Eduarda estudava faculdade de enfermagem, 27 anos atrás. Ambos se amaram e se apaixonaram nos primeiros encontros, simbiose de sentimentos. Ambos com trabalho e determinação construíram um patrimônio considerável e mais importante do que o material, construíram uma família linda.
Daquela noite em diante, Fernando Consetti de comportamento alegre, brincalhão, otimista, tornou-se sério, taciturno e arredio. Já não ficava nas refeições conversando abobrinhas ou conjeturando projetos com a família, sentava-se mudo e saía calado, quando Milena e Mariana cutucavam-no com o objetivo de lhe envolver nas conversas de família, ele era econômico nas palavras:
– Paizinho, já contratou o “Buffet” para nossa festa?
– Sim! – então:
– Já contratou o mestre de cerimônias?
– Não! – as meninas aflitas:
– Ainda não contratou o mestre de cerimonias, paizinho!?
– Não se preocupem…
– Sugerimos-lhe o jornalista Egydio Antonelli!
– Tá!
Suas filhas conversavam e tergiversavam, às vezes, sobre coisas que não lhes diziam respeito, a exemplo da bebedeira do vizinho, o sortudo da Mega-Sena, Bill Gates, etc., mas ele não falava nem rosnava. Sisudo estava e taciturno continuava, nada lhe cheirava nem fedia, um estranho no ninho.
Maria Eduarda não sabia mais como lhe agradar, pois o homem gentil, carinhoso, amável, de antes, quase não lhe dava uma palavra, substituiu a doçura pela rudeza, as palavras lhe saíam de estucadas, atropeladas, quase inaudíveis, com raiva, deixando-a apavorada, aí se refugiava no quarto em choro contido e pressentimento ruim.
Pressentia que o marido havia descoberto o seu segredo e se perguntava: “Como?”, “Será que me seguiu?”,      “Será que foi no celular?”, “O celular tem senha, e o trago com cuidado. Será que ele realmente descobriu?      Não vejo como?…”
Uma força estranha brotava dentro de si, pressentia que algo sinistro estava pra acontecer… O quê? Não tinha resposta. Esperava que todos lhe compreendessem, pois Carlos Eduardo não carrega culpa, ela sim, escondeu de Fernando Consetti, das filhas e da sociedade que tinha outra pessoa em sua vida, portanto, era a única responsável por ter escondido das pessoas queridas o que não se esconde: o amor maior! Jurou pra si que depois da formatura, revelaria o que já deveria ter sido revelado fazia tempo e não o fez por falta de coragem.
Maria Eduarda conhecia bem seu marido, talvez ele resistisse, por amor próprio, no primeiro momento, porque ninguém gosta de ser enganado, porém, com o tempo, ele assimilaria tudo mais do que os outros, pois sabia que Fernando Consetti é mais coração do que razão. E o bom coração não alimenta ódio, mágoa, desprezo, ou, ressentimentos menores. Por isto, estava decidida por um fim naquela situação que lhe tinha dado o destino.
Milena e Mariana amavam sua mãe, mas o prato da balança pendia mais pra o pai. Ele desde cedo cuidou delas com cuidados extremos: do banho ao penteio dos cabelos. Nas reuniões da escola, ele mais do que a mãe, era presença constante. Qualquer folga no trabalho, saía e se divertia com as filhas, na rua, nos jardins, nos parques de diversão, nas brinquedotecas, sempre com as filhas, por isto, a situação atual deixava as moças preocupadas, aguardavam a formatura pra colocar os pontos nos ís.
A deslealdade da pessoa amada talvez seja o sentimento mais pérfido do ser humano. Ninguém gosta de ser traído… A traição transforma o amor em ódio, destrói todos os sentimentos bons alimentados por uma pessoa ao longo da vida, até o traidor não justifica sua traição, mesmo em graves circunstâncias, o segredo mais pérfido, o mal absoluto, a verdade liberta.
Maria Eduarda transformou o amor de Fernando Consetti em ódio, o tempo seria o bálsamo para fechar todas as feridas, mas até lá, a deslealdade e o ódio deixariam muitos corações despedaçados, mágoas e decepções eternas. Todavia, juízos precipitados causam danos e injustiças irreparáveis.
A mansão dos Consettis parecia coisa de cinema: iluminação direta e difusa (em alguns ambientes), garçons espelhados por todos os cantos, cadeiras e mesas espalhadas à borda da piscina, cozinha repleta de servidores para que tudo fosse a contento, na parede frontal, um grande banner exibia as imagens de formandos de Milena e Mariana, Fernando Consetti se desdobrava em gentileza para ser um anfitrião perfeito e Maria Eduarda, toda graciosa, vestida à moda de Grace Kelly.
Não se podia reclamar do “Buffet”, comida e bebida de qualidades aos montões, os garçons se esmeravam no atendimento.
Música para todos os gostos, a Banda “Xis” se revezava com dois vocalistas: um com música jovem, popular; o outro, com música menos popular, afeita para homens e mulheres cinquentões.
O jornalista Egydio Antonelli cerimoniava com competência, nada saía da pauta, um vídeo lhe ajudava contar a trajetória de vida dos formandos, ambas tinham lutado pra chegar até ali, porém, os pais tinham sido decisivos, mas num trecho do depoimento, ambas destacaram a dedicação especial do pai.
A certa altura da festa, Egydio convidou os pais para falar, Maria Eduarda foi sucinta: elogiou as filhas, agradeceu aos presentes o comparecimento e elogiou o marido. Fernando Consetti fez um discurso:
“Senhores e Senhoras”:
“Os pais se realizam no sonho cumprido de seu filho. Quando o destino frustra esse sonho não sofre somente o filho, os pais sofrem mais do que o filho, hoje, o destino está do nosso lado, Milena e Mariana realizaram seus sonhos.”
“Embora ficasse lisonjeado com a fala de minhas filhas, não fui mais que minha esposa nessa caminhada, pois se não fosse seu trabalho administrativo no hospital, nas fazendas, na lida doméstica, no seu apoio emocional, jamais eu teria desempenhado bem o papel de paizão! Maria Eduarda é guerreira, é companheira e mãe estremada.”
“Portanto, nós queremos agradecer a presença de todos os amigos e amigas nesta festa, nossa felicidade, agora, nunca será empanada no que possa vir no futuro”
“Muito obrigado, que Deus lhes pague… E, Parabéns para Milena e Mariana!”
Às 3 h: 30 min do dia seguinte, os convidados deixaram pouco e pouco a mansão dos Consettis, a festa foi encerrada.
12 horas depois:
Os empregados da mansão dos Consettis estranharam os patrões dormindo àquela hora, evidente que a festa de formatura terminou de madrugada, mas não era costume o casal dormir até tarde, festa ali era constante e os patrões acordavam sem prejuízo de suas atividades de trabalho, naquele dia, os ponteiros do relógio marcavam 15 h:30 minutos, nada… Então, eles levaram suas preocupações pra Milena e Mariana.
A surpresa e o pavor tomaram conta de todos: Fernando e Maria Eduarda abraçados na cama e a caminho da eternidade… Tudo estava em seu lugar, exceto dois cálices de cristais quebrados!
Um mês depois:
Cedo ainda, o mordomo anuncia a presença de um moço às herdeiras Consetti:
– Ele deseja falar com as senhoritas!
– Quem é? – apresentou-lhes um cartão onde se lia: “Carlos Eduardo N. Souza – Engenheiro Civil”
– Mande-o entrar! – minutos depois:
– Meus pêsames!
– Obrigado! – responderam ao mesmo tempo Milena e Mariana e completam:
– Deseja o quê?
– Meu nome é Carlos Eduardo… – interromperam-no:
– Lemos o seu cartão!
– Eu sou filho… filho… filho… – desembuche rapaz!
– Eu sou filho bastardo de Maria Eduarda Nascimento Consetti!
Elas desabaram em choro, e choraram… Compreenderam que aquele segredo mantido por sua mãe por mais de três décadas, fez de seu pai vítima e assassino-suicida! Jamais a perdoariam…

Autor: Rilvan Batista de Santana

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ALITA CELEBRA CULTURA E LITERATURA NO II SARAU “ALITA ENTRE VERSOS”

Por Raquel Rocha

A Academia de Letras de Itabuna- ALITA, realizou na quarta-feira, 28 de agosto de 2024, o II Sarau ALITA Entre Versos, um evento transmitido ao vivo pelo YouTube que celebrou a literatura. A programação contou com uma série de apresentações literárias, homenagens e exibições de vídeos, destacando tanto os membros e patronos da ALITA quanto obras de autores renomados. O evento foi uma oportunidade para reforçar o compromisso com a difusão literária e para homenagear figuras marcantes da história da literatura.

A abertura contou com Ruy Póvoas realizando uma exposição sobre Plínio de Almeida, importante figura da literatura regional. Em seguida, membros da ALITA compartilharam leituras de textos significativos: Sérgio Sepúlveda recitou o poema “Pássaros”, de Cyro de Mattos; Joana Angélica trouxe o poema “Testamento”, de Valdelice Pinheiro; Clóvis Junior apresentou a crônica “O menino e o cavalo que foi para o céu”, de Euclides Neto; e Rafael Gama interpretou as canções “Canção para o Velho Chico” e “Apolo e a Lira”, de sua própria autoria. Silmara Oliveira apresentou o poema “Dois de Novembro”, de Marcos Luedy.

A noite contou também com apresentações de obras clássicas por autores convidados: Gustavo Cunha declamou “Ultimatum”, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa e Marcos Bandeira recitou o “Soneto de Fidelidade”, de Vinícius de Moraes.

Como complemento da programação, foram exibidos vídeos “Boi de Infância”, de Cyro de Mattos e “Eu queria ficar na tua memória”, de Valdelice Pinheiro, recitado por Heloísa Prazeres; O sarau foi encerrado com a música “O Bandolim”, com letra de Cyro de Mattos e melodia de Lima Junior.

O Sarau ALITA Entre Versos foi um sucesso, promovendo o intercâmbio cultural e valorizando a diversidade da produção literária local. O evento reafirmou a importância da literatura como uma ponte entre gerações e um espaço de encontro e reflexão, celebrando a riqueza do patrimônio literário grapiúna.

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Academia de Letras de Itabuna realiza o II Sarau Alita Entre Versos

Academia de Letras de Itabuna realiza o II Sarau Alita Entre Versos

A Academia de Letras de Itabuna promove nesta quarta-feira, 28 de agosto de 2024, às 19h30, o segundo Sarau ALITA ENTRE VERSOS, um que celebra o amor pela literatura. A programação, que será transmitida ao vivo pelo YouTube, inclui uma série de apresentações literárias, homenagens e exibições de vídeos, destacando tanto membros e patronos da ALITA, quanto obras de autores renomados.

O sarau começará com uma homenagem especial ao patrono realizada por Ruy Póvoas, que apresentará uma exposição sobre Plínio de Almeida. Em seguida, membros da ALITA irão compartilhar suas leituras: Sérgio Sepúlveda recitará o poema “Pássaros”, de Cyro de Mattos; Joana Angélica trará o poema “Testamento”, de Valdelice Pinheiro; Clóvis Junior apresentará a crônica “O menino e o cavalo que foi para o céu”, de Euclides Neto; e Rafael Gama interpretará as canções “Canção para o Velho Chico” e “Apolo e a Lira”, de sua própria autoria.

Além das apresentações dos membros, o evento contará com a participação de membros que recitarão autores de seleção livre: Gustavo Cunha trará “Ultimatum”, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa; Marcos Bandeira declamará o “Soneto de Fidelidade”, de Vinícius de Moraes; e Silmara Oliveira apresentará o poema “Dois de Novembro”, de Marcos Luedy.

Para complementar a programação, serão os exibidos “Boi de Infância”, de Cyro de Mattos; “Eu queria ficar na tua memória”, de Valdelice Pinheiro, recitado por Heloísa Prazeres; e a música “O Bandolim”, com letra de Cyro de Mattos e melodia de Lima Junior.

O Sarau ALITA ENTRE VERSOS celebra a cultura e homenageia figuras marcantes da nossa história. Esses momentos são uma reafirmação da importância de preservar o legado literário da nossa região. Convidamos você a estar conosco nesta noite especial, participando através de comentários e interagindo conosco em torno da arte e da literatura.

Raquel Rocha
Presidente da Academia de Letras de Itabuna- ALITA

Para assistir ao evento ao vivo, acesse o canal do youtube da ALITA: https://www.youtube.com/live/3DtbNbQXfxE

 

 

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