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POEMAS de Gustavo Cunha

VÔO RASANTE

                                Gustavo Cunha

A travessa que atravesso traduz
Toda Tormenta da travessia
De quem travou tantas histórias
De páginas viradas ao dia,

Para a noite chegar em espasmos
De ausência de luz e de cor,
Onde então se escondeu o amor,
Extinto para nos deixar pasmos.

Grito: – dor, vai-se embora de mim,
Já não tenho mais o remédio!
Vai-se, medo! Vai-se tédio!
Vai-se logo, ó ave ruim.

 

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ORAÇÃO

                                Gustavo Cunha

Fechem as portas da Terra,
Não deixem vir mais ninguém!
Ouça, ouvido do além:
Encerra as portas! Encerra!

A guerra diverte a morte,
Na esquina mais um corpo cai.
A espada acerta o corte,
E mais uma vida se vai

Uma hora homem vivo:
Força, movimento e emoção.
Outra hora uma alma sem abrigo,
Um corpo degradado sob o chão.

Quem fere, quem mata,
Nasce , e por quê?
E de quem a vida escapa?
Por que nascer?

Por isso lhe peço esse feito,
Por isso lhe rogo em verso,
Tranca todas as portas do universo:
Esse mundo já não tem jeito.

 

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CASA DO NORTE

                                Gustavo Cunha

Nada vinga naquele lugar.
O agouro dos ventos fortes
Chega cheio de morte,
Ceifando as vidas de lá.

A água, sua vizinha,
Outrora azul e marinha
Hoje é caldo cinza de mar.

O branco alvo d’areia
Nem mesmo a lua cheia
Conseguiu fazer voltar.

E foi buscando melhor sorte,
Que tudo de lá que estava em mim
Correu em um caminho sem fim,
Para longe das agruras do norte.

 

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Cerimônia de Posse da Diretoria 2024-2026 da Academia de Letras de Itabuna.

CERIMÔNIA DE POSSE DA NOVA DIRETORIA DA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA
BIÊNIO 2024-2026

Uma noite de Tributos

A Academia de Letras de Itabuna-ALITA, viveu momentos de grande emoção e celebração na noite de sábado, 20 de abril de 2024, durante a cerimônia de posse de sua nova Diretoria, realizada no Rotary Club Itabuna. O evento simbolizou o início de um novo capítulo para a instituição que se dedica à promoção e preservação das letras e da cultura local.

A solenidade foi acompanhada pelo lançamento da quinta edição da revista Guriatã, editada por Charles Sá, e por uma tocante apresentação do Coral CEPLAC. Além das festividades, a gestão do biênio 2022/2023, Wilson Caitano e Janete Ruiz, apresentou os projetos realizados.

Durante a cerimônia foi feita uma homenagem ao escritor André Rosa, da Academia de Letras de Ilhéus, que faleceu recentemente, reconhecendo sua contribuição à literatura regional.

O presidente da Academia de Medicina de Itabuna e também membro da ALITA, o Dr. Silvio Porto fez um belíssimo discurso saudando a nova diretoria: “Raquel essa é a casa de todos confrades e confreiras vivos da Alita e mais de Sônia Maron, de Delile Oliveira, de Adonias Filho, de Telmo Padilha, de Firmino Rocha, Valdelice Pinheiro, Jorge Amado, Carlos Eduardo Passos, Gil Nunes Maia, Sosígenes Costa, Hélio Pólvora, entre outros gigantes da nossa Academia. Você sempre estará bem acompanhada, seja com exemplos ou boas lembranças. “E ressaltou a importância do compromisso assumido. “Você hoje assume um compromisso. Um compromisso de manter viva  a arte e a cultura no sul da Bahia, na Bahia e no Brasil.”

A nova presidente, Raquel Rocha, junto com os outros membros da diretoria – Lurdes Bertol, Eliabe Izabel de Moraes, Maria Luisa Nora, Gustavo Veloso, Marcos Bandeira, Margarida Fahel, Sérgio Sepúlveda, Clovis Junior, Heloísa Prazeres, Rafael Gama  e Gustavo Cunha – foram oficialmente empossados.

Durante seu discurso, Raquel Rocha agradeceu às gestões anteriores, agradeceu família e amigos e prestou tributo ao escritor Cyro de Mattos, presidente de honra da ALITA, e a Sônia Carvalho de Almeira Maron, ex-presidente da academia que faleceu em 2021, destacando a importante contribuição de ambos em sua trajetória na Academia.

Em seu discurso a escritora pontuou sua relação com as artes: “Tenho uma crença inabalável no poder das artes: da poesia, da literatura, da música, do cinema. As artes têm o poder de transformar o mundo, mudar vidas e, acima de tudo, nos fazer seres humanos melhores” e finalizou agradecendo à sua diretoria: “E essa jornada só será possível mediante um trabalho em conjunto. Por isso expresso meus mais sinceros agradecimentos à esta diretoria, que está sendo empossada junto comigo”

O evento não só reafirmou o compromisso da ALITA com as artes e a cultura, mas também reforçou os laços comunitários através da literatura, garantindo uma noite inesquecível para todos os presentes.

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Escritor Cyro de Mattos apresenta novo livro no Programa TV News

Na edição de 17 de maio de 2024 do programa “TV News”, apresentado por Barbosa Filho, o escritor Cyro de Mattos foi o convidado do quadro “Raquel Rocha Entrevista”, conduzido pela presidente da Academia de Letras de Itabuna e apresentadora do canal TVI, Raquel Rocha.

Durante o programa, Cyro de Mattos apresentou seu mais novo livro, “Do Menino se Fez o Homem”, que promete encantar os leitores com suas 400 páginas de narrativa envolvente. O romance, que será lançado em breve na cidade de Itabuna, é uma elaborada recriação da vida do menino Didico, imbuída de simbolismo e riqueza de significados.

A obra foi lançada pela Fundação Casa de Jorge Amado, destacando-se como a 98ª publicação do escritor grapiúna.

O programa também contou com a participação do jornalista Kleber Torres, que se juntou ao diálogo sobre o impacto da literatura de Mattos. Além de discutir seu novo livro, Cyro de Mattos apresentou outras obras suas que foram lançadas internacionalmente, em países como França, Itália, Alemanha e Espanha.

A comunidade literária local e os fãs do autor estão ansiosos pelo lançamento de “Do Menino se Fez o Homem”, prometendo ser mais uma valiosa adição ao legado literário de Cyro de Mattos.

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Na Imprensa: Academia de Letras empossa nova Diretoria para o período 2024-2026

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PORTARIA Nº 01/2024

PORTARIA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA
Nº 01/2024

A Presidente da Academia de Letras de Itabuna – ALITA, Raquel Rocha, no uso de suas atribuições, lastreado no disposto nos Artigos 18, parágrafo III, do Regimento Interno.

RESOLVE

Designar a acadêmica Margarida Cordeiro Fahel para representar a Academia de Letras de Itabuna – ALITA no lançamento da obra “O Realismo mágico de Gabriel Garcia Marquez e o Problema Penal”, do advogado criminalista Sergio Habib, também membro desta instituição. O lançamento ocorrerá na Livraria Escariz, Shopping Barra, em Salvador às 18 horas do dia 17 de maio de 2024.

Itabuna,13 de maio de 2024

Raquel Silva Rocha

PRESIDENTE

 

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OMISSÃO NA CULTURA- Cyro de Mattos

A quem cabe zelar pela cultura de um povo e não corresponde aos seus apelos comete omissão imperdoável. A cultura alimenta a autoestima e reforça os laços identitários de uma sociedade nas suas relações com a vida.  Se a educação é o corpo da sociedade, que precisa ser bem alimentado, que dizer de sua alma, a cultura? Quem não valoriza a cultura de seu povo, contribui para que não haja resposta quando se pergunta qual é o seu nome, onde você nasceu e para onde você vai. Torna assim o ser humano um caminhante no vazio do estar para viver ou, se quiserem, cadáver ambulante que procria, como diz o poeta Fernando Pessoa.

O que vemos por aqui entristece. Ainda hoje viceja esse comportamento atávico para anular o que foi produzido para representar e permanecer como referência do nosso patrimônio cultural. O Museu da Casa Verde, por exemplo, que antes foi o espaço de convivência social da elite, com reuniões importantes de políticos, quando então eram debatidos assuntos relevantes de nossa cidade, encontra-se fechado há tempos. Seu patrimônio valioso, que muito diz sobre a história da burguesia cacaueira no tempo dos coronéis, está encoberto pelas sombras da indiferença do poder público. Assim contribui para que o visitante, o estudante e o habitante dessa terra desconheçam um capítulo importante da civilização do cacau, com seus costumes, valores, linguagens, suas relações políticas e sociais como marcas de uma maneira singular de proceder perante o mundo.  Não recebe o mínimo apoio do poder público, da classe empresarial e de clube de serviço, para que se torne um espaço movimentado com vistas ao conhecimento da história coletiva municipal e regional.

O quiosque Walter Moreira, na praça Olinto Leoni, obra realizada na gestão do professor Flávio Simões, quando presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, foi demolido. Já serviu para exposições de artistas plásticos locais, comércio de artesanato, lançamento de livro e local como parte das comemorações no Dia de Cidade, com exposição de fotos históricas e dos prefeitos. Dá pena saber o destino que impuseram ao Quiosque Walter Moreira no jardim da Praça Olinto Leoni. A memória desse artista da cor, que passou uma vida retratando na tela a paisagem humana e física dessa terra, não merece essa pancada.

O Monumento da Saga Grapiúna, criado pelo artista Richard Wagner, itabunense de fama mundial, erguido nas proximidades do Supermercado Jequitibá, é uma homenagem aos elementos formadores da civilização grapiúna – o sergipano, o negro, o índio e o árabe, e não está tendo melhor destino. Monumento que remete as gerações de hoje e de amanhã à infância da civilização do cacau, em nossa cidade e na região, encontra-se também no descaso. O gradil protetor ao seu redor está danificado, lá dentro o seu interior serve de depósito de coisas imprestáveis e lixo. Não existe fiscalização nem proteção para preservar uma obra artística e cultural de valor inestimável.  Árvores cresceram ao seu redor, tirando-lhe a visibilidade.

Com sua beleza rica de significados, em que se retrata a história da civilização cacaueira baiana, representada em figuras, símbolos, cenas e paisagens, o painel composto de azulejos, criado pela arte genial de Genaro de Carvalho, instalado no prédio Comendador Firmino Alves, onde funcionava o antigo Banco Econômico, entre a avenida do Cinquentenário e a praça Adami, nos idos de 1953, é indiscutivelmente um dos patrimônios artísticos de incalculável valor dessa terra  onde nasceram o romancista Jorge Amado e o poeta  Telmo Padilha.

Essa obra de arte magnífica esteve entregue à indiferença de autoridades, ao longo dos anos.   Ficou sem alguns azulejos, na frente serviu para que camelôs fixassem seus produtos à venda no comércio informal. A FICC fez a reconstituição das avarias no painel, mas até hoje a valiosa obra de Genaro de Carvalho não teve a preservação merecida para que seu estado não volte como antes. Na frente dele, camelôs improvisam o gradil como expositor para vender seus produtos. Dentro do gradil protetor guardam a bicicleta.  A poluição visual do painel às vezes prossegue com a faixa estendida de um poste a outro, na frente, para anunciar a venda de um produto novo chegado ao comércio local.

O prédio do Colégio Divina Providência e o do Cine Itabuna tomaram uma destinação comercial, nem parece que ali a vida saudável fez morada, através de gerações que aprendiam com mestres do ensino em um e se divertiam com Oscarito e Grande Otelo, o Gordo e o Magro, no outro.

Perdemos o Castelinho, o Cine Itabuna, o prédio do Ginásio Divina Providência, o casarão do coronel Henrique Alves dos Reis, o Campo da Desportiva, o Teatrinho ABC na Praça Camacã, a fachada da residência onde morou o comendador Firmino Alves e sua família na praça Olinto Leoni está desfigurada. Até quando vamos continuar maltratando a nossa memória e o nosso patrimônio arquitetônico, portador de rico simbolismo em nossa história?

E o rio Cachoeira, que tanto contribuiu para a progressão da cidade, alimentou os pobres, forneceu ganho às gentes do povo, teve peixe em abundância quando as águas eram claras? Há tempos vem chorando água, virou um esgoto a céu aberto.

Estamos perto das eleições municipais. Será que com o prefeito que vai chegar, ou mesmo que o atual se reeleja, ocorrerá mudança nessa mentalidade tacanha? Tomara!  Ainda há tempo para amparar a nossa cultura, que é rica de conteúdo e história, e salvar o que resta. Basta boa vontade.

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 Cyro de Mattos nasceu em Itabuna, no Sul da Bahia, é autor de 67 livros pessoais, de diversos gêneros.  Editado e publicado também em Portugal, Itália, Espanha, França, Alemanha, Dinamarca, Rússia, México, Cuba e Estados Unidos. Premiado no Brasil, Portugal, Itália, México e Cuba. Conquistou o Prêmio Casa das Américas 2023. Membro das Academias de Letras da Bahia, Ilhéus e Itabuna. Presidente de Honra da Academia de Letras de Itabuna-ALITA. Primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz (Sul da Bahia). Distinguido com a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara de Vereadores de Salvador. Recebeu a Comenda Dois de Julho da Assembleia Legislativa da Bahia.

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Livro de Cyro de Mattos Vencedor do Prêmio Literário Casa das Américas Teve Leitura e Análise em Havana

Havana, (Prensa Latina) – A Casa das Américas promoveu no dia 25 de abril passado, no Salão Manuel Galich da instituição cultural da capital, a apresentação com análises e leituras dos livros vencedores em 2023 do Prêmio Literário Casa das Américas e, entre eles, na categoria Literatura Brasileira, Infancia com Animal y Pesailla y otras historias (Infância com Bicho e Pesadelo e Outras histórias), do baiano (de Itabuna) Cyro de Mattos, na tradução para o espanhol da professora doutora em Letras Esther Pérez, fundadora e presidente da Fundação Martin Luther King em Havana. No evento, o escritor grapiúna divulgou um vídeo no qual ressalta a importância do Prêmio Literário Casa de las Américas no Continente Hispânico e sua valorização no Brasil e por isso a sua obra terá mais visibilidade agora no plano nacional e internacional.

A instituição apresentou os outros livros vencedores em 2023: Todos somos islas, de Felipe Núñez (Colômbia, conto); e Después del incendio (Papeles de guerra: Venezuela 2013-2021), de Eduardo Ernesto Viloria (Venezuela, literatura testemunhal); La orilla de Caliban. El rastro de la filosofía afrocaribe en el siglo xx, de Roberto Almanza (Colômbia, Prêmio de estudos sobre a presença negra na América contemporânea e no Caribe) e Diario de las revelaciones, de Gustavo Pereira (Venezuela, vencedor do Prêmio de Poesia José Lezama Lima).

No próprio Salão Manuel Galich foi realizado depois o painel El sencillo arte de narrar (una provocación), com o jornalista e contador de histórias mexicano Fabrizio Mejía, o escritor e sociólogo argentino Hernán Ronsino e a dramaturga cubana Lourdes de Armas, membros do júri do Novel. A Casa de las Américas celebrou seu 65º aniversário em 28 de abril passado, e o prêmio é um dos principais protagonistas de sua história. Criado em 1959 e realizado pela primeira vez em janeiro de 1960, o Prêmio Literário Casa de las Américas é o concurso cultural mais antigo do país e o mais antigo do gênero no continente.

 

Eduardo Viloria Daboín, vencedor do Premio Casa de las Américas 2023 na categoría Testimonio, e Fernando Luis Rojas, diretor do Fondo Editorial Casa de las Américas, fazendo a apresentação do livro de Cyro.

Fernando Luís Rojas, diretor do Fundo Editorial Casa das Américas, fazendo a leitura e análise do livro de Cyro de Mattos.

 

Infancia con Animal y Pesadilla y otras historias, vencedor do Prêmio Literário Casa de las Américas, 2023, literatura brasileira.

Infancia con Animal y Pesadilla y otras historias, vencedor do Prêmio Literário Casa de las Américas, 2023, literatura brasileira.

 

 

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