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ALITA homenageia Renée Albagli e a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna com a Medalha Jorge Amado

A Academia de Letras de Itabuna (ALITA) realizou, no dia 11 de outubro de 2024 a solene cerimônia de entrega da Medalha Jorge Amado, no auditório Paulo Souto da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). A noite foi marcada por momentos de emoção e reverência, reunindo membros da ALITA, autoridades, acadêmicos, intelectuais e representantes da sociedade civil.

A honraria, criada em 2024 por iniciativa do escritor Cyro de Mattos, presidente de honra da ALITA, é a mais alta distinção da casa e tem como objetivo reconhecer personalidades e instituições que tenham prestado relevantes contribuições às artes, à ciência e à cultura.

Nesta primeira edição, a medalha foi entregue à professora Renée Albagli, ex-reitora da UESC, e à Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, representada pelo médico André Fernando Wermann.

A cerimônia teve início com a execução do Hino Nacional e do Hino da ALITA, seguido pela formação da mesa de honra e pelas saudações protocolares. Em seguida, a presidente da ALITA, Raquel Rocha, proferiu um discurso destacando a importância de homenagear aqueles que transformam a realidade por meio da educação, da cultura e do cuidado com o próximo.

Em sua fala, a presidente afirmou: “Este momento transcende o simples ato de homenagem; é um reconhecimento solene pelo labor de pessoas e instituições que, como Jorge Amado, acreditam no poder da cultura, da educação e da solidariedade.”

A homenagem à professora Renée Albagli foi conduzida por Cyro de Mattos, que ressaltou sua atuação visionária à frente da UESC e sua contribuição para o fortalecimento do ensino superior na região. Já a homenagem à Santa Casa foi proferida pelo médico e acadêmico João Otávio Macedo, que destacou o papel centenário da instituição na promoção da saúde e na assistência aos mais necessitados.

Após os discursos, foi realizada a entrega oficial das medalhas e dos diplomas, seguida das manifestações dos homenageados. Renée Albagli agradeceu comovida e reforçou o valor da educação pública, enquanto o representante da Santa Casa falou da missão humanitária da instituição.

O evento foi encerrado com um coquetel no foyer do auditório, em clima de confraternização e celebração.

 

 

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Ofício: Santa Casa de Misericórdia para Academia de Letras de Itabuna

Academia de Letras de Itabuna – ALITA
A/C Sra. Raquel Rocha
Presidente

Ref.: Medalha Jorge Amado – Agradecimento e Indicação de Representante

Prezada Senhora,

A Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, por meio de seu provedor, vem manifestar profundo agradecimento pelo reconhecimento e homenagem com a outorga da Medalha Jorge Amado.

Este reconhecimento não só destaca o nosso compromisso, mas também sublinha o esforço da nossa instituição com o serviço prestado à comunidade.

Informamos desde já que, embora o Provedor e o Vice-provedor estejam ausentes da cidade na data marcada para a entrega da comenda, nossa Provedoria estará representada pelo Diretor Tesoureiro, o Sr. André Fernando Wermann, que se fará presente ao ato.

Respeitosamente,

Francisco Valdece Ferreira de Sousa
Provedor

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ALITA entrega Medalha Jorge Amado em cerimônia solene na UESC

 

ALITA ENTREGA MEDALHA JORGE AMADO EM SOLENE CERIMÔNIA NA UESC

No próximo dia 11 de outubro de 2024, às 17:00, a Academia de Letras de Itabuna- ALITA, realizará a Outorga da Medalha Jorge Amado em uma cerimônia solene no Auditório Paulo Souto, na Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC. Esta importante honraria, que celebra grandes contribuições para as artes, ciências e cultura, será concedida a duas personalidades de destaque que impactaram profundamente a região.

A ex-reitora da UESC, professora Renée Albagli, será homenageada por seu trabalho notável e transformador no campo do ensino superior, pesquisa e extensão. Sob sua gestão, a UESC passou por uma fase de expansão e consolidação acadêmica, especialmente com a ampliação do corpo docente e a criação de cursos pioneiros. Renée Albagli é amplamente reconhecida como uma das figuras mais influentes na história da educação superior da Bahia.

Além dela, a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna será igualmente homenageada por sua contribuição inestimável na área da saúde, prestando assistência à população há mais de um século, com destaque para seu trabalho humanitário e sua dedicação à melhoria do atendimento médico e hospitalar na região.

A criação da Medalha Jorge Amado foi idealizada pelo escritor Cyro de Mattos, presidente de honra da ALITA, e aprovada por unanimidade pelos membros da academia. A presidente da ALITA, Raquel Rocha, reforça a relevância do evento: “Reconhecer e homenagear aqueles que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento de nossa região é uma forma de perpetuar o legado de Jorge Amado, que tão bem representou nossa cultura e nossa gente.”

A cerimônia contará com a presença de autoridades, intelectuais, membros da Academia e convidados especiais, consolidando este como um evento de grande importância cultural e social para a Bahia.

 

 

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EDITAL 02/2024- PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE SUBMISSÃO DAS BIOGRAFIAS PARA  COMPÊNDIO BIOGRÁFICO DOS PATRONOS DA ALITA

EDITAL 02/2024

ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA

 

PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE SUBMISSÃO DAS BIOGRAFIAS PARA  COMPÊNDIO BIOGRÁFICO DOS PATRONOS DA ALITA

A Presidente da Academia de Letras de Itabuna – ALITA, Raquel Rocha, no uso de suas atribuições regimentais, e considerando a importância do projeto de publicação do compêndio biográfico dos patronos da Instituição, resolve, por meio deste edital, prorrogar o prazo para a submissão das biografias.

1- OBJETIVO:

A presente prorrogação tem por objetivo assegurar a todos os membros tempo adequado para a conclusão das pesquisas e redação dos textos biográficos, preservando a qualidade da obra a ser publicada.

2- NOVO PRAZO:

O novo prazo para o envio das biografias será o dia 20 de novembro de 2024.

3- ENVIO ADICIONAL:

Para garantir que todos tenham os mesmos prazos, informamos que os membros que já submeteram seus textos poderão reenviar suas biografias, caso desejem fazer revisões ou melhorias. Será considerado apenas o último arquivo enviado por cada acadêmico, de modo que a prorrogação seja justa para todos.

4- ORIENTAÇÕES GERAIS:

Todas as demais diretrizes contidas no Edital 01/2024 continuam em pleno vigor e devem ser seguidas rigorosamente.

5- ENVIO:

As biografias deverão ser enviadas em formato Word para o e-mail alitaitabuna@gmail.com, observando-se a nova data limite de 20 de novembro de 2024.

6- COORDENAÇÃO:

A coordenação do projeto permanece sob a responsabilidade do Sr. Gustavo Cunha, Diretor de Projetos e Pesquisas, e da Sra. Raquel Rocha, Presidente da ALITA.

Reforçamos a importância da participação de todos os acadêmicos e contamos com a colaboração no cumprimento deste novo prazo, a fim de que o compêndio biográfico seja uma obra de referência para a nossa Instituição.

Itabuna, 20 de setembro de 2024.

Gustavo Cunha

Diretor de Projetos e Pesquisas

Raquel Rocha

Presidente

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EDITAL DE CONVOCAÇÃO – ASSEMBLEIA GERAL

EDITAL DE CONVOCAÇÃO – ASSEMBLEIA GERAL

A Academia de Letras de Itabuna, com sede na Reitoria da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), situada à Praça Jose Bastos s/n, Centro, Itabuna Estado da Bahia, por ordem da presidente Raquel Silva Rocha, no uso de suas atribuições, convoca os membros efetivos para a assembleia geral ordinária, a realizar-se no dia 15 de outubro de 2024, na modalidade online, 19:00, em primeira convocação, com a presença da maioria absoluta dos votantes e, em segunda convocação, 20:00 com qualquer número de presentes conforme preceitua o artigo 12, parágrafo único do Regimento da ALITA , com a seguinte Ordem do Dia:

  1. Leitura da ata anterior.
  2. Informes: saraus, projeto patrono, revista Guriatã
  3. Resumo da Reunião da Diretoria: Inadimplência e Memorial Alitano.
  4. Declaração de vacância.
  5.  Formação de comissões.
  6. O que ocorrer.

Este Edital será publicado no site Academia de Letras de Itabuna.

Itabuna, 04 de setembro, de 2024

Eliabe Izabel de Moraes

Primeira Secretária

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Lançamento do Livro Épica Brasiliana de Sergio Habib

O lançamento do livro “Épica Brasiliana”, de Sérgio Habib, realizado no dia 30 de agosto de 2024, foi marcado um clima de reencontro, amizade e alegria. O evento que aconteceu no espaço do restaurante do Tarik Hotel, reuniu amigos do autor e admiradores de sua obra.

Entre os presentes, destacaram-se os membros da Academia de Letras: Silvio Porto, Ceres Marylise, Marcos Bandeira, Sione Porto, Silmara Oliveira, João Otávio Macedo, Gustavo Veloso e Raquel Rocha. Amigos de infância de Sérgio Habib também marcaram presença, trazendo um clima de nostalgia e celebração.

O escritor Cyro de Mattos parabenizou o autor pelo seu mais novo livro: “Parabéns, amigo Sérgio, pelo brilhante lançamento de seu fecundo livro. Você é merecedor do sucesso sob vários aspectos. Quando indiquei seu nome para compor o corpo associativo da ALITA, estava certo de que trazia para nossas hostes um ícone da cultura grapiúna, baiana e brasileira. E uma academia que se preza precisa de ícones de seu calibre. Um abraço e mais êxito com o seu belo livro.”

A relevância de “Épica Brasiliana” para a literatura brasileira anda de mãos dadas com orgulho das raízes de Habib, um itabunense que, apesar de residir em Salvador, mantém um forte vínculo com sua terra natal. A obra, com mais de 10.000 versos, foi amplamente elogiada por sua profundidade e pela maneira como narra a história do Brasil, desde o descobrimento até a Semana de Arte Moderna.

Para a presidente da Academia de Letras de Itabuna, Raquel Rocha, Sérgio Habib é um autor cuja escrita é marcada por esmero, resultado de sua vasta bagagem literária e intelectual. “Cada verso de ‘Épica Brasiliana’ reflete não apenas o domínio técnico, mas também o amor de Sérgio Habib pela literatura e pela história de nosso país.”  Raquel também agradeceu ao autor: “Quero expressar minha gratidão por Sérgio ter escolhido Itabuna, sua terra natal, para lançar uma obra de tamanha relevância para a literatura nacional. Este gesto nos enche de orgulho e reforça o vínculo entre ele e nossa cidade.”

O autor também “Agradeço imensamente a todos pela presença no lançamento do livro e, igualmente, às inúmeras mensagens de carinho recebidas. Gostaria de deixar registrado o meu agradecimento especial à nossa Presidente, consóror Raquel (e a filha Mel, futura médica), a Sione e a Ceres, cujas gentilezas tanto acalentaram o meu espírito e aconchegaram o meu ser. Faltam-me palavras para expressar a minha satisfação, embora sobre-me uma extensa gratidão para reconhecer-lhes o empenho e a dedicação sem os quais o evento não teria alcançado tamanho êxito. Muito obrigado à nossa querida ALITA e ao querido povo da minha terra!”

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ALITA CELEBRA CULTURA E LITERATURA NO II SARAU “ALITA ENTRE VERSOS”

Por Raquel Rocha

A Academia de Letras de Itabuna- ALITA, realizou na quarta-feira, 28 de agosto de 2024, o II Sarau ALITA Entre Versos, um evento transmitido ao vivo pelo YouTube que celebrou a literatura. A programação contou com uma série de apresentações literárias, homenagens e exibições de vídeos, destacando tanto os membros e patronos da ALITA quanto obras de autores renomados. O evento foi uma oportunidade para reforçar o compromisso com a difusão literária e para homenagear figuras marcantes da história da literatura.

A abertura contou com Ruy Póvoas realizando uma exposição sobre Plínio de Almeida, importante figura da literatura regional. Em seguida, membros da ALITA compartilharam leituras de textos significativos: Sérgio Sepúlveda recitou o poema “Pássaros”, de Cyro de Mattos; Joana Angélica trouxe o poema “Testamento”, de Valdelice Pinheiro; Clóvis Junior apresentou a crônica “O menino e o cavalo que foi para o céu”, de Euclides Neto; e Rafael Gama interpretou as canções “Canção para o Velho Chico” e “Apolo e a Lira”, de sua própria autoria. Silmara Oliveira apresentou o poema “Dois de Novembro”, de Marcos Luedy.

A noite contou também com apresentações de obras clássicas por autores convidados: Gustavo Cunha declamou “Ultimatum”, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa e Marcos Bandeira recitou o “Soneto de Fidelidade”, de Vinícius de Moraes.

Como complemento da programação, foram exibidos vídeos “Boi de Infância”, de Cyro de Mattos e “Eu queria ficar na tua memória”, de Valdelice Pinheiro, recitado por Heloísa Prazeres; O sarau foi encerrado com a música “O Bandolim”, com letra de Cyro de Mattos e melodia de Lima Junior.

O Sarau ALITA Entre Versos foi um sucesso, promovendo o intercâmbio cultural e valorizando a diversidade da produção literária local. O evento reafirmou a importância da literatura como uma ponte entre gerações e um espaço de encontro e reflexão, celebrando a riqueza do patrimônio literário grapiúna.

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HOMENAGEM A CYRO DE MATTOS MARCA O 7º ENCONTRO AMIGOS DE ITABUNA- Raquel Rocha

Homenagem a Cyro de Mattos marca o 7º Encontro Amigos de Itabuna

Por Raquel Rocha

No dia 27 de julho de 2024, nossa cidade foi presenteada com um evento marcante que reuniu um grande grupo de filhos apaixonados por essa terra: o 7º Encontro Amigos de Itabuna. Com o tema “Anos Rebeldes, 60/70 & Filhos”, o evento não só celebrou a efervescência dos anos 60, 70 e 80, mas também prestou uma homenagem especial ao renomado escritor Cyro de Mattos, membro fundador da Academia de Letras de Itabuna (ALITA) e seu presidente de honra.
O evento, coordenado pelo médico e, também, membro da ALITA, Silvio Porto, trouxe um clima nostálgico e vibrante, resgatando o espírito da época com shows da Banda Lordão, Banda Elétrica, Banda Semi Novos e DJ Djavan. A festa não apenas celebrou as memórias dos anos dourados, mas também comemorou os 114 anos de emancipação de Itabuna.
A homenagem a Cyro de Mattos foi um dos momentos mais emocionantes do evento. Com prêmios relevantes no Brasil e exterior, reconhecido por suas contribuições significativas para a literatura contemporânea, a obra de Cyro de Mattos é visceralmente brasileira, de escavação existencial sintonizada com o seu tempo, com uma vertente regional de alcance universal. Para Carlos Drummond de Andrade, suas histórias possuem muito de sentimento dramático da vida, e muita vivência brasileira, “são histórias que ficam na lembrança da gente.” E Jorge Amado salienta “que se trata de um autor que pisa chão verdadeiro, toca a carne e o sangue dos homens, entre sombras e abismos.”
Sílvio Porto, ao prestar a homenagem, destacou a importância de Cyro de Mattos na literatura e na cultura local e leu os dizeres da placa concedida: “Cyro de Mattos, o maior escritor vivo da Bahia na atualidade, laureado com vários Prêmios e autor de obras que retratam com maestria a cultura e as nuances da sociedade sul baiana. Seu talento literário e contribuições significativas para a literatura brasileira o estabelecem como um ícone contemporâneo das letras baianas.”
O escritor Cyro de Mattos mostrou-se comovido e muito alegre com a homenagem, e, em suas palavras, destacou que “homenagem que chega pelo coração de seus conterrâneos mexe com os meus sentimentos, se tivesse de escolher outra vez o lugar de meu nascimento seria o de minha querida Itabuna. Meus pais seriam os mesmos, seu Augusto e Dona Josefina, para compreendê-los mais, dá-lhes mais amor e agradecer tudo que fizeram para que eu me tornasse gente.”

 

Momento relevante da Festa dos Amigos, na Terceira Via,em Itabuna, dia 27 passado, promovida pelo Grupo de Amigos de Itabuna, quando Cyro de Mattos e os Irmãos Riela, na pessoa de Carlos Riela, foram homenageados com uma placa de Honra ao Mérito. Na foto, Carlos Riela, o presidente do Grupo Amigos de Itabuna, Sílvio Porto, Cyro de Mattos, e Eric Etingger, diretor social do Grupo. Foram homenageados ainda Kokó, em memória, e Sabará.

 

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UM OLHAR SOBRE O RISCO E O LAÇO – TRAÇADOS DO DESTINO NAGÔ- Tica Simões

Um olhar sobre O Risco e o Laço – traçados do destino nagô

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Maria de Lourdes Netto Simões*

 

Da larga produção de Ruy Póvoas, deparo-me agora com o seu mais recente livro, de 2024:  O Risco e o Laço – traçados do destino nagô.

Perpassando um olhar pelas publicações que tenho acompanhado desde Vocabulário da Paixão (1985), posso afirmar da riqueza e singularidade dessa produção que, através do olhar do Babalorixá que é Póvoas, resgata a história da gente nagô, ao tempo em que ensina, passa uma cultura singular e diverte o leitor.

Afora a sua produção literária, há a científica, desse que também foi Professor Titular de Língua Portuguesa da Universidade Estadual de Santa Cruz–UESC, onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa (2018).

A exemplo das publicações não ficcionais, é imprescindível referir a trilogia que denominou O labirinto Preto e Branco. Num mundo preto e branco, essa rica e instigante trilogia culmina com o terceiro volume, publicado neste 2024: Perfis da Resistência – deslindando as várias faces. A trilogia evidencia uma caminhada de reflexões, relatos de lutas e conquistas sobre o status quo do negro no Brasil.

Agora, na sua vertente literária, está o quinto livro de contos, O Risco e o Laço – traçados do destino nagô.  É uma ficção que, valendo-se dos Odu de Ifá, ensina e diverte. Ilustrado pelo autor, os desenhos e figuras remetem ao seu tema de fundo – o jogo de búzios, prática dos terreiros de candomblé para tratar dos arquétipos da criação, representados nos Odu de Ifá.

Em verdade, no livro, não só a apresentação gráfica dos desenhos e figuras comunica; também, a referida comunicabilidade com o leitor é acrescentada pela estrutura, integrada de esclarecedores paratextos. Aliás, esse uso dos paratextos já é uma estratégia do autor, em trabalhos anteriores, dos quais especialmente cito A Viagem de Orixalá (2015).

Em O Risco e o Laço – traçados do destino nagô, os paratextos deixam entrever o conhecimento do babalorixá que é Ruy Póvoas, como o articulador da ficção, que recorre a dois tipos de paratextos, para informar ao leitor a sua estratégia ficcional (não autoral e autoral).

​         Conforme esclarece no paratexto que abre o livro, Odu de Ifá é “oráculo dos babalaôs, sacerdotes de Ifá”. O livro é estruturado em dezesseis Odu. Os vários contos se relacionam com os Odu que “representam os Arquétipos da criação; as narrativas são voltadas para as variadas vivências humanas” (2024, V).

O paratexto autoral, que interroga “Por que narrar os Odu de Ifá?”, é bastante esclarecedor para o leitor que não conhece os preceitos nagôs. Por outro lado, também informa a concepção da criação literária dos dezesseis Itan –  contos que buscam se relacionar exemplarmente com os Odu.

Assim, as 16 partes em que se estrutura O Risco e o Laço, cada uma é um Odu, antecedido pela descrição-síntese de cada arquétipo: Òkànràn,

Òyèkú, Ògundá, Ìròsùn, Òsé, Òbàrà, Òdí, Èjìogbè, Òsá, Òfun, Ówónrín,

Ìwòrí, Òtúrúpòn, Ìká, Òtúrá, Ìretè, Opira. E são dezesseis contos, itans que exemplificam os traços de cada signo – “o caminho, isto é, aquilo que faz parte da destinação da pessoa” (2004, p. 18). São textos que, em contando uma história, ensinam, sinalizam caminhos, divertem e dão lições.

         E o texto finaliza, mas fica com o leitor o sugestivo convite apresentado no paratexto inicial, para que, cada um se identifique com uma das narrativas.

Eu, cá para mim, busquei a minha identificação… E conclamo cada leitor a fazer o mesmo; mas sem que deixe de observar o pensar do citado Paul Sagan (p. 213):

A imaginação

muitas vezes nos leva

a mundos

que nunca sequer existiram.

Mas sem ela

não vamos a lugar nenhum

 

E o leitor não negligencie essa última lição do livro!

 

Em julho de 2024

 

___________________

 

*Maria de Lourdes Netto Simões (Tica Simoes)

 

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POEMAS de Ruy Póvoas

PIXANINHO

A saudade dormia
um sono profundo
e não foi casual o seu acordar,
meu Pixaninho fez isso por mim.
A saudade emergiu
do antigo lajedo
e veio me dizer
também fazer parte
do complexo de mim.
Depois, Pixaninho
se foi, talvez, para sempre,
mas comigo deixou
uma doce saudade
daquele momento.
Subiu no meu colo
e rolou para lá,
rolou para cá.
Foi o bastante
para minha saudade,
de vez, acordar.
Todos os dias,
volto ao lugar
onde meu Pixaninho
também se sumiu.
Oh, meu Pixaninho,
onde você estiver
que seja um lugar
zelado e quentinho
igual à saudade
renascida em mim.

Ruy Póvoas
25/7/24

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XIRÊ

A roda gira no mundo,
o mundo gira na roda,
a gira vai com a roda,
a roda se move na onda.
A sala está repleta,
cada um no seu lugar.
O agogô marca o ritmo,
a cabaça acompanhará.
O rumpi faz a marcação,
o runlé a segunda voz.
O xirê está começando,
o Dono da Rua esperando
os pedidos que vai levar.

Ruy Póvoas
27/5/24

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ENCHENTE

A sopa grossa
desceu as encostas
e levou de roldão
as casas, as ruas,
o casebre e a mansão.
A correnteza de entulhos,
irada, raivosa,
rodopiando a destruição,
rompeu, agressiva,
os liames da vida,
tão provisórios, tão frágeis,
já sem noção.
Ficaram os abismos
na alma, no chão,
na alma enchacada
de desilução.
Sobrou desalento,
restou desamparo
e grande amargura
no coração.

Ruy Póvoas
27/5/24

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VERBALIDADE

Oh, verbo defectivo,
me valha mesmo
com seus defeitos.
Ensina-me não ter
todas as pessoas.
Algumas bastam
para um viver tranquilo.
Teu parente,
o impessoal,
é por demais arrogante
e atua sem pessoa alguma.
Diferente dele,
sou a própria pessoa
que precisa de pessoas
no meu viver em rumas.

Ruy Póvoas
13/4/24

 

 

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