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Cyro de Mattos recebe a láurea do Prêmio Internacional Jean Paul-Mestas

Em sessão solene da União Brasileira de Escritores, seção do Rio de Janeiro, realizada no salão nobre da Academia Brasileira de Letras, Cyro de Mattos recebe a láurea do Prêmio Internacional Jean Paul-Mestas, por seu livro De tes instants dans le poème/De teus instantes no poema, antologia, publicado em Paris pelas Editions du Cygne, em 2012, na Coleção Poésie du Monde (Poesia do Mundo). Ele é também premiado em Portugal, Itália e México. Nove vezes primeiro lugar nos concursos literários da União Brasileira de Escritores (Rio).

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Coleção Mestres da Literatura Baiana Inclui Cyro de Mattos

As Edições da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA acabam de publicar o livro Infância com Bicho e Pesadelo, do baiano Cyro de Mattos, uma reunião de contos e novelas, incluindo a obra na Coleção Mestres da Literatura Baiana,  da qual fazem parte livros dos autores Hildegardes Viana, Vasconcelos Maia, Hélio Pólvora, Wilson Lins, Afonso Manta, Ruy Espinheira Filho, Guido Guerra, Osório Alves de Castro, Gláucia Lemos e outros.

A Coleção Mestres da Literatura Baiana representa um esforço conjunto da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia e da Academia de Letras da Bahia para publicar obras fundamentais da literatura baiana, e dessa forma contribuir para o maior conhecimento e a preservação do valioso trabalho dos mestres das nossas letras.  Obras de grande valor literário e de enorme importância para a cultura baiana e brasileira tiveram público limitado e hoje se encontram esgotadas.

Escritor premiado, publicado em oito idiomas,  membro da Academia de Letras da Bahia, Cyro de Mattos reúne no livro Infância com Bicho e Pesadelo as histórias seguintes: Infância com Bicho e  Pesadelo, Ladainha nas Pedras, Inocentes e Selvagens, Coronel, Cacaueiro e Travessia, O  Cavaleiro Vingador contra o Mandão da Crueldade, Restos da Mata, Pelas Águas, Os Recuados, Pai, Filha, Berro de  Fogo, As Ligações do Padre com a Vizinha e Todo o Peso Terrestre.

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Novo Livro de Poesia de Cyro de Mattos é Publicado em Portugal

A Editora Palimage, de Coimbra, Portugal, acaba de publicar O Discurso do Rio, novo livro do baiano (de Itabuna) Cyro de Mattos, reunindo trinta sonetos, com prefácio da professora doutora Graça Capinha, da Universidade de Coimbra. O livro integra a coleção Palavra Imagem, e seus poemas foram motivados pela situação atual do rio Cachoeira,  que divide a cidade natal do autor em duas partes, com suas águas poluídas hoje, como se fosse um esgoto a céu aberto, comparado ao tempo de antigamente quando havia um ambiente de beleza que habitava as suas correntes puríssimas.

Este é o quinto livro de poemas que a Editora Palimage publica de Cyro de Mattos na Coleção Palavra Imagem, que reúne poetas representativos da poesia contemporânea portuguesa.  Membro de instituições culturais importantes, como a Academia de Letras da Bahia, os outros livros desse autor baiano publicados pela Editora Palimage são Vinte Poemas do Rio, inglês-português, EcológicoVinte e Um Poemas de Amor e Poemas Ibero-Americanos. 

A professora Graça Capinha observa que “alguns poetas brasileiros têm a capacidade extraordinária de conseguir regressar às coisas primeiras, como se, de fato, abrir uma janela e olhar o mundo pela vez primeira fosse possível”. Acrescenta que olham com as palavras, é certo, mas, mesmo essas, parecem trazer-lhes (-nos) os primeiros sons.” Mostra assim que “Cyro de Mattos é um desses poetas e não será certamente por mero acaso que, além de poeta e ficcionista, este seja também um autor de livros para crianças. Digamos que, tratando-se de escrever sobre um rio, este só poderia assim ser: um autor-menino, de olhos lavados e bem abertos”.

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Lançamento do livro “Canto até hoje”

Lançamento do livro Canto até hoje marca os 60 anos de atividades literárias do autor Cyro de Mattos com live no dia 08/04, às 19h, no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado

Aos 82 anos, o escritor e poeta Cyro de Mattos, premiado internacionalmente, lança sua obra poética completa, com 800 páginas, em versões impressa e digital, e selo editorial da Fundação Casa de Jorge Amado, reforçando o legado de 56 livros editados no Brasil, e 14 no exterior, em vários idiomas, comemorando 60 anos dedicados à literatura

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada  pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal

Ele nasceu em 1939, lançou 56 livros editados no Brasil, de diversos gêneros, que lhe renderam muitos prêmios, e 14 no exterior, em países como Itália, França, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Portugal e Estados Unidos. Criou um legado a partir de 60 anos de atividades literárias, rompeu os limites físicos e regionais da cidade de Itabuna e agora, na maturidade dos seus 82 anos, se prepara para laçar sua obra poética completa, em 800 páginas, para que seus leitores possam conhecer a totalidade de sua arte no verso, na primeira live de sua vida.

Isso mesmo, dia 08/04, às 19h, ele fará a apresentação de uma publicação inédita, ancorado no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado). O autor? O surpreendente e incansável Cyro de Mattos, que está encarando este novo momento virtual e da pandemia com a mesma determinação e ousadia que o fizeram escritor e poeta e deram à sua trajetória um alcance internacional.

São seis décadas da sua vida dedicadas à literatura. Ele começou com uma escrita experimental, como prosador de ficção. O primeiro conto, em 1960, foi publicado em um suplemento literário do Jornal Bahia, que tinha como editor o amigo e também escritor João Ubaldo Ribeiro. Mas Cyro de Mattos considera sua estreia literária a partir do terceiro livro, em 1979, “Os Brabos”, que ganhou o Prêmio Nacional de Ficção Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, e o projetou para o mundo.

De lá pra cá, o escritor vem contando suas histórias em muitos versos, dando aos seus leitores muitas oportunidades de conhecer suas produções ao longo do tempo. Parte dele dedicado a livros infantis, mas também dialogando com o público adulto, sensibilizando-o para a poesia.

Sua necessidade vital de escrever o fez não apenas poeta, mas contista, novelista, romancista, cronista e ensaísta, além de jornalista e advogado. Mas foi a literatura que me escolheu e me trouxe muitas conquistas pelas mãos do tempo. Ela funciona como catarse, um alívio da alma, capaz de ofertar mel e afeto, ternura e esperança no lugar do  sofrimento, dor e solidão”, declara o Membro da Cadeira 22 da Academia de Letras da Bahia e das Academias de Letras de Ilhéus e Itabuna.

Cyro diz que é um poeta lírico e, por isso, canta até hoje

O poeta é um cantor de alma e eu sou um poeta lírico, um cantor que liberta a alma quando faz um poema, por isso eu canto até hoje. Assim se define o escritor itabunense Cyro de Mattos, que também cita a frase para explicar o título de seu mais novo livro: Canto ate hoje”. Ele diz que “cantou em versos o seu estar no mundo, visto sob as vestes da vida e da morte relacionadas com os seres e as coisas, a natureza, o tempo, o amor, a infância e a beleza, devolvendo ao homem o que é próprio do homem, a razão e o coração”.

O autor dessa obra poética completa, que reúne todos seus livros publicados no Brasil e no exterior, traz artigos assinados por outros escritores e críticos consagrados, como Jorge Amado, Eduardo Portela, Nelly Novaes Coelho, Assis Brasil, Muniz Sodré, Heloísa Prazeres, Alfredo Perez Alencard, Graça Capinha e Maria Irene Ramalho, além de poemas inéditos. Uma vida literária, impressa pela Egba com o selo editorial da Fundação Casa de Jorge Amado, com distribuição gratuita para bibliotecas públicas via Fundação Pedro Calmon e também disponível para download em uma versão digital.

Canto até hoje” destina-se ao leitor adulto de aguçado senso crítico ou com interesse literário para fruir poemas de lastro clássico ou moderno, de versos livres, metrificados ou rimados, capaz de compreender as motivações ao nível da fala e da prosa poética, onde o discurso move-se por unidades musicais do ritmo que o autor quer transmitir em suas mensagens.

Neste momento da minha caminhada, com 82 anos, um legado de 56 livros publicados no Brasil e 14 no exterior, e além de organizar 10 antologias de outros autores, é muito natural querer reunir minha obra poética completa em uma única publicação. Assim, posso dar aos leitores a oportunidade de conhecer minha poesia em sua totalidade, inclusive inédita. Um sonho que o Prêmio Jorge Portugal das Artes me permitiu realizar, por meio da Lei Aldir Blanc Bahia”.

Homenagem e capa de Juarez Paraiso

As relações afetivas sempre permeiam o trabalho e a vida do poeta e escritor Cyro de Mattos. Seja como prosador ficcionista ou autor de poemas. O último, dedicado ao artista plástico Juarez Paraiso, colega imortal da Academia de Letras da Bahia, está na contracapa de Canto até hoje”.

A homenagem a Juarez Paraiso, um dos nomes mais importantes da cultura baiana contemporânea, tem um motivo especial. Foi a ele que Cyro de Mattos encomendou a capa do livro, que leva o mesmo nome da poesia e que inspirou o artista inovador a unir os versos do amigo à sua criação.

Cyro de Mattos conheceu Juarez quando publicou os primeiros contos na Revista da Bahia, da Secretaria de Cultura do Estado, dirigida por ele, já um ícone das artes plásticas. “Nos reencontramos na Academia, onde somos confrades, e o seu cordial companheirismo me deu abertura para lhe convidar para ilustrar um dos meus livros e, agora, para fazer a capa de Canto até hoje, a quem dediquei a poesia de mesmo nome. Juarez é um mago, fez um trabalho belíssimo, me deu de presente uma capa magnífica, que dá força ao livro e expressa com primor o poema dedicado a ele”, agradece o autor.

O artista também relembra que Cyro de Mattos era um dos escritores preferidos da Revista, hoje reconhecido pela crítica nacional e internacional, e que se aproximaram pela forte empatia. “Cyro é um ser humano muito equilibrado, um poeta admirável. Sempre tivemos uma relação de afinidade com a poesia e a arte, afirma Juarez Paraiso, enobrecido pela homenagem do poema referencial do livro.

“A inspiração para o layout da capa veio do próprio pássaro dos versos. Da presença do autor e da relação dos olhos que se cruzam de uma forma lírica, focando nos seus olhos, numa triangulação com o olhar do pássaro e do encontro entre os dois, numa linha imaginária a partir do bico do pássaro olhando Cyro, um olhar que busca o infinito e vai até o leitor, desvenda o artista, que escolheu usar tons aveludados, apastelados, nas cores primárias, azul, amarelo e vermelho, de forma suave.

“Um equilíbrio inevitável, como Cyro, alegre e sóbrio. Gostei muito da poesia e tentei expressá-la numa visualização plástica buscando impactar e proporcionar ao leitor uma interação com a parte poética da obra por meio dessa ligação exponencial e espectral, de expor os sentimentos e as emoções das palavras em um momento de alta espiritualidade do ser e do ler invisível. Menos da vida física e mais da relação de emoção com o outro”, observa.

A live de lançamento vai marcar sua estreia nas plataformas digitais

Este notável escritor não para no tempo. Cyro de Mattos tem atravessado séculos mantendo a mente aberta para o tempo e se beneficiando dele. Como agora, revertendo as agruras do necessário isolamento social para aproveitar a disseminação das tecnologias digitais e ampliar a sua voz e a visibilidade de seu legado para novos públicos e para os leitores que já se acostumaram a consumir cultura online.

Para sua primeira live, estreia no mundo virtual, o escritor escolheu a jornalista, diretora de TV e produtora cultural Mira Silva para ser mediadora de um bate-papo com ele e convidados. A escritora e psicóloga Lilia Gramacho, para falar sobre sua poesia infantojuvenil, representada no livro “O Menino Camelô”, Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes, em 2001, também publicado na Itália; o romancista e poeta Aramis Ribeiro Costa, que o recebeu ao ser empossado na Academia de Letras da  Bahia; o jornalista Oscar DAmbrosio, Doutor em Arte e História da Cultura, que conhece muito bem a poesia de Cyro de Mattos e é autor do prefácio de “Canto até hoje; o poeta e ensaísta Cid Seixas, editor digital e Doutor em Letras, que acompanha o trabalho de ficcionista e as poesias de Cyro de Mattos na mesma geração; e Ângela Fraga, presidente da Fundação Casa de Jorge Amado, selo pelo qual o autor já publicou algumas obras, incluindo a atual.

A dinâmica vai durar 1h30, no canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado), parceiro institucional da publicação, com uma conversa sobre literatura, a obra de Cyro de Mattos, o livro “Canto até hoje, futuros livros e impressões dos convidados, com espaço interativo para perguntas do público.

“Adoro receber cartas dos leitores de todas as idades, estudantes e adultos. Sempre é uma emoção muito grande, é o milagre da literatura, pois o verdadeiro prêmio do escritor é ser lido, assim como o do artista é receber o aplauso, declara Cyro de Mattos.

Segundo ele, mesmo vindo de outra geração, da linguagem impressa, sabe do valor dos novos mecanismos da internet. “É muito importante para o modo de vida contínuo. O ser humano chegou a essa forma de aldeia global, da linguagem virtual, de um mundo mais presente e para o futuro, diferente do que aprendi. Essa será a minha primeira experiência virtual e acredito que terei como vantagem ser mais divulgado e, consequentemente, mais condições de ser lido  também pela versão digital que o público poderá fazer download, dando um maior alcance para a minha obra, considera o autor.

Sobre o autor

Possui prêmios literários no Brasil e exterior, com destaque para o Prêmio Nacional de Ficção Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, com o livro “Os Brabos”; Prêmio Jabuti (menção honrosa) para o livro “Os Recuados”; Prêmio da APCA para o livro infantil “O Menino Camelô; Prêmio Nacional de Poesia Ribeiro Couto, com o livro Cancioneiro do Cacau”; Prêmio Nacional de Ficção Pen Clube do Brasil para o romance Os Ventos Gemedores; e Prêmio Nacional Cidade de Manaus, para o livro “Histórias de Encanto e Espanto, nove vezes primeiro lugar nos concursos literários da União Brasileira de Escritores (RJ).

Obteve o segundo lugar para obra publicada no Concurso Internacional de Literatura Maestrale Marengo dOro, Gênova, Itália, com o livro Cancioneiro do Cacau”, e segundo lugar para obra inédita com o livro Poemas escolhidos/Poesie scelte. Foi ainda um dos quatro finalistas do Prêmio Internacional de Literatura da Revista Plural, no México, com a noveleta Coronel, Cacaueiro e Travessia. Em 2020, recebeu o Prêmio Conjunto de Obra da Academia de Letras da Bahia e Eletrogóes. É também membro do Pen Clube do Brasil e primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz (Bahia), além de ser premiado com a Medalha Zumbi dos Palmares, pela Câmara Municipal de Salvador (2020).

Cyro de Mattos verbete no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; Dicionário Literário Brasileiro, de Raimundo de Menezes; Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Coutinho; Literatura e Linguagem, de Nelly Novaes Coelho; Navegação de Cabotagem, de Jorge Amado; “Bibliografia Crítica do Conto Brasileiro, de Celuta Moreira Gomes e Theresa da Silva Aguiar, e “Enciclopédia Barsa”.

Algumas Opiniões sobre a Poesia de Cyro de Mattos

No Lado Azul da Canção é um livro belo e denso, do mar e dos bichos, dos animais que fazem parte da nossa vida. Poderoso canto do mar e do amor,  o amor do homem e da mulher em todos os detalhes do oceano imenso”. Jorge Amado, romancista, da Academia Brasileira de Letras.

O poema Rio Morto é uma bela e nostálgica visão do que os homens estão fazendo hoje com o mundo em que lhes cumpre viver. É belo e doloroso… que os homens se sintam tocados por ele!” Nelly Novaes Coelho, escritora, doutora em Letras, da USP.

Em Viagrária e A Casa Verde esplende o timbre nativo da origem e da raiz; e da memória tornada linguagem”. Ledo Ivo, ficcionista, ensaísta e poeta, da Academia Brasileira de Letras.

A sua poesia é uma poesia cheia de referências que identificam os signos da vida e do homem. A sua poesia é uma busca interminável dos caminhos da infância perdida, dos caminhos que passam pela anca dos rios e pelas várzeas onde burros encantados vão deixando marcas do menino pelas estradas do reino”. Francisco Carvalho, poeta.

Cancioneiro do Cacau è poesia dagli ampi orizzonti storici ed esistenziali, articolata in lucidi spazi lirici, che evocano misteri ed epopee brasiliane di grande suggestione  (anche nella traduzione di Mirella Abriani). Graziella Corsinovi, Presidente della Giuria Premio Letterario Internazionale Maestrale Marengo DOro, della  Università di Genova. 

Li e reli sua obra, com encanto dos sentidos e admiração por seu talento mágico. (Ich habe Ihr Werk gelesen und wiedergelesen mit dem  Entzücken  der Sinne und der  Bewunderung für Ihr magisches Talënto). Curt Meyer-Clason, autor e tradutor de Zwanzig Gedichte von Rio und andere Gedichte, antologia, Projekte Editora, Halle, Alemanha, 2009.

“É desta janela pessoana que escolho ler aqui o sensualíssimo lirismo de Cyro de Mattos, que em poemas da mais cristalina corrente-do-existir dá a beber a precária realidade-de-ser”. Maria Irene Ramalho, Professora Doutora em Literatura Norte-Americana, da Universidade de Coimbra, Portugal, in Poemas Escolhidos/ Poesie scelte, Segundo Prêmio Internacional de Literatura Maestrale Marengo dOro, Gênova, Itália, para obra estrangeira inédita (2006), Editora Escrituras, São Paulo, 2007.

… mas é a problemática humana, em sua  visão global, o que assoberba o poeta, e é preciso ler este seu livro devagar, sorvendo aos poucos a beleza de sua linguagem. A atitude do poeta é simples e profunda diante da vida, não só neste cancioneiro, mas em toda a sua obra poética.” Assis Brasil, ensaísta e ficcionista.

Tive o prazer de ler o seu livro Poemas Iberoamericanos, encontrando nele, entre líricas memórias, encantatórias leituras e releituras, um texto que se insere perfeitamente nas atualidades nacionais: o poema “Pátria Amada”, que parece reescrever, ao mesmo tempo, o de Gonçalves Dias que lhe serve de mote, e o “Pátria Minha”, de Vinícius de Moraes. Bela sacada.” Antonio Torres, romancista, da Academia Brasileira de Letras.

Para além dos localismos mais ou menos exóticos, o lugar da poesia é qualquer lugar onde o poeta circunstancialmente esteja, disposto a permitir que a cor local” se transforme em paleta multicolorida – como o faz, com maestria, o poeta de Itabuna.” Carlos Felipe  Moisés, poeta e crítico, Doutor em Letras, da USP.

SERVIÇO

O quêLançamento livro Canto até hoje

Obra poética completa: Comemoração dos 60 anos de atividades literárias

Autor: Cyro de Mattos

Onde: Canal do YouTube da Fundação Casa de Jorge Amado (youtube.com/casadejorgeamado)

Quando: Dia 08/04, às 19h

Live: 1h30, com mediação da jornalista, diretora de TV e produtora cultural Mira Silva e participação especial da escritora e psicóloga Lilia Gramacho, do romancista e poeta Aramis Ribeiro Costa, do jornalista Oscar DAmbrosio, do poeta e ensaísta Cid Seixas e da presidente da Fundação Casa de Jorge Amado, e Ângela Fraga.

Acesso: gratuito

Fontes oficiais para entrevistas: Cyro de Mattos, mediadora e participantes da live

Fanpage INSTA: @cantoatehoje

Fanpage FB: Canto até hoje

Site: http://cyrodemattos.blogs pot.com

Hastags Institucionais: #culturaquemovimenta #artesbahia #leialdirblancbahia #programaaldirblancbahia #premiodasartesjorgeportugal #funceb #funcacaopedrocalmon #casadejorgeamado

Assessoria de Imprensa: Adriana Nogueira (71) 99118-7870

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COMENDA SÃO JORGE DOS ILHÉUS- Tica Simões

Discurso de Tica Simões no recebimento da Comenda São Jorge dos Ilhéus, em 28 de junho 2018.

E uma honra receber a Comenda de São Jorge dos Ilhéus, a mais alta condecoração do Município, neste dia do seu aniversário. Agradeço a indicação do meu nome pela Secretaria Municipal da Cultura, na pessoa do Sr. Pawlo Cidade e o seu acolhimento, pelo Governo Municipal, através do seu Prefeito, Sr. Mário Alexandre Correia de Souza.

Como é sabido, sou nascida em Salvador, mas tornei-me grapiúna por escolha, desde 1964. Nessas terras do cacau, casei com Henrique Simões, tive dois filhos e netas (e ali está a minha netinha Juliana). E ganhei mais uma preciosa família, em Itabuna.  Na Universidade Estadual de Santa Cruz, vivi a maior parte da  minha vida. Tenho a felicidade de dizer que fiz parte do grupo fundador daquela instituição ao lado de tantos valentes idealistas, como a sua primeira reitora eleita Renee A Nogueira, aqui presente. Ali fiz pesquisa, ensino e extensão.

Henrique e eu elegemos Ilhéus como lugar para viver: por sua história, sua beleza, sua gente amiga.
A proximidade dos 500 anos de Ilhéus fez com que nos juntássemos àqueles que têm o olhar voltado para o futuro deste município, que queremos promissor. Nesse sentido, enquanto integrante de um grupo que visa a contribuir para uma Ilhéus cidadã – a Agenda 34 – , tenho publicado algumas reflexões. E aqui, pela oportunidade, volto à pergunta que sempre se impõe: Que Ilhéus queremos e teremos em 2034?

Esta solenidade, sem dúvida, significa a valorização pública de atos de cidadania.  Aproveito, então, a oportunidade para, dentre as várias reflexões possíveis sobre o tema, focando a minha área de ação, rapidamente, ressaltar a importância de políticas culturais que conduzam à realização de ações de educação e cultura, através do desenvolvimento sustentável.
È um desafio e uma grande responsabilidade pensar a cultura, considerando  a sua importância para o desenvolvimento deste Município.
Dizendo isso, quero ressaltar a diferença desta cidade devido à sua singularidade: ser situada na biosfera berço do Brasil; possuir rica expressão histórica, artística e literária; e estar num litoral de beleza singular e de especial atrativo turístico.

Ao pensar na relação entre cultura e ações públicas, penso uma política que enfatize o ponto de vista local sobre a mundialização dos fluxos culturais, recorrendo a diferentes saberes. Também penso em ações que valorizem e abarquem a formação de memórias, a constituição de identidades e a representação cotidiana de sujeitos urdidos pelas interações simbólico-comunicativas. Tenho em conta o perfil deste Município, em consideração de espaços de mediações como, por exemplo, a cultura e o turismo; portanto, entendo empreendimentos que, embora considerando o mercado, não submetam a cultura ao turismo massivo.

Essas rápidas ideias visam somente suscitar reflexão sobre ações que, garantindo a cidadania, alcancem os 500 anos do Município de Ilhéus. A reflexão quer manifestar uma expectativa otimista; e a ideia é muito mais relacionada ao tipo da gestão, ao jeito do caminhar…

Esta medalha que agora recebo, e agradeço, significa para mim compromisso e laço com esta encantadora cidade.
Obrigada.

Tica Simões
Ilhéus, junho de 2018.

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JOÃO UBALDO RIBEIRO: UMA REFERÊNCIA- Sione Porto

Por Sione Porto

Não somos brancos, negros ou índios; somos baianos. Não pertencemos, no maior rigor da palavra, a nenhuma religião, nem mesmo somos ateus; somos baianos. Não pretendemos ser melhores que ninguém. Mas somos baianos. (Trecho do discurso de posse na Academia Baiana de Letras).

À exceção de Nélson Rodrigues, Fernando Sabino e Millôr Fernandes, o escritor e jornalista João Ubaldo Ribeiro foi um dos maiores cronistas, crítico/sátiro, da literatura brasileira.

Não queria ser lembrado com um mito, e sim companheiro de pessoas comuns e humildes, a exemplo dos velhos conhecidos com que se encontrava nas manhãs ensolaradas e nas tardes amenas na Ilha de Itaparica, Bahia, onde nasceu em 23 de janeiro de 1941, local em que se refugiava nas férias de janeiro e ali escreveu boa parte de uma das mais importantes obras: Viva o povo brasileiro (1984), considerada obra máxima, um clássico da literatura, romance histórico, conteúdo da ocupação portuguesa – Estado Novo e a Ditadura, trama passada também em outros cenários como o Rio de Janeiro, São Paulo e Lisboa, no período de 1647 a 1977.

Era comum ver o mago literário João Ubaldo Ribeiro no bar e restaurante Tio Sam, no Leblon, tomando o seu chope em tulipa, onde jogava fora conversa fiada e distraída, com velhos conhecidos daquele bairro carioca, onde residia, e seus admiradores, sempre solícito, com seu vasto bigode já grisalho e sorriso largo, idêntico ao seu pai, o ilustre professor Manoel Ribeiro, sempre aos sábados, domingos e feriados.

A influência do cotidiano brasileiro e do sociopolítico foi retratada em toda sua vasta produção literária, deixando um legado inexorável para os amantes da literatura e estudantes que tentam ingressar nas universidades brasileiras – uma referência.

O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro revolucionou a literatura, com seu jeito crítico, sátiro, espirituoso, social e jornalístico.

O seu grande saber jurídico foi adquirido através do incentivo do seu pai Manoel Ribeiro, o qual era advogado, professor, jurista, político (deputado estadual em Sergipe, vereador e procurador de Salvador), além de ter feito parte da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado baiano.

Não obstante bacharel em Direito, João Ubaldo lecionou Ciências Políticas em Salvador (BA), mas não quis seguir carreira de advogado, como o pai e o irmão Manoel Ribeiro Filho, renunciando a tudo para se tornar um escritor.

Multifacetado, amante da liberdade e das coisas simples, obteve sucesso, tornando-se um grande romancista, além de escrever livros infantis, com sabedoria e ironia, estilo singular, encontrando também em sua obra o lado lírico, telúrico e pornográfico, como no romance A casa dos budas ditosos, publicado em 1999, que inclusive foi proibido em alguns estabelecimentos.

Conheci indiretamente João Ubaldo Ribeiro através de seu pai Manoel Ribeiro, quando tive a honra de ser sua aluna, em 1980, no curso de Direito Administrativo da UCSAL (Universidade Católica de Salvador). Embora mestre rígido, exigente e sério, apresentava um humor inigualável, causando uma empatia mútua entre professor e aluna.

Criado esse elo carinhoso com o mestre Manoel Ribeiro, fumante inveterado e apreciador de um bom uísque, passamos a manter conversas sobre literatura, filosofia, economia e história, daí o seu desejo que eu viesse a conhecer o filho João Ubaldo, o qual teria afirmado o desejo de conhecer esta então estudante, a quem seu pai dedicara um carinho diferenciado, em razão de, com membro do Diretório Acadêmico da UCSAL, em 1979, termos lançado a coletânea de poema Poejusto, como também de lhe ter ofertado o meu primeiro livro editado, Mulher: poesias inéditas (1979), cujo prefácio foi do professor de Direito Internacional Público, seu conterrâneo Jayme Messeder de Suárez, exemplar esse que vi carregando várias vezes e ter me dito, pessoalmente, que o poema de folhas 29, tinha muita identificação com o seu pensamento, o que me deixou muito feliz e lisonjeada, com a certeza que está bem guardada em sua biblioteca.

Nas conversas entre aulas, aconselhava-me a seguir na carreira literária e me orientava ao hábito da leitura como aprendizado.

O desejo de Manoel Ribeiro em que eu conhecesse seu filho não foi realizado por outras circunstâncias, além de o mesmo morar em outro estado, com várias viagens pelo mundo afora. Todavia, como o destino tem os seus desígnios, através do encontro de Tadeu Ribeiro, sobrinho de João Ubaldo, com meu filho Maurício Pimenta, no Colégio Anchieta, pude manter contato com a família Ribeiro.

Traduzir João Ubaldo Ribeiro como cidadão comum é muito simples. Trabalhou na Prefeitura de Salvador como office-boy, até chegar à vaga da cadeira 34 na Academia Brasileira de Letras (ABL), antes ocupada por Carlos Alberto Castelo Branco.

Do mesmo modo, citar suas obras é perda de tempo, porque todos as conhecem. Mas vale destacar que muitas delas inspiraram outras artes como o cinema (Sargento Getúlio, 1983; Tieta do Agreste, 1996; Deus é brasileiro, 2003), a televisão (O sorriso do lagarto, 1991).

Todas e quaisquer homenagens ao grande escritor são justas, como as feitas no carnaval carioca, pela escola de samba Império da Tijuca, no desfile do ano de 1987, e o Bloco Areia, ano passado, além de lhe ser concedidos prêmios de tamanha importância, como o Prêmio Camões, em 2008.

Por tudo isso, Viva o povo brasileiro na pessoa de João Ubaldo Ribeiro, o grande, senão o maior brasileiro em seu gênero.

 

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A GRANDE ARAPUCA- Marcos Bandeira

A expressão “arapuca” ,segundo o dicionário Larouse Cultural origina-se do tupi e traduz “ armadilha para apanhar pássaros pequenos, formada por pauzinhos cada vez mais curtos, dispostos e amarrados em forma piramidial”. É assim – como passarinhos – que estão sendo tratados os motoristas que transitam em algumas vias da querida São Jorge dos Ilhéus, cidade belíssima que atrai a cada ano milhares de turistas de todo o Brasil, fascinados por sua prodigiosa história e pelos encantos proporcionados por suas paisagens e praias maravilhosas.

O texto de uma lei, consoante o entendimento do jurista Humberto Ávila não passa de um ponto de partida para que o intérprete construa a norma que vai incidir sobre determinado fato social. O consórcio entre o texto e contexto é que vai gerar a norma aplicável a determinado fato concreto . Com efeito, quando se trata de disciplinar o trânsito, impõe-se admitir que o legislador buscou teleologicamente a proteção e a segurança das pessoas, enfatizando o caráter preventivo da legislação, no sentido de aumentar a segurança no trânsito, promover a educação para o trânsito e assegurar a mobilidade e acessibilidade com segurança de todas as pessoas da comunidade. Logo, ao sancionar o infrator buscou a lei precipuamente fazê-lo refletir sobre o ato culposo ou doloso praticado, aplicando-lhe a multa ou outras sanções prevista na legislação de trânsito. Destarte, a sanção aplicada em decorrência da violação de alguma regra de trânsito deve ter o caráter retributivo – o infrator deve sofrer alguma restrição em seus direitos pelo mal praticado –, por exemplo, pagar a multa, e também deve ser revestido do caráter educativo e preventivo, para fazê-lo refletir e evitar que reincida, servindo de prevenção geral para os demais membros da comunidade, como a dizer, se alguém praticar fato similar sofrerá uma resposta coativa do Estado. Daí, porque em se tratando de leis de trânsito, muitas cidades no Brasil, antes de colocar em prática determinada regra de trânsito na cidade, promovem com certa antecedência uma campanha educativa de conscientização para os condutores de veículos, como está acontecendo atualmente em São Paulo, que está tentando conscientizar os condutores de veículos automotores da preferência que deve ser dispensada aos pedestres, quando estão atravessando a faixa branca nas ruas. Tudo isso constitui educação para o trânsito. Após o esgotamento da campanha educativa tem início a fiscalização rigorosa, todavia, antecedida de uma ampla mobilização de consciência da população. Assim, o resultado alvitrado pela lei certamente será alcançado, pois o objetivo não é punir por punir.

Na cidade de Ilhéus ocorre precisamente o contrário. Os motoristas, principalmente, turistas e oirundos de cidades vizinhas estão sendo surpreendidos pelas centenas de multas de trânsito que estão sendo autuadas pela Secretaria de Transporte do Município. O que chama a atenção é que centenas de pessoas estão sendo autuadas sem saber o motivo ou sem ter a sensação de que esteja infringindo algum dispositivo legal, ou seja, sem que tivesse agido com imprudência, imperícia ou negligência, muito menos com dolo em violar qualquer regra de trânsito, pois simplesmente são surpreendidos como passarinhos que caem inocentemente numa arapuca. Alguns deles, ao trafegar numa via que antecede a uma rodovia, onde 60 ou 70 km pode ser considerada uma velocidade razoável ou compatível com o trecho,entretanto, sem que houvesse sinalização suficiente ou adequada, são autuados porquanto uma placa “tímida” colocada estrategicamente bem próximo do “pardal” indica que a velocidade máxima não poderá ultrapassar 50km/h. Qual o sentido educativo de tais multas? A quem está servindo essas multas? A resposta é simples. Esse tipo de multa não tem qualquer caráter educativo e só contribui para afastar os turistas e pessoas de cidades vizinhas da cidade de Ilhéus. O objetivo é simples: arrecadar por arrecadar, punir por punir. Pode até servir imediatamente aos cofres do município, mas mediatamente poderá se transformar num desserviço á população ilheense e a todos que visitam ou passam por Ilhéus.

O que se observa é que o Estado policialesco tenta sobrepor-se ao Estado Democrático de Direito, no qual são assegurados aos cidadãos os direitos e garantias individuais. Não somos simples súditos de um Estado autoritário que passa como um rolo compressor sobre os direitos dos cidadãos. A nossa CF de 1988 estabelece no seu art. 5º que “ Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.O grito do cidadão Ilheense, Marcio Madureira, que colou no fundo de seu carro “ Visite Ilhéus e ganhe uma multa” não deve ser desprezado, pois ele representa a voz de centenas ou milhares de motoristas que caíram nessa arapuca que a Secretaria de Trânsito espalhou por Ilhéus, escondida em várias partes da cidade.

Na verdade, contra o arbítrio do Estado, termo aqui empregado na sua acepção lata -, compreendendo as várias esferas de poder – município, Estado, União e Distrito Federal -, cabe ao cidadão bater ás portas do Poder Judiciário para fazer valer os seus direitos. Pode-se adiantar que além da falta de sinalização adequada em alguns lugares, a autuação dessas multas padece de alguns vícios que ferem de morte o princípio da legalidade e da proporcionalidade. Portanto, se você está inserido nessa situação, tendo sido surpreendido por essa forma absurda e arbitrária de aplicação de multa, constitui um advogado ou se não reunir as condições mínimas para constituir um advogado sem prejuízo do sustento próprio ,procure a Defensoria Pública para fazer valer os seus direitos junto a Vara da Fazenda Pública de Ilhéus, competente para apreciar os pedidos de violação a direito individual perpetrada pelo Município Ilheense. O Poder Judiciário é a última trincheira que o cidadão dispõe contra a arbitrariedade do Estado. Não somos passarinhos para cairmos em arapuca, somos cidadãos e o município de Ilhéus deve respeitar esse direito fundamental, que nos diferencia como seres humanos.

A GRANDE ARAPUCA- Marcos Bandeira Read More »