ANDRÉ ROSA: NOS TRILHOS DA MEMÓRIA– Raquel Rocha

Hoje nos despedimos de uma figura inestimável não só para Ilhéus, para toda a região sul da Bahia. André Rosa, professor, pesquisador e escritor excepcional, deixa um legado profundamente enraizado na pesquisa histórica, na educação e na preservação cultural. Com uma formação sólida, adquirida através de sua graduação e pós-graduação em História pela Universidade Estadual de Santa Cruz, seguidas de um mestrado e doutorado pela Universidade Federal da Bahia, onde também completou seu pós-doutorado, André se estabeleceu como uma autoridade em sua área. Ele era apaixonado por estudar, ensinar e narrar a história.

Conheci André em 2009, durante as filmagens do meu primeiro documentário, “Nos Trilhos do Tempo”, que conta a história da esquecida ferrovia da cidade de Ilhéus, desativada em 1964. Nesse filme, André não foi apenas um entrevistado; ele foi uma voz guia que, com profundo conhecimento, conduziu a narrativa acadêmica, entrelaçando-a com as experiências de quem viveu às margens da ferrovia. Seu depoimento, feito ao lado do último vagão abandonado, ajudou a resgatar a memória da ferrovia como um símbolo de identidades e história.

André partiu cedo, aos 57 anos, no dia 07 de abril de 2024, devido a uma parada cardiorrespiratória. Mesmo partindo prematuramente, deixou um vasto legado. Suas obras incluem títulos como “Ilhéus: Tempo, Espaço e Cultura” (1999), “Família, poder e mito” (2001), “Memória e Identidade” (2005), “Morte e Gênero: estudos sobre a obra de Jorge Amado” (2012), “In Memoriam: urbanismo, literatura e morte” (2018) e a cartilha “Samba de Terreiro: memória e identidade afro-brasileira no litoral sul da Bahia” (2015), além de “Quintais do Tempo” (2012) e “Inventário do Caos” (2019), na área da literatura. Como membro da Academia de Letras de Ilhéus e do Instituto Histórico e Geográfico de Ilhéus. Membro da Academia de Letras de Ilhéus e do Instituto Histórico e Geográfico de Ilhéus.

André Rosa deixa para trás não apenas um arquivo de publicações e um impacto na comunidade acadêmica, mas também um exemplo de dedicação. Através de seu trabalho como historiador e educador, ele inspirou inúmeras pessoas a olharem para o passado com curiosidade e respeito, buscando compreender melhor as narrativas que compõem nossa identidade coletiva.

Que sua memória continue a inspirar futuras gerações a preservar e valorizar nossa rica herança cultural. Descanse em paz, André.

Raquel Rocha

07 de abril de 2024

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