PARA ANDRÉ ROSA, COM UM POUCO DA SUA POESIA SÉPIA- Baisa Nora

André, Andante, Cantabile… e a sua vontade de ir embora, de perder vínculos conosco e criá- los com” pedras e algas”. Ele quis ir com” mãos feridas e sujas de destino”, cheio de ” coragem e medo” porque “lugar algum o esperava”. E tantos o esperaram, André, tantas pessoas e tantos lugares.
Você se dizia ” duna e movediço”. E era. Quem seria capaz de segurá- lo, amigo, se você ” acatava todos os desapegos”?
” Vou- me embora: soluço e tempestade”.
Será que foi assim, André, ou seu espírito livre o fazia escapar, não admitia amarras?
Nunca mais” soluço e tempestade”. Chegou o tempo da calmaria, de estar sempre com seu sorriso meio tímido e meio sonso, com sua gentileza, este traço tão seu. Ela, a gentileza,
abrirá todas as portas e todos os braços para o aconchego.
Você chegará ao som de atabaques, mas a música será um acalanto e a letra lhe dirá: dorme, menino grande, pois os que o precederam estarão perto de você e não sairão até que você entenda que fez a passagem, que deixou muita tristeza, muita saudade, mas deixou também uma vida que fez a diferença na história da nossa Região e as melhores lembranças nos seus muitos amigos.

Baisa Nora

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