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TRAÇO DE MIGUEL ELIAS- Cyro de Mattos

Meu retrato

Por Miguel

É perfeito.

 

Tão sereno

Está meu rosto

Nesse gesto.

 

Só o Elias

Flagra tudo

Do meu jeito.

 

Desenhista

Expressivo

É de fato.

 

No seu traço

Fica eterno

O momento.

 

*Miguel Elías é um pintor espanhol conhecido como Pintor dos Poetas. Professor  doutor da Universidade de Salamanca. Ilustrou o livro Guitarra de Salamanca, de  Cyro de Mattos, publicado no Brasil e Espanha.

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ADONIAS E JORGE NO JARDIM- Cyro de Mattos

 

No domingo azul de verão fui fazer meu passeio matinal e aproveitar o banho de sol no jardim. Oportunidade em que vejo crianças no ritmo da infância brincando com os pombos, subindo na escadinha da pequena casa e descendo pelo caminho enladeirado feito com a madeira macia. Nessa hora da infância livre como sonho, sorridentes todas elas, com gestos contínuos que se propagam em ondas de alegria e cantares afoitos de passarinho, pelo chão e ar iluminados.
Foi então que tive uma surpresa agradável quando avistei aqueles dois senhores sentados em um dos bancos perto do coreto. Não havia dúvida, eram Adonias Filho e Jorge Amado, os consagrados romancistas, em conversa mansa, fraterna, provavelmente falando das coisas da terra onde nasceram. Das longes terras do sem fim em que uma civilização foi forjada com caracteres próprios graças à saga do cacau, o fruto que valia como ouro.
Aproximei-me deles, dei meu bom dia, disse da alegria em encontrá-los naquele momento marcado pelos céus. Eles sorriram ao mesmo tempo. Adonias foi logo dizendo que se sentia um privilegiado por ter seu nome escolhido para ser o paraninfo da Academia de Letras de Itabuna. Acrescentou que isso era generosidade dos membros da instituição, mas que não fazia justiça ao Jorge, que havia nascido em Itabuna, no distrito de Ferradas, na fazenda Auricídia. Jorge interveio frisando que a homenagem era justa. Disse que embora Adonias tivesse nascido em Itajuípe, antigo Pirangi, distrito de Ilhéus, era antes de tudo um grapiúna, um filho legítimo da civilização do cacau. Afinal, comentou, somos todos irmãos, filhos de uma mesma nação. Ressaltou que se dava como satisfeito em ser o patrono da cadeira 5, que tinha como fundador o escritor Cyro, um de seus autores emergentes preferidos, da geração que veio depois da sua, em terras grapiúnas, com Jorge Medauar, Hélio Pólvora, Elvira Foeppel, Sônia Coutinho, Telmo Padilha, Florisvaldo Mattos e Marcos Santarrita, entre outros.
Não preciso dizer o quanto me senti lisonjeado com a observação de Jorge, mas fiquei com um sorriso tímido, sem graça até, pois não esperava tanta gentileza por parte do célebre autor de Gabriela, Cravo e Canela. Sem dúvida, como o Adonias, Jorge era um autor grandão de nossas letras, eu não passava de um nanico.
Tanto Adonias como Jorge pediram que eu transmitisse aos membros da Academia de Letras de Itabuna (Alita), carinhosamente chamados de alitanos, que estavam sorrindo de contente com uma entidade que se dedicava com competência às letras, ainda na idade de 12 anos. Uma menina moça, mas que vinha fazendo com suas atividades continuas papel de gente grande, desempenho bonito, ao divulgar com amor a cultura.
Despediram-se, depois do fraternal abraço que recebi de cada um deles. Provavelmente iam participar de algum encontro de escritores promovido pelos anjos. Lá, no teatro do céu, atapetado de nuvem no ambiente, acariciado na plateia pelo vento suave, que abana como um leque sem fim os instantes do eterno.

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RESENHA DO LIVRO SONHO DE VIVER- Tica Simões

Aleilton Fonseca.  Sonhos de Viver. Salvador: Camarurê Publicações, 2022.

Os seis contos que integram o livro Sonhos de Viver, de Aleilton Fonseca, são mesmo contos exemplares, como bem disse André Seffrin, no prefácio que abre o livro.

A dedicatória já dá pista ao leitor sobre o pessoano “fingimento” do narrador. E a “dor que deveras sente”  pode ser sentida ao longo dos contos, por nuances diversas: seja  na temática que evidencia sempre o singular  olhar de viveres diversos:  seja na linguagem lírica que  potencializa a sua observação da vida; seja nos temas de cada conto, temas esses relacionados, de uma forma ou outra, aos sonhos, às artes e à natureza.

Em todos os contos, forte é o sentimento do outro, a solidariedade, a humanidade. Assim, elegendo personagens menos favorecidos que, no entanto, habitam e convivem com a faixa mais abastada da sociedade, AF foca-os ressaltando, com especial sensibilidade, os abismos sociais, que  povoam sonhos de viver, na ficção e na vida…

O primeiro conto, Os Acordes da Banda, encanta pelo sentimento contido nas ações do maestro Chico Augusto; por seu grande amor à arte a ponto de perdoar uma tão grande traição do maestro Lídio.

As Lições do Jardineiro faz pensar e entender como aprender a cultivar jardins de vida. Neles, lindas rosas que simbolizam sonhos, “o jardineiro é […] um poeta das plantas e das flores” (p.40).

O olhar pelo foco social – Vidas de Barro, O homem da Calçada e Diarista Exemplar – evidenciam a luta dos mais fracos, ressaltando o amor que dá força para vencer até intempéries, mesmo ante a indiferença dos mais aquinhoados.

Mas é o conto Dona Tute que fecha, com chave de ouro, a proposta anunciada na dedicatória e sutilmente revelada pelo narrador ao falar do “filho adotivo. Ele que agora reinventa, nesta escrita, as suas aventuras, com as cores e as metáforas do coração […] para celebrar a sua trajetória de vida” (p.62). Uma bela  homenagem  a quem o livro é dedicado!

Em 10/4/2023

Tica Simões

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Alita completa 12 anos, lança Guriatã n4 e Inaugura quadros.

Data: 20/04/2023

-Aniversário de 12 anos da Academia de Letras de Itabuna

-Lançamento da Revista Guriatã n 4

-Inauguração dos Quadros de Adonias Filho (Patrono) e Cyro de Mattos (Presidente de Honra).

 

GALERIA DE FOTOS

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EDITORIAL- GURIATÃ N4

Findando-se a parte mais dolente do período pandêmico, a Academia de Letras de Itabuna – ALITA retomou com renovado vigor suas atividades rotineiras. Dentre tantas realizadas, houve a produção de sua revista, veículo primordial para divulgação dos saberes de seus acadêmicos a cada gestão.

Lançado em 2021 o número 3 da Revista Guriatã, e após eleição de nova diretoria da ALITA coube-me como novo diretor da revista e às confreiras Margarida Fahel, Ceres Marylise e Celina Santos, dar continuidade ao trabalho até então desenvolvido pelo ilustre confrade Cyro de Mattos. Desse quarteto e suas normais limitações é que vem à luz o número 4 da nossa revista. Desde nossa posse, um objetivo se nos foi imposto: que o conteúdo aqui divulgado pudesse contar com o mais amplo espectro de participações das confreiras e confrades que tornam a ALITA tão plural e significativa para a cultura e a sociedade das terras grapiúnas.

Iniciamos este número com a seção “Artigos” que perfazem em seu conteúdo, abordagem, discussão teórica, poética e cultural, a simbologia perfeita da diversidade acadêmica que é a força da ALITA

Inicia este volume o texto da confreira Heloísa Prazeres, intitulado Sensibilidade pós-moderna: a fratura do tempo. Discute essa eminente poeta e teórica da Língua Portuguesa as questões inerentes à cultura pós-moderna e às fraturas que o tempo impôs ao olhar e à subjetividade em nossa sociedade. O segundo artigo tem como autora a historiadora Janete Ruiz de Macêdo. Mesclando história, cultura, religião e gênero. Em seu texto ela executa A presença feminina entre os batistas na região sul baiana durante a primeira metade do século XX, um instigante estudo sobre a gênese dessa igreja protestante e sua difusão nas terras do cacau. A presença da mulher é aí ressaltada e norteia o estudo histórico posto. Da História para as Letras, Tica Simões nos apresenta, em profícua e apaixonada discussão, um panorama da literatura sul-baiana e seus autores, no escrito Expressões da literatura grapiúna em pluralidades. A questão racial, a educação e os aspectos teóricos e filosóficos desses assuntos são discutidos e debatidos no instigante conteúdo do confrade Jorge Luiz Batista dos Santos, em seu artigo A identidade negra, a literatura e a escola, no qual desenvolve uma análise sobre a premência desses temas e sua discussão pela sociedade que se quer mais democrática e igualitária. Margarida Fahel apresenta nesta edição sua discussão desenvolvida no último Webnário sobre Jorge Amado. Intitula-se Breves considerações sobre poesia e romantismo na obra de Jorge Amado, e traz em seu bojo o seu profundo conhecimento teórico e literário sobre o tema. Extrapolando um pouco os campos da literatura, da história e da educação, encerramos o capítulo dedicado aos artigos com o breve, porém excelente texto da confreira Lurdes Bertol, o seu Itabuna nas telas de Walter Moreira que aproxima através da escrita, a cidade sede da ALITA e sua representação pelo olhar do nosso nunca esquecido artista.

Entendendo-se que “não há intelectual mais realista que o poeta” (SILVA, 2019, p. 44), cujo sentido pretendido pela citação do historiador e membro da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva, é o viés pelo qual singramos, na constituição da presente edição da revista, em seu capítulo dedicado à poesia, contamos com participações de Ceres Marylise, Heloísa Prazeres, Cyro de Mattos, Ruy Póvoas e Renato Prata. Debuta nessa seção poética a confreira Raquel Rocha com dois poemas. Que sejam eles os primeiros de tantos outros.

No capítulo “Contos”, temos duas preciosidades escritas: uma por Ruy Póvoas, com o seu O menino assassino e outra com Raquel Rocha, e sua A casa mais feliz do mundo.

No remate “Outros textos,” outra gama considerável de participações, que tangenciam escritas as mais diversas, com variadas abordagens e gêneros discursivos.  confrade Marcos Bandeira em seu Eu e ilhéus: uma história de amor  declara, em belo texto, seu carinho pela Princesa do Sul. Charles Nascimento de Sá, diretor da presente revista, aborda suas memórias juvenis e indica seu primeiro contato com a obra amadiana, através do romance Terras do sem fim. História e memória são também o fio condutor do texto Os trilhos da esperança, do confrade João Otávio Macêdo. Memória que se faz necessária e importante àqueles que buscam conhecer o desenvolvimento de nossa região. O confrade Gustavo Veloso aborda, com detalhes quase biográficos, em Ferradas na história do gramado, a presença do mais apaixonante dos esportes globais, nessa área geográfica vista como nascedouro do município de Itabuna. A magia do caminho de Santiago conduz o leitor pela memória e pelo relato de viagem. Seu autor, o confrade Silvio Porto, apresenta sua experiência, enquanto turista e fiel, com o sagrado caminho espanhol. Entre comunidades virtuais e um caminho real, Celina Santos faz uma reflexão sobre a imersão da sociedade contemporânea no universo virtual e sua implicação em nossas relações sociais. Consciência negra e a luta pela igualdade racial, da confreira Sione Porto, retoma a sempre premente discussão sobre a luta pelo fim da desigualdade social e seus símbolos.

Ainda nessa tão profícua edição, têm-se os “Discursos”.  Começamos pelo discurso de posse como presidente da ALITA, biênio 2021-23, do confrade Wilson Caitano. Logo após, vem o texto da ex-presidente da Academia, Silmara Oliveira, em sua saudação à nova diretoria. Em sequência, discurso da mesma autora, agora contemplando os 10 anos de fundação da ALITA. Encerramos com o discurso de posse do confrade Aleilton Fonseca.

Finalizando a parte textual da revista, encontram-se os registros das atividades desenvolvidas pela Academia, no decorrer do findo 2022. Tal seção, suas matérias e conteúdos divulgados contaram com a competência jornalística da confreira Celina Santos.

Como elemento pós-textual temos o Quadro Social da ALITA

Um adendo: à exceção dos discursos, optou-se aqui por não se indicar nenhum tipo de ordem numérica na disposição dos textos que compõem este número da Guriatã. Fica assim, ao sabor do leitor e de suas preferências, ver por quais títulos iniciar o seu olhar. Ao entrar em contato com os variados temas postos nesta edição, terá ele a certeza de que ao mergulhar em tão versáteis páginas, foi invadido pelo elevado sabor que somente o conhecimento traz aos que o buscam.

É com esse intento que desejamos horas proveitosas a todos os nossos leitores e leitoras. E que o canto do Guriatã possa continuar a ser ouvido por todos nós!

Charles Nascimento de Sá, Margarida Fahel, Ceres Marylise,  Celina Santos

(janeiro de 2023)

REFERÊNCIAS DAS CITAÇÕES

 SILVA, Alberto da Costa e. Três vezes Brasil: Alberto da Costa e Silva, Evaldo Cabral de Mello, José Murilo de Carvalho. Org. Heloísa Starling; Lilia Moritz Schwarcz. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.

 

 

ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – 12 ANOS

Lurdes Bertol Rocha

Em nome do presidente da Alita, Wilson Caitano, cumprimento os alitanos aqui presentes. Ilustres familiares dos alitanos; amigos da Alita

Assim, foi a primeira Ata sobre a fundação de nossa Academia, registrada por Ruy Póvoas, primeiro secretário da entidade:

“De início, um grupo de cinco pessoas (Antonio Laranjeira Barbosa, Carlos Eduardo Lima Passos da Silva, Cyro Pereira de Mattos, Marcos Antonio Santos Bandeira e Ruy do Carmo Povoas) fez circular entre cidadãos e cidadãs de Itabuna uma carta-convite nos termos seguintes: “Apraz-nos convidar Vossa Senhoria para participar, na condição de membro fundador, da reunião especial de constituição da ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA, que será realizada no próximo dia 19 de abril de 2011, às 9 horas, na sede da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania – FICC, situada na Praça Tiradentes, s/n, próximo à Catedral São José (onde funcionou a antiga cadeia municipal) oportunidade na qual serão discutidos e aprovados o Estatuto social e o Regimento Interno, bem como eleita a diretoria que administrará a Academia de Letras de Itabuna e estabelecidos os valores da jóia e das contribuições mensais, além de outros assuntos pertinentes, a exemplo da escolha do patrono da academia [Adonias Filho], data da solenidade de fundação da ALITA e os respectivos patronos, de preferência, intelectuais, escritores, e cultores das ciências humanas da Região Sul da Bahia. Itabuna, 15 de abril de 2011”.

E continua o texto: “E por conta da referida carta-convite a reunião especial aconteceu. Deu-se no dia dezenove de abril de dois mil e onze, na Fundação Itabunense de cultura e cidadania – FICC. Quinze pessoas se reuniram às nove horas e doze minutos, em atendimento à carta-convite: Antonio Laranjeira Barbosa, Ary Quadros Teixeira, Carlos Eduardo Lima Passos da Silva, Cyro Pereira de Mattos, Dinalva Melo Nascimento, Gustavo Fernando Veloso Menezes, Lurdes Bertol Rocha, Marcos Antonio Santos Bandeira, Maria Genny Xavier Conceição, Marialda Jovita Silveira, Maria Luiza Nora de Andrade, Rilvan Batista de Santana, Ruy do Carmo Povoas, Sione Maria Porto de Oliveira e Sônia Carvalho de Almeida Maron”. A posse dos primeiros membros deu-se em cinco de novembro de 2011. Já ocuparam a presidência da entidade: Marcos Antônio Santos Bandeira, Sônia Carvalho de Almeida Maron, Silmara Santos Oliveira. Atualmente, a presidência está a cargo de Wilson Caitano de Jesus Filho”.

Há 12 anos a Alita caminha por essas paragens. Alguns membros do início continuam, outros não mais se fizeram presentes e, outros ainda, já se mudaram para as terras do além. Contudo, muitos outros chegaram para trabalhar e fazer a Alita ser uma entidade que produz, que presta serviços, que se empenha para que nossa cidade seja cada vez mais desenvolvida culturalmente.

Tivemos períodos de muita ação. E períodos de inércia. Mas, nunca desistimos. Até sem casa ficamos. Graças à nossa confreira Joana Angélica, reitora desta UFSB, temos aqui um espaço para nossas atividades.

Não existe nenhum ser humano que não tenha um propósito na vida, mesmo quando ele não consegue defini-lo convenientemente. É uma condição, ou situação ou algo que ele acredita irá lhe trazer uma grande satisfação ou uma espécie de felicidade particular. Existem, entretanto, determinados objetivos instintivos fundamentais, enquanto outros são arbitrariamente deixados ao discernimento e à escolha pessoal. Os objetivos instintivos fundamentais são os primeiros impulsos da vida. Eles são involuntários, não são deixados à decisão do homem. Esses objetivos envolvem a saciedade dos apetites tais como a necessidade de alimento e de abrigo, bem como a necessidade de conforto material elementar e de libertar-se do sofrimento.

Algumas pessoas fazem de tais objetivos os propósitos predominantes de suas vidas. Recorrendo ao hedonismo, eles se entregam à luxúria, que acalma os sentidos; para eles, o objetivo da vida torna-se o prazer físico. Contudo, na vida, tal propósito é um propósito transitório; o prazer que ele proporciona diminui, por mais que se tente fazê-lo crescer e aumentar sua excitação.

Na Alita, os propósitos são os mais sublimes possíveis: trabalho intelectual intenso, através da gestação e publicação de poesias, romances, produção científica, textos, rodas de leitura nas escolas para que, a partir da leitura, surjam grandes autores. A realização de concursos incentiva jovens a trilharem o caminho da produção literária. A Alita já lançou o Edital do I concurso, cujo tema é o Rio Cachoeira, em forma de crônica, cujos resultados serão apresentados em maio. Hoje, será lançado o quarto número da Revista Guriatã, idealizada por Cyro de Mattos. A primeira foi lançada em maio de 2015. No dia 16 de setembro de 2022 foi lançado o Hino Oficial da Academia de Letras de Itabuna, que tem como autor da letra, Cyro de Mattos e, como compositor da música, Marcelo Ganem.

Nossa filosofia pessoal pode afetar, e afeta, o mundo em que vivemos, assim como a nós mesmos. A maneira pela qual os meus ou os seus pensamentos afetarão o mundo depende de duas coisas: a natureza do conhecimento e os meios de distinguir o que realmente existe, o que é real e o que é bom. Nosso propósito básico, na vida, é alcançarmos a felicidade pela harmonização da nossa expressão pessoal da força da alma, com a verdadeira natureza dessa força.

A filosofia considera o conhecimento que devemos adquirir para atingir essa meta e os meios de atingi-la. O conhecimento, quando posto em ação, torna-se sabedoria em relação ao que é verdadeiro e bom. Nossa filosofia é, então, necessariamente, a medida da nossa sabedoria e felicidade. Nossa filosofia pessoal pode afetar, e afeta, o mundo em que vivemos, assim como a nós mesmos.

Sabedoria é o que realmente buscamos na vida. E, na realidade, é tudo que necessitamos buscar porque, pelo seu próprio significado, é a solução de todos os nossos problemas. São os problemas do viver dia a dia, ano a ano, que testam a nossa sabedoria. Se esse saber for falho, tornar-nos-emos tensos, confusos e infelizes e isso significará, simplesmente, que a nossa filosofia básica está errada em essência ou, pelo menos, em desarmonia com a verdade. Significa que estamos agindo, não com base no verdadeiro conhecimento, mas, em outro conceito que aceitamos, pelo menos temporariamente, como base de ação.

Portanto, sejamos sábios, e procuremos sempre produzir e trabalhar para o bem.

Isso é o que importa. Isso é sabedoria! Esse é o objetivo primordial da ALITA! Prossigamos! Com determinação, fé, esperança, amor, cumpriremos a missão que nos foi confiada enquanto estivermos andando pelas trilhas desse maravilhoso planeta. Que assim seja!

 

 

 

Cyro de Mattos, Presidente de Honra, conta a história da ALITA.

 

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Roda de Leitura na Escola Pio XII- 2023

Por Raquel Rocha

A Academia de letras de Itabuna realizou, na sexta-feira, dia 17 de março de 2023, mais uma RODA DE LEITURA SÔNIA MARON. O encontro aconteceu na escola Pio XII, a mesma escola onde aconteceu a primeira Roda de Leitura em 2017.

Estiveram presentes: o escritor e poeta Cyro de Mattos; o presidente, Wilson Caitano; a Vice-presidente, Janete Ruiz; a 1ª Secretaria, Lurdes Bertol Rocha e a Diretora de Comunicação, Raquel Rocha.

O grupo de alitanos foi recebido pela professora Eliabe Izabel Moraes, diretora proprietária da Escola Pio XII. O painel foi montado com as fotos da primeira Roda de Leitura onde esteve presente a saudosa Sônia Maron.

A Roda começou com a coordenadora do projeto, Raquel Rocha, perguntando às crianças se eles sabiam o que era uma Academia de Letras. Após explicar o que era e sua finalidade, os membros foram apresentados.

O escritor, Cyro de Mattos, autor de 66 livros publicados no Brasil e 16, no exterior e participante de 10 antologias, não precisou ser apresentado, ele foi reconhecido pelo alunos devido à sua vasta obra literária destinada ao público infantil.

Os alunos ouviram as histórias contadas pelos alitanos, atentamente. O escritor Cyro de Mattos alegrou a todos com as charadas do seu livro “Responda certo se for esperto”, sempre utilizar o livro, evidenciando memória admirável.

Após a Roda de Leitura o grupo foi convidado pela professora Eliabe para um cafezinho e um “dedinho de prosa”, hábito tão raro na atualidade mas que ainda aquece os corações.

 

 

 

  

   

 

 

Confira nossa Primeira Roda de Leitura

Academia de Letras de Itabuna abre projeto Roda de Leitura com beleza e magia

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PORTARIA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA  Nº 03/2023

PORTARIA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA  Nº 03/2023

O Presidente da Academia de Letras de Itabuna – ALITA, no uso de suas atribuições, lastreado no quanto disposto nos Artigos 21a  do Regimento Interno  /2011 e perante o documento abaixo anexado,

RESOLVE

Art. 1º – Revogar a Portaria  ALITA Nº1/2023  e restaurar os plenos  direitos e deveres do acadêmico  ocupante da cadeira nº 09.

Art. 2º – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Itabuna, 21 de abril de 2023.

WILSON CAETANO DE JESUS FILHO

PRESIDENTE

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AOS ACADÊMICOS DA ALITA (II) – RILVAN SANTANA

Senhores Confrades:

Eu nasci no interior, em que a palavra era o documento maior. Nós não sabíamos o que era justiça, delegacia, as contendas eram resolvidas pelo membro mais velho da família e pelos visinhos de bom senso.

Hoje, meio dia, a confreira Raquel Rocha me ligou, informando-me que alguns confrades estão pensando numa “Restauração Judicial”, peço-lhes que abandonem essa idéia, não quero retornar sob imposição judicial. Quero voltar se for consenso interno e compreensão e generosidade de todos.

Por isso, peço desculpa pública a Cyro de Mattos e que me desculpe o filho de Sônia Maron. Digo-lhes que nunca lhes quis mal e nunca guardei ressentimento. Se lhes ofendi, não o fiz com maldade, mas, no calor da opinião pessoal. Quando tenho uma opinião, defendo com unhas e dentes aquele ideal, às vezes, pensamos que não estamos machucando outras pessoas.

Enfim, que os confrades compreendam que nada vale a pena pela força, mas pelo tolerância, generosidade e amor. Certo da atenção dos confrades, reitero protestos de estima e apreço.

São Caetano, Itabuna (BA), 19 de abril de 2023

Rilvan Santana

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“Pequenos Leitores, Grandes Autores” celebra Dia Nacional do Livro Infantil

Em uma iniciativa do Centro Cultural Teosópolis (CCT) e da Academia de Letras de Itabuna (ALITA) a Praça dos Eucaliptos, no bairro Conceição, em Itabuna, recebeu na tarde de terça-feira (18), dezenas de pessoas, entre estudantes, professores e autores regionais, para a celebração do Dia Nacional do Livro Infantil. A data homenageia o escritor Monteiro Lobato, autor de clássicos infantis, nascido no dia 18 de abril de 1822.

“Foi dada vida à praça, muito bacana; seria interessante que eventos desse tipo fossem realizados em todas as praças da cidade”, disse o professor e autor Agenor Gasparetto, um dos palestrantes. Funcionária do Colégio Batista de Itabuna (CBI), Adriana Menezes disse que a tarde foi de “muita energia e aprendizado” para quem participou da atividade.

A Feira Literária “Pequenos Leitores, Grandes Autores” contou com exposição de livros infantis, contação de histórias, exposição de artesanato por profissionais da Associação dos Artesãos do Sul da Bahia (AASBA) e brinquedos para a criançada, alunos de escolas públicas e particulares do município.

A professora do Departamento de História da Uesc e curadora do evento Janete Ruiz Macedo, comemorou o sucesso da feira. “Muito bom, queremos fazer melhor no próximo ano, e realizar aqui na praça outros eventos como esse” declarou.

Primeiros contatos

Para o professor aposentado Manoel Garrido, que folheava uma obra de Monteiro Lobato para uma criança, “ é muito gratificante poder estar aqui e ver os primeiros contatos de uma criança com os livros”, disse ele, que atuou na educação por mais de 30 anos.

A pequena Joana, de dois anos, esteve no evento acompanhada da mãe, a professora e artesã Elba Souza. Jojo, que é de família de educadores, se mostrou atenta aos livros e às falas dos palestrantes. “Muito proveitosa para a educação de nossas crianças”, disse Elba.

Realizada pelo Centro Cultural Teosópolis (CCT) E Academia de Letras de Itabuna (ALITA), a Feira Literária “Pequenos Leitores, Grandes Autores” contou com apoio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Academia de Letras de Itabuna (Alita), Prefeitura de Itabuna, Ficc (Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania), Cesol e AASBA.

 

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O SONHO DE VOAR- João Otavio Macedo

Por algumas vezes, já abordei o problema do nosso aeroporto, contando as suas histórias e a luta travada para manter um aeroporto na cidade. Apesar dos 12/13 anos, já me interessava pelos problemas de Itabuna, bem menores do que temos presentemente e já dava longos passeios dominicais, junto com a família até aquele local conhecido como “stand”, onde os atiradores do nosso Tiro de Guerra praticavam o tiro com fuzil; o local já havia sido demarcado por alguns moradores, como Tertuliano Guedes de Pinho, Mário dos Santos Padre, Ottoni José da Silva e outros itabunenses vibrantes que há muito sonhavam com a existência de um aeroporto, por menor que fosse, mas que atendesse as exigências da cidade e da região. Nos anos 50, Mário Padre, juntamente com Raminho fizeram a ação pioneira de trazer pescado de peixes de Itacaré, utilizando um teco-teco; a experiência não durou muito tempo, mas mostrou a viabilidade do projeto.

Ressalte-se que o aeroporto de Ilhéus já funcionava regularmente desde maio de 1938. O aeroporto de Ilhéus já servia a contento, embora com o eterno problema de se buscar novas áreas para ampliar as áreas de serviço.

A nossa Itabuna nos anos cinquenta fervilhava de progresso e a cultura cacaueira mostrava que se encontrava aí para valer; jovens itabunenses se agrupavam na UNIÃO DOS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS DE ITABUNA (UESI) e na FRENTE ITABUNENSE DE AÇÃO RENOVADORES (FIAR): Esses jovens lutariam pelo aeroporto, pela telefonia, por novos colégios na cidade, enfim, naquele caldeamento as ideias surgiram e havia pressa.

Pois bem, em 1953 desceu em nossa cidade o primeiro DC-3, ampliando o leque de atendimento aos usuários do serviço aéreo; a pista do aeroporto não era pavimentada e as instalações para o atendimento ao passageiro eram precárias; mas com todas essas precariedades, o aeroporto funcionou por alguns; quando foi inaugurada a nossa estação de passageiros e a pista pavimentada, o aeroporto foi desativado.

Os jovens que batalham pela reativação do aeroporto, pertencente ao Aero Club de Itabuna estão novamente às voltas para a reativação do nosso aeroporto. Encontro OLIVIO BRAGA OLIVEIRA, um dos líderes do nosso Aero Club que, com um sorriso de pura satisfação, salienta que a Prefeitura já deu os primeiros sinais para iniciar conversações.

Será verdade, ou mais um sonho? Pelo que já ouvi e já li, é viável o retorno do movimento aeroviário utilizando a pista e as instalações e, como temos, no momento, um prefeito que é humilde e bem atento às coisas do nosso município, é bem possível que esse desiderato seja conseguido. Aí soltaremos fogos de verdade!

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DO ILUMINISMO À BADERNA- João Otavio Macedo

Aprendemos, no curso escolar, a colaboração que cientistas e pensadores deram na formulação do comportamento das sociedades; desde o homem das cavernas até o que observamos presentemente, muitas coisas rolaram neste mundo; guerras e mais guerras eclodiram matando um número de pessoas, além das conhecidas e sempre citadas duas guerras mundiais, ambas na primeira metade do século passado, com um raio de destruição jamais observado e quando foi utilizado, pela primeira vez, o recurso nuclear, que assombrou o mundo; até hoje, e o exemplo mais flagrante são as ameaças do dirigente russo que, vez por outra, ameaça soltar os seus indomáveis artefactos nucleares, capazes de destruir boa parte do mundo.

Para que tanta ganância quando os estudos mostram claramente que os recursos existentes seriam suficientes para matar a fome no mundo e promover o desenvolvimento daqueles países e regiões que se mantêm alheios ao desenvolvimento; porque a comunidade científica internacional que, em alguns momentos colocou-se contra a barbárie e bem poderia continuar nessa batalha, ajudando a jogar para longe o espectro da guerra, que só miséria traz aos que nela se envolvem.

O mundo ocidental sofreu uma grande influência do mundo greco-romano e, depois, de outros países que surgiram na constelação das nações líderes do mundo. Estudamos as revoluções que surgiram na Grã-Bretanha e na França, da revolução industrial, da revolução francesa e de outros movimentos que, verdadeiramente, modificaram a face da terra; a máquina a vapor, a eletricidade, o carro, a aviação, várias e várias contribuições do gênio humano ao desenvolvimento dos povos; essas conquistas seriam mais realçadas caso estivessem todas elas voltadas para o bem-estar das pessoas; aqueles milhões de mortos nas duas grandes guerras e um incalculável número de prédios, estradas, navios, veículos, aviões, destruídos nas lutas que se travaram no ar, em terra e nos mares e oceanos, todo esse recurso, caso houvesse sido aplicado na agricultura, na medicina, na pesquisa, teríamos, hoje, um resultado bem diferente; quando vemos os prédios destruídos na Ucrânia, a indignação aumenta, pois sabe-se que, mais dia, menos dia, aqueles prédios destruídos serão reconstruídos, desperdiçando material e mão-de-obra, que poderiam estar sendo usados em atos nobres e pacíficos.

Vendo, na TV, atos de vandalismo nas ruas e avenidas da decantada Paris, com lojas sendo incendiadas, fico pensando o que diriam os enciclopedistas e iluministas que moldaram o pensamento do povo francês; toda essa confusão pelo fato de o governo querer aumentar a idade da aposentadoria, passando dos 62 para os 64 anos de idade; tem razão o governo? Têm razão os franceses que são contra? Não haveria outra maneira de se discutir o problema que não fosse a destruição, o incêndio.

Quando no final da segunda guerra mundial, Hitler vendo-se derrotado, ordenou ao seu Comandante Militar em Paria que incendiasse Paria. Felizmente, o militar, mesmo sabendo do tremendo risco que estava correndo, desobedeceu a ordem de Berlim e aquele incalculável patrimônio da humanidade, existente em Paris, foi salvo.

Convido o prezado (a) leitor uma reflexão sobre esses acontecimentos nefastos que, por força do poder das comunicações, somos avisados no mesmo momento que o fato ocorre.

DO ILUMINISMO À BADERNA- João Otavio Macedo Read More »

AMADO GALILEU-  Cyro de Mattos

Contam que nasceu numa manjedoura, o berço era de palha. Foi anunciado por uma estrela, no céu toda acesa de Deus. Os bichos cantaram: Jesus nasceu! Jesus nasceu! Os pastores tocavam uma música serena nas suas doces flautas. São José, o pai, o que tinha mãos no labor de enxó, plaina e formão, soube que de agora em diante ia talhar a mais pura fé do seu constante coração. A Virgem Maria, mãe do menino, dizia baixinho: Pobrezinho quando for um homem, de tanto nos amar, vai morrer na cruz.

Os três reis magos foram chegando, vieram de longe, muito longe, atravessaram montanhas e desertos. Traziam, como presente para o menino, mirra, incenso e ouro. Ajoelharam-se. Não eram dignos de tocar naquela palha, mas bastava agora que fizessem o bem ao próximo e seriam salvos. Abelhas com os seus zumbidos de ouro vieram colocar afeto e mel no coração de cada um dos reis.

Contam mais que foi um menino que brincava como qualquer menino, mas que gostava de ficar às vezes sozinho, olhando para a linha do horizonte. Quando ficou rapaz, não teve dúvida, havia sido o escolhido entre os seres humanos para ultrapassar aquela linha. Para conseguir a façanha teria que fazer uma mágica em que disseminasse uma rosa na manjedoura dos ares. Juntar todas as mãos numa só mesa onde todos seriam irmãos.

Teve que trazer as sementes dadas pelo Pai para plantar cirandas nas areias do deserto. E os sentimentos daquele homem com olhar de mendigo e profeta correram nas águas doces do rio e seguiram no vento manso, que soprou a flor sozinha na plantinha do brejo. E foram levados pela borboleta até o lugar onde o amor sempre permanece.

Ora, vejam só, sair por aí de mãos dadas como criança e espalhar num instante só ternura nessa terra? Convencer os homens de que viver vale a pena desde que a vida seja exercida numa comunhão em que não haja desigualdade, injustiça, opressão? A vida sem solidão, a vida como uma dança, a vida sem agressão? Os bichos sem matança e a mata sem queimada? Sem veneno as nuvens na chuva despejando a poluição?

Os donos do poder no sistema organizado não perdoaram a afronta. Traçaram o mais pérfido calvário. Fizeram que carregasse uma cruz pesada. Puseram uma coroa de espinho na cabeça, cuspiram, chicotearam. Morra o rebelado, o falso profeta, o demolidor da ordem, o mentiroso fazedor de milagre, alardearam. Os que estavam cegos investiam, urravam, não se cansavam de pedir que fosse condenado o subversivo do sistema. Ficaram calados quando foi decretada a crucificação. Não aceitaram que no seu lugar ficasse o ladrão, que para ali fora apenado com a crucificação pelos crimes cometidos.

Mas o que se viu, depois de perversa infâmia vinda de uma perseguição canina, é que até hoje toca um sino na cidade e na campina, só para nos dizer que do menino nascido na manjedoura se fez o homem para ofertar a todos o amor e receber de volta duras pedradas. No final crucificado para que se cumprisse a profecia, o bendito salvador da humanidade veio para nos dizer que era o filho do Pai Eterno, inocente morreu por nos querer mais bem.

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