POEMAS de Cyro de Mattos

EM MEU CANTO

Cyro de Mattos

 

Embora alguns não queiram,
Sou do bem, logo penso:
Existo blindado por Deus.

Nessa estrada comprida
O corpo reclamando,
Quero ficar no meu canto.

Desconheço o desencanto,
Na paz desse encontro melhor
Ouvir uma música primaveril.

Entre gorjeios e volteios,
Enquanto as nuvens passam
Conversar com os passarinhos.

II
Escritor

Dentro das letras viveu.
Nunca quis leitor aos montes.
Desejou o belo.

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FLOR
Cyro de Mattos

Bela! bela!
Mal desponta,
Desaparece.
Mas a da alma
Sempre perdura
Porque na alma
Tece e acontece.

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MALANDRINHO PEPEU
Cyro de Mattos

Sou pesado mesmo,
Quieto, isso não,
Meu dentinho no doce
Eta satisfação.

Ô papai, ô mamãe,
No domingo me levem
Pra brincar de nadar
Na onda azul do mar.

Só não me deixem afundar!

 

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IMAGINANDO NAVIOS
Cyro de Mattos

Navio no mar
Com sereia e luar,

Navio no azul
Sopra nele o vento sul,

Navio encalhado
Chegará ao outro lado?

Navio no porto
Sob o sol de agosto,

Navio de pirata
Carregado de ouro e prata.

Navio na guerra
E o canhão que não erra,

Navio no fundo
E o silêncio profundo.

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ALFAIATE

Cyro de Mattos

Pijaminha.
Calção.
Calça curta.
Farda.
Calça comprida.
Paletó.
Terno preto.

Nas mãos
caprichosas
o tempo
paciente
sempre
costurava
suas medidas
exatas.

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SINO DE BELÉM
Cyro de Mattos

Blem blem blem,
Toca o sino de Belém.

Faça o bem, faça o bem,
Não importa a quem.

Tudo bem, muito bem,
Toca o sino de Belém

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