COMENDA SÃO JORGE DOS ILHÉUS- Tica Simões

Discurso de Tica Simões no recebimento da Comenda São Jorge dos Ilhéus, em 28 de junho 2018.

E uma honra receber a Comenda de São Jorge dos Ilhéus, a mais alta condecoração do Município, neste dia do seu aniversário. Agradeço a indicação do meu nome pela Secretaria Municipal da Cultura, na pessoa do Sr. Pawlo Cidade e o seu acolhimento, pelo Governo Municipal, através do seu Prefeito, Sr. Mário Alexandre Correia de Souza.

Como é sabido, sou nascida em Salvador, mas tornei-me grapiúna por escolha, desde 1964. Nessas terras do cacau, casei com Henrique Simões, tive dois filhos e netas (e ali está a minha netinha Juliana). E ganhei mais uma preciosa família, em Itabuna.  Na Universidade Estadual de Santa Cruz, vivi a maior parte da  minha vida. Tenho a felicidade de dizer que fiz parte do grupo fundador daquela instituição ao lado de tantos valentes idealistas, como a sua primeira reitora eleita Renee A Nogueira, aqui presente. Ali fiz pesquisa, ensino e extensão.

Henrique e eu elegemos Ilhéus como lugar para viver: por sua história, sua beleza, sua gente amiga.
A proximidade dos 500 anos de Ilhéus fez com que nos juntássemos àqueles que têm o olhar voltado para o futuro deste município, que queremos promissor. Nesse sentido, enquanto integrante de um grupo que visa a contribuir para uma Ilhéus cidadã – a Agenda 34 – , tenho publicado algumas reflexões. E aqui, pela oportunidade, volto à pergunta que sempre se impõe: Que Ilhéus queremos e teremos em 2034?

Esta solenidade, sem dúvida, significa a valorização pública de atos de cidadania.  Aproveito, então, a oportunidade para, dentre as várias reflexões possíveis sobre o tema, focando a minha área de ação, rapidamente, ressaltar a importância de políticas culturais que conduzam à realização de ações de educação e cultura, através do desenvolvimento sustentável.
È um desafio e uma grande responsabilidade pensar a cultura, considerando  a sua importância para o desenvolvimento deste Município.
Dizendo isso, quero ressaltar a diferença desta cidade devido à sua singularidade: ser situada na biosfera berço do Brasil; possuir rica expressão histórica, artística e literária; e estar num litoral de beleza singular e de especial atrativo turístico.

Ao pensar na relação entre cultura e ações públicas, penso uma política que enfatize o ponto de vista local sobre a mundialização dos fluxos culturais, recorrendo a diferentes saberes. Também penso em ações que valorizem e abarquem a formação de memórias, a constituição de identidades e a representação cotidiana de sujeitos urdidos pelas interações simbólico-comunicativas. Tenho em conta o perfil deste Município, em consideração de espaços de mediações como, por exemplo, a cultura e o turismo; portanto, entendo empreendimentos que, embora considerando o mercado, não submetam a cultura ao turismo massivo.

Essas rápidas ideias visam somente suscitar reflexão sobre ações que, garantindo a cidadania, alcancem os 500 anos do Município de Ilhéus. A reflexão quer manifestar uma expectativa otimista; e a ideia é muito mais relacionada ao tipo da gestão, ao jeito do caminhar…

Esta medalha que agora recebo, e agradeço, significa para mim compromisso e laço com esta encantadora cidade.
Obrigada.

Tica Simões
Ilhéus, junho de 2018.

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