DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA 04 DA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA – Por Ademilton Batista Santos

Saúdo os confrades, confreiras e convidados, com especial gratidão aos doutores Clóvis Nunes Aquino, Gláucio Mozer e Peter Devires, cuja dedicação foi essencial para que eu permanecesse entre os vivos após o infarto e o AVC que enfrentei em 2021.
Não tive medo da morte, mas sim de viver sem realizar meus sonhos. Agradeço ao meu Bom Jesus Cristo pela nova oportunidade e ao meu filho, Vitor, meu amigo e companheiro, por ter sido instrumento dessa salvação.

Durante os longos dias de recuperação, o sol que atravessava a janela reacendeu em mim o desejo de viver. O tempo, com suas voltas e silêncios, me conduziu a novas estradas e reflexões sobre o propósito de minha existência. Foi quando compreendi que “Vencer o Tempo”, título do meu primeiro livro, não era apenas uma obra, mas uma missão pessoal.

Percebi que a vida nos escolhe — não o contrário — e nos confia tarefas que revelam o sentido de nossa passagem. Assim aceitei o destino e suas veredas, permitindo que o tempo me guiasse até este momento de renascimento. Hoje, sinto-me honrado por ser empossado como membro imortal da cadeira nº 4 da ALITA, tendo como patrona a professora e escritora Helena de Borborema.

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*Ademilton Batista Santos é poeta, escritor, ator e apresentador de Rádio e Tv.  Autor do livro “Vencendo o Tempo”, “Incrível Amor”, “O Meu Céu”, entre outros. É idealizador do projeto “Poesia que Cura” e criador do programa “Café com Poesia e Cinema” na TVI. É membro efetivo da Academia de Letras de Itabuna – ALITA. E-mail: ademiltonbatista.escritor@gmail.com.

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Helena foi uma mulher de memória e sensibilidade. Em obras como Terras do Sul, Retalhos e Lafayette de Borborema – Uma vida, um ideal, registrou o espírito e a cultura da nossa gente com emoção e humanidade. Seguir sob sua inspiração é perpetuar a memória e a esperança de um povo.

Agradeço aos confrades e confreiras pelos votos que me conduziram a esta casa. Itabuna é a cidade onde renasci, onde construí minha nova família literária e de onde emergem meus sonhos.
Sinto-me profundamente grato por fazer parte desta instituição que honra as letras, a arte e o pensamento humanista.

Minha trajetória começou cedo, aos sete anos, quando ajudava meu pai, vendedor de frutas e verduras em Salvador. Aos 19, fui jogador juvenil do Bahia e, depois, bancário no Bamerindus por uma década.
Em 1989, mudei-me para Itabuna e, desde então, a cidade tem sido o palco das minhas transformações. Foi aqui que reencontrei o sentido da vida e recebi meu maior presente: meu filho Vitor Augusto.

Quando pensei que a vida havia se esgotado em mim, Vitor — então com 16 anos — me convidou para atuar em seu filme Arthur. Esse convite foi a centelha que reacendeu meu espírito criador.
Da experiência com o cinema, nasceram meus primeiros poemas e, com eles, o poeta e o escritor que hoje vos fala.
Desde então, passei a transformar a dor em arte, o tempo em poesia, a memória em eternidade.

Foi também em Itabuna que nasceu o projeto “Café com Poesia e Cinema”, que começou no rádio e, em 2018, chegou à TVI, conquistando público em diversas partes do mundo.
Agradeço à minha esposa e ao meu filho pela paciência e amor que sustentam essa caminhada.

Assumir hoje um lugar na ALITA é, para mim, coroar uma jornada de fé, superação e propósito. Nenhuma força contrária é capaz de deter o que vem da luz. Tomo posse com humildade e com o coração entregue à missão de servir à literatura e à vida. 

Que o projeto “Poesia que Cura”, agora apresentado à Academia, floresça com o apoio dos confrades e confreiras, levando conforto, arte e esperança a quem mais precisa.

Que Deus ilumine nossos caminhos.


Viva a poesia, vida longa à ALITA!
Ademilton Batista Santos

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