Por algumas vezes, já abordei o problema do nosso aeroporto, contando as suas histórias e a luta travada para manter um aeroporto na cidade. Apesar dos 12/13 anos, já me interessava pelos problemas de Itabuna, bem menores do que temos presentemente e já dava longos passeios dominicais, junto com a família até aquele local conhecido como “stand”, onde os atiradores do nosso Tiro de Guerra praticavam o tiro com fuzil; o local já havia sido demarcado por alguns moradores, como Tertuliano Guedes de Pinho, Mário dos Santos Padre, Ottoni José da Silva e outros itabunenses vibrantes que há muito sonhavam com a existência de um aeroporto, por menor que fosse, mas que atendesse as exigências da cidade e da região. Nos anos 50, Mário Padre, juntamente com Raminho fizeram a ação pioneira de trazer pescado de peixes de Itacaré, utilizando um teco-teco; a experiência não durou muito tempo, mas mostrou a viabilidade do projeto.
Ressalte-se que o aeroporto de Ilhéus já funcionava regularmente desde maio de 1938. O aeroporto de Ilhéus já servia a contento, embora com o eterno problema de se buscar novas áreas para ampliar as áreas de serviço.
A nossa Itabuna nos anos cinquenta fervilhava de progresso e a cultura cacaueira mostrava que se encontrava aí para valer; jovens itabunenses se agrupavam na UNIÃO DOS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS DE ITABUNA (UESI) e na FRENTE ITABUNENSE DE AÇÃO RENOVADORES (FIAR): Esses jovens lutariam pelo aeroporto, pela telefonia, por novos colégios na cidade, enfim, naquele caldeamento as ideias surgiram e havia pressa.
Pois bem, em 1953 desceu em nossa cidade o primeiro DC-3, ampliando o leque de atendimento aos usuários do serviço aéreo; a pista do aeroporto não era pavimentada e as instalações para o atendimento ao passageiro eram precárias; mas com todas essas precariedades, o aeroporto funcionou por alguns; quando foi inaugurada a nossa estação de passageiros e a pista pavimentada, o aeroporto foi desativado.
Os jovens que batalham pela reativação do aeroporto, pertencente ao Aero Club de Itabuna estão novamente às voltas para a reativação do nosso aeroporto. Encontro OLIVIO BRAGA OLIVEIRA, um dos líderes do nosso Aero Club que, com um sorriso de pura satisfação, salienta que a Prefeitura já deu os primeiros sinais para iniciar conversações.
Será verdade, ou mais um sonho? Pelo que já ouvi e já li, é viável o retorno do movimento aeroviário utilizando a pista e as instalações e, como temos, no momento, um prefeito que é humilde e bem atento às coisas do nosso município, é bem possível que esse desiderato seja conseguido. Aí soltaremos fogos de verdade!