Prefere-se esfacelar a aurora,
do amor a pauta é rasgada,
na vergonha a vida esmurrada.
A vida, ah, a vida, no derrame
do desamor assim estuprada,
as entranhas da urbe nas dores.
Ventos sangram a palavra
como expressão da liberdade,
a beleza em forma de arte.
Sepultam a pomba na selva,
a maldade nas horas devastadas
são cenas aramadas, amargas.
Deixam que eu me veja utópico,
cantor duma união geral antiga,
na flor que perfuma o meu sonho.
Capaz de derrotar todos os danos
urdidos há milênios por ódios
advindos de perversos confrontos.
Exala em amenidade de nuvem
do que hei de ser com verdes laços,
basta que tudo acresça e não subtraia.
Venerada mãe terra, nas tuas leis
basta ser os agrados que recebeste
dos céus, pois que dos céus és filha.
No som dessa música cativante
afloram anunciando a benção
essas rações de tudo para todos.
Apesar das botas impassíveis
há os verdes que despontam,
os maduros caindo nas rumas.