ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA E MEMORIAL ADONIAS FILHO, EM ITAJUÍPE, PRESTAM HOMENAGEM AO SEU PATRONO
Ceres Marylise
Ceres Marylise
NOVOS MEMBROS TOMAM POSSE NA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA
Na noite de sexta-feira, 20 de setembro de 2013, Itabuna viveu mais um nobre momento de sua história cultural, com novos membros tomando posse na Academia de Letras de Itabuna – ALITA. As diferentes áreas da sociedade fizeram-se presentes na Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC e o recinto ficou pequeno para acolher autoridades, famílias, convidados e amigos que foram recebidos na área de acesso ao auditório pelo simpático casal de acadêmicos Silmara Oliveira e Jorge Batista.
Os acadêmicos e mestres de cerimônia Lurdes Bertol Rocha e João Otávio Oliveira Macêdo, deram início aos trabalhos convidando inicialmente a presidente da instituição, Sônia Carvalho de Almeida Maron para compor a mesa e presidir o sodalício. Após a execução do Hino Nacional pelo maestro Heleno José da Silva, da Filarmônica Euterpe de Itabuna, a presidente proferiu o discurso de saudação aos membros que seriam empossados convidando-os depois, para a leitura do juramento. Concluída a saudação e a leitura do compromisso, foram chamados para a diplomação e assinatura no Livro de Posse. Cada acadêmico, ao tomar posse, teve um breve espaço de tempo para discorrer sobre o significado daquele momento em sua vida. .Após a cerimônia, foi oferecido um coquetel ao público presente.
Cadeiras, novos ocupantes e seus patronos:
CADEIRA Nº | MEMBRO EFETIVO | PATRONO |
24 | Celina Silva dos Santos | CLODOMIR XAVIER DE OLIVEIRA |
37 | Gideon Alves Rosa | LUIZ GAMA |
28 | Maria Delile Miranda de Oliveira | FIRMINO ROCHA |
36 | Maria Rita Coelho Dantas | JOSÉ BASTOS |
38 | Naomar Monteiro de Almeida Filho | MANUEL SAMPAIO LINS |
25 | Raquel Silva Rocha | ELVIRA SCHAUN FOEPPEL |
32 | Sérgio Alexandre Menezes Habib | ITAZIL BENÍCIO DOS SANTOS |
MEMBROS CORRESPONDENTES |
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Cristiano Lôbo da Silva |
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Edvaldo Pereira de Brito | ||
Ivete Alves do Sacramento |
DISCURSO DE SAUDAÇÃO AOS NOVOS ACADÊMICOS
Sônia Maron
Recebidos generosamente, mais uma vez, nesta casa de ensino superior, aqui estamos para legitimar o ingresso de novos membros na Academia de Letras de Itabuna. Revendo o caminho percorrido, concluímos que o sonho de reinventar uma academia de letras em Itabuna assume, aos poucos, o contorno de realidade palpável. Nosso estatuto contempla toda manifestação literária, artística e das ciências humanas e não é por acaso. Em nossa caminhada, permanecemos atentos à imposição do momento histórico vivido por nossa região, ao qual poderíamos denominar, usando a expressão de Zygmund Bauman, de “sociedade líquida”. A denominação usada pelo filósofo polonês abrange a incapacidade de reter a forma por muito tempo, a propensão de mudar de forma sob a influência de mínimas, fracas e ligeiras pressões, como traço característico de nossa atual condição sociocultural. Acresce, ainda, os desvios decorrentes do uso inadequado das conquistas tecnológicas que levam a diluir e banalizar as interações humanas, deixando aos contatos superficiais e direcionados a falsa impressão de profundidade das relações. Os verdadeiros filhos desta região que inspirarama os romances de Jorge Amado e Adonias Filho e os poemas de Valdelice Pinheiro, Sosígenes Costa, Firmino Rocha, Telmo Padilha – patronos lembrados como amostragem – não aceitam o mundo líquido que nos condena a viver o fenômeno da multidão solitária, estranho mundo onde as pessoas convivem lado a lado sem o genuíno relacionamento que enriquece a convivência entre os seres humanos. De repente, fomos surpreendidos com uma cidade sem alma, sem passado, sem memória e sem direito ao futuro. Aceitamos o desafio de reagir, com o propósito de provar que o futuro não é oferecido de antemão e cabe a nós recriá-lo a todo momento, buscando a superação de crises e conflitos, vencendo o desalento e a desesperança.
Essas reflexões refletem o sonho do pequeno grupo de fundadores desta academia de letras, composta, predominantemente, de acadêmicos que devem a formação às salas de aula do Ginásio Divina Providência e à Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna, hoje Universidade Santa Cruz. Em verdade, procuramos trazer à lume valores postergados na sociedade líquida e imediatista, os valores que servem de alicerce na promoção de um mundo mais ético e mais justo. Reunimos, em nossa instituição, escritores, poetas, jornalistas, cineastas e psicanalistas, atores e educadores, idosos, pessoas de meia idade e jovens. Dir-se-ia que nosso “mosaico” é muito complexo e diversificado para o propósito de uma academia de letras. Enganam-se os que pensam assim. Nosso objetivo é tecer juntos, religar saberes, ter a ousadia de sair de nossa área de conhecimento para refletir sobre os problemas mais amplos da cultura, este vasto patrimônio criado por nós e para nós. Temos compromisso com nossa área de concentração, mas podemos e devemos sair dela, para contribuirmos no trabalho de preservação dos valores que nos conduziram até aqui e temos o dever de conservar e transmitir. Fortalecidos ainda mais, a partir deste momento e honrados com a presença dos novos confrades e confreiras, a todos envolvemos no mesmo carinho e no mesmo abraço; bem-vindos ao nosso chão grapiúna que acredita em nós, filhos legítimos ou adotivos, com os mesmos sonhos e movidos pelo mesmo ideal.
Cumpre-me apresentar os novos acadêmicos às autoridades e convidados que atenderam à nossa mensagem. Não esperem a leitura de biografias e elencos intermináveis de títulos, obras e prêmios. Não pretendo fixar-me na bagagem de cada um – permitam-me a metáfora – alguns com muitas malas, admiráveis na aparência e na essência, gastas pelo longo caminho percorrido e outros com poucas malas, novas na aparência, no entusiasmo, nas ideias e propostas concretas de colaboração. Prefiro reconhecer na bagagem de todos a griffe Louis Vuitton, vez que, segundo os entendidos, é mais que uma marca de malas, é uma lenda!
Seguindo a ordem alfabética dos membros efetivos, apresentada no convite, Celina da Silva Santos, é jornalista, graduada e pós graduada em comunicação, jovem portadora de um novo estilo, que se destaca pela sensibilidade e linguagem escorreita, enriquece o núcleo de comunicadores no qual pontifica Antonio Lopes, um dos fundadores da ALITA;
Gideon Alves Rosa, nascido em Itapé, veio com três meses para Buerarema. Graduado em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia, jornalista, teatrólogo, concluiu o curso livre de arte dramática no Teatro Castro Alves e foi aprovado no concurso para ator na universidade citada. Detentor de inúmeros prêmios como melhor ator, acha que o conhecimento é a pedra de toque para qualquer atividade artística de qualidade, o que ele demonstra como autor de peças teatrais e filmes de curta e longa metragem. Acumulou prêmios como jornalista e volta à região onde nasceu com o sonho de transmitir a experiência e conhecimento adquiridos;
Maria Delile Miranda de Oliveira, nascida em Ruy Barbosa, educadora integrada à vida cultural da cidade que viu crescer, poetisa e cronista. Deve a formação em magistério ao Ginásio Divina Providência, templo do saber destruído em um dos momentos mais infelizes da administração pública em nossa cidade. Graduada em Pedagogia, uma das fundadoras da Faculdade de Filosofia de Itabuna, pioneira da educação superior, como docente, nas salas de aula da Federação de Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna, origem da universidade hoje existente;
Maria Rita Coelho Dantas, Ritinha, para mim, sua amiga de infância; educadora incomum, com graduação e doutorado em letras, escritora, eterna primeira dama de Itabuna, imortalidade que o povo já lhe conferiu. Pertence ao grupo de sonhadores que fundaram a ALITA, assim como Naomar Monteiro de Almeida Filho e Sérgio Alexandre Menezes Habib. Ritinha, sorriso aberto, espontânea e verdadeira, eterna namorada do adolescente Ubaldo Porto Dantas. Ritinha, no e-mail que me enviou, enaltecendo seu patrono, José Bastos, lembra a praça que resistiu ao tempo, que ela e todos nós, seus amigos e colegas do Divina Providência, percorriam diariamente, em frente à estação ferroviária, à feira livre e barracas de fogos nos festejos juninos, coincidentemente o mesmo chão onde foi construída a Prefeitura Municipal de Itabuna, o mesmo chão que nos acolhe neste momento sob a égide da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Itabuna. Haja coração, Ritinha querida!
Naomar Monteiro de Almeida Filho, nascido em Buerarema, que eu conheci filho de Naomar Monteiro de Almeida e Dona Lourdes: Naomar, o pai, respeitado e conhecido pela retidão com que exerceu diversos cargos públicos, o mesmo Naomar que não hesitou em concluir o curso supletivo para prestar o primeiro vestibular da FESPI. Já era meu amigo e tornou-se colega no curso de Direito. Dona Lourdes, proprietária de uma loja e ateliê de artigos femininos, com a ousadia da mulher que não aceitava a passividade, tinha no marido o incentivador. Naomar, o filho, médico, seus títulos transcendem a profissão escolhida. Foi Magnifico Reitor da maior universidade baiana em duas gestões, voltando, agora, à sua região tão sofrida e desfigurada, escolhido para o cargo de Reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia, simbolizando a esperança de redenção através do único caminho eficaz: a educação. Seu currículo e títulos, conhecidos de todos nós, que orgulhosamente acompanhávamos a brilhante trajetória do conterrâneo, assumem especial significado pertencendo ao portador de valores que dignificam o ser humano e enobrecem a comunidade que se regozija com o seu retorno.
Raquel Silva Rocha, régio presente que São Paulo enviou. Nascida na locomotiva do país, adotou Itabuna a ponto de realizar sua formação universitária de graduação e pós-graduação na UESC. Graduada e pós-graduada em Economia e Comunicação, enriqueceu seu currículo com o curso de Psicanálise, disposta ao mergulho interior do auto-conhecimento, ferramenta poderosa para conviver e compreender o semelhante. Como cineasta, educadora ou psicanalista, diversifica as áreas de atuação com competência e indisfarçável amor ao conhecimento, sua busca permanente. Possui vasto currículo como cineasta e produtora, trazendo às fileiras da academia o entusiasmo e vibração da sua juventude;
Sérgio Alexandre Menezes Habib, itabunense, advogado, mestre em Direito Penal e professor da Universidade Federal da Bahia. Filho de Afonso Habib e Dinalva Menezes Habib, representante da colônia libanesa desta região no que existe de melhor no plano da intelectualidade. Portador de vasto currículo, no qual convivem obras jurídicas e literárias, volta à sua cidade natal para caminhar ao nosso lado, contribuindo para o soerguimento da vida cultural desta região;
Na relação de membros correspondentes, obedecendo ao mesmo critério, figuram:
Cristiano Lôbo da Silva, que se integrou à comunidade, a todos cativando com seu cavalheirismo e engajamento, dirigiu a unidade local da FTC com rara desenvoltura e competência. Graduado e pós-graduado em Administração, professor e gestor hábil e equilibrado, colaborou de forma decisiva para a difusão dos mais diversos segmentos da cultura, sendo o parceiro providencial do primeiro momento da academia que agora também é sua e enriquecerá na condição de membro correspondente com sua contribuição;
Edvaldo Pereira de Brito, na opinião de um jornalista de nossa cidade, dispensa apresentação e comentário. Principalmente de minha parte, impedida pelos laços estreitos de amizade, que já assumem o caráter de parentesco. Existem irmãos e irmãos: os irmãos biológicos, que não são escolhidos, mas impostos pela vida e os irmãos escolhidos pelo coração; é nesta última categoria que está situado o sentimento que nos une. Os títulos que ornam seu extenso currículo dizem pouco do ser humano incomum, exemplo de superação, professor emérito da UFBA, professor de pós-graduação da universidade Mackenzie, em São Paulo, jurista com área de atuação em direito público, notadamente Constitucional e Tributário e atualmente vereador da cidade de Salvador. Para mim, seu lugar natural seria no Congresso, na vaga de Josafá Marinho. Paciência. Às vezes é preciso uma luz no fundo do túnel. Na convivência fraterna de mais de três décadas, revelou-se o amigo de todos os momentos. Consegue a façanha de acumular imortalidades, no plural mesmo, pertencendo a outras academias, como a de Ilhéus e a sua específica, de Direito Tributário, no Rio de Janeiro. Bem vindo, meu irmão. É confortador tê-lo ao meu lado e poder contar com sua mão servindo de apoio e indicando o caminho.
Ivete Alves do Sacramento encerra, nesta solenidade, a relação de membros correspondentes. Ausente por compromissos inesperados e inadiáveis, merece da nossa parte, o mesmo destaque dos demais confrades recém-empossados. Primeira reitora negra do Brasil, dirigiu a UNEB com a competência e habilidade da educadora vocacionada. Graduada em Letras pela UFBA e com mestrado em Letras pela Universidade de Quebec e Montreal, no Canadá, atualmente empresta seu talento à Secretaria de Reparação Social da Prefeitura Municipal de Salvador.
Senhores convidados, estes são os novos acadêmicos da ALITA, livres dos títulos pomposos que ostentam da produção literária, poética, artística ou técnica que ornamentam seus currículos e servem de orgulho à cidade que tem as marcas dos primeiros passos da maioria. Voltaram para ficar, na regra das academias: são, agora, imortais, a partir da cerimônia de posse. Conhecendo-os, acredito que oferecem a Itabuna exemplos da prática de amar que, segundo Erich Fromm, exige disciplina, concentração e paciência. Tais requisitos serão exercitados e ensinados por eles e por todos desta instituição porque acreditamos, como leciona Fromm, “que o amor é a única resposta sadia e satisfatória ao problema da existência humana”. Eles trazem na bagagem lições de amor. Quem sabe, encontraremos olhos para ver e ouvidos para ouvir nossa mensagem.
DISCURSO DE POSSE DA ACADÊMICA CELINA SILVA DOS SANTOS
Boa noite a todos!
Quero saudar a mesa na pessoa da presidente da Academia de Letras de Itabuna, Drª Sônia Maron, que nos acolheu de forma tão afetuosa. Entre os acadêmicos da ALITA, saúdo em especial o escritor Cyro de Mattos, de quem partiu a indicação para que eu hoje aqui estivesse – o que muito me orgulha, porque ele leva o nome desta cidade a várias partes do mundo.
Permitam-me uma ligeira reminiscência: logo que ingressei na primeira turma da faculdade de Comunicação Social da UESC, há 14 anos, fui apresentada ao pensamento do teórico americano Nicholas Negroponte. Naquele momento, ele antevia que o mundo inteiro se uniria em comunidades virtuais. A ideia nos parecia demasiadamente abstrata. Era um engano, porque o mundo está, sim, unido em “comunidades virtuais”. Presenciamos, por exemplo, a amplitude alcançada pelo Facebook e tantas outras redes sociais.
Do ponto de vista do comportamento humano, porém, as tais “comunidades virtuais” demonstram um afastamento das pessoas do mundo real, da origem, das ditas raízes, do aprofundamento e da reflexão. É neste contexto que ganha, cada vez mais força, a importância de instituições como uma Academia de Letras, espaço de fomento à cultura, às letras, às ciências e às artes em suas variadas vertentes.
Lembro-me do pensamento do antropólogo argentino Néstor Canclini, quando se refere ao nível de tensão existente entre a cultura global, para a qual nos arrastam as redes sociais e a cultura local, aquela arraigada aos saberes de quem nos avizinha. Mais uma vez, encontramos a importância da Academia de Letras de Itabuna. Ela tem entre seus membros escritores como Ceres Marilyse, cuja poesia é reconhecida em vários espaços Brasil afora e Cyro de Mattos, autor de obras traduzidas em muitos países.
A ALITA, que tem como patrono o brilhante Adonias Filho, mostra que o local pode, sim, ter tanta importância quanto o global, a despeito de todas as imposições da identidade cultural que se configura na chamada pós-modernidade, da qual tanto trata o sociólogo jamaicano Stuart Hall. É nesse sentido que agradeço imensamente a oportunidade de fazer parte da Academia de Letras de Itabuna.
Como elucida Michel Foucault, um dos precursores da Análise do Discurso, são muitos os papéis sociais que nesta noite permeiam a minha fala. Assim, cabe agradecer também ao Grupo Diário Bahia, na pessoa do jornalista Valdenor Ferreira. Há 11 anos e 8 meses, nas publicações desse veículo, onde predomina a notícia local, que escrevo artigos e reportagens. Sei o quanto este trabalho me respaldou para ser escolhida entre os novos membros da ALITA. Ao mesmo tempo em que confesso ser fascinante o conceito de imortalidade das ideias a partir da literatura, aumenta a carga de responsabilidade como jornalista, papel social que a Universidade e a prática me levaram a ocupar.
Agradeço, ainda, à presença da minha mãe Dina, companheira de todas as horas, dos amigos, incansáveis incentivadores e dos leitores que conquistei ao longo desses anos.
Por fim, quero dizer aos meus confrades e confreiras que chego lisonjeada, honrada e emocionada à Academia de Letras de Itabuna. Sentar-me-ei à cadeira nº 24 levando ideais em que acredito profundamente. Entre eles, justiça social, igualdade entre homens e mulheres e defesa da educação como único caminho para nos conduzir a um futuro mais digno.
Dedico este momento, afinal, à memória do meu pai, Abelino José dos Santos, que me ensinou as primeiras letras na zona rural de Maracás, sudoeste da Bahia. Muito obrigada!
1 – DISCURSO DA PRESIDENTE SÔNIA MARON
2 – EDVALDO BRITO
http://www.direitodoestado.com.br/depoimentos-magistrais/edvaldo-brito
3 – NAOMAR MONTEIRO DE ALMEIDA FILHO
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Em tempos de distanciamento físico, a tela preta do aplicativo zoom serviu como tapete vermelho para a entrada de seis novos membros no rol da Alita (Academia de Letras de Itabuna). Unido pela celebração à literatura, o grupo soma ao conjunto de homens e mulheres a comemorar a primeira década da entidade.
Desde a última segunda-feira (19), foram integrados ao quadro alitano os reitores Alessandro Fernandes de Santana, da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz) e Joana Angélica Guimarães da Luz, da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia); o médico neurologista Sílvio Porto de Oliveira; professores Charles Nascimento Sá; Reheniglei Rehem e Wilson Caitano de Jesus Filho.
O tema pandemia, causador deste afastamento temporário em favor da saúde, foi mencionado no discurso do juiz Marcos Bandeira, um dos fundadores da Alita. Na recepção aos hoje confrades e confreiras, ele trouxe o conceito de Aldeia Global, de Marshall McLuhan – assim contextualizando a extensão das mudanças impostas ao mundo pelo coronavírus. Apesar dos dissabores enfrentados, considera ser esta uma oportunidade de reflexão para todos serem melhores.
Também fundador da Academia, o escritor Cyro de Mattos lembrou passos da trajetória de uma década, com lançamentos de livros e da Revista Guriatã, que chegou a três edições com conteúdo produzido por integrantes da entidade – artigos, crônicas, contos, poesias, entre outros gêneros.
O professor Ruy Póvoas, outro nome desde o início da instituição, homenageou a ex-presidente, juíza Sônia Carvalho de Almeida Maron, recordando ações marcantes. Entre elas, incursões em escolas da rede municipal e uma reunião no terreiro de candomblé Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon.
A presidente da Alita, Silmara Oliveira, é uma entusiasta para as atividades seguirem, inclusive tendo na tecnologia uma aliada; frisa também a relevância de a entidade enaltecer nossos escritores e o valoroso papel da literatura para mostrar ao mundo o sul da Bahia.
“Reunidos, estaremos em condições de trabalhar em prol dessa região, tão agastada por tantas faltas. Enquanto alitanos, cada um em seus postos de trabalho e condição social, é pensar no modo a conduzir nosso grão de areia para esse construto por meio da literatura”, conclamou.
As palavras de cada novo membro da Alita trouxeram revelações do que lhes despertou paixão pela magia da literatura. O professor doutor Alessandro Santana, que tem como patrono o escritor João da Silva Campos, recordou o quanto lhe encantavam as cartas que a mãe lia e escrevia a pedido da parteira “Mãe Preta” em Arataca, cidade onde ele foi criado.
Passeou por nomes que abrilhantam a literatura regional, como Cyro de Mattos e Ruy Póvoas, anotando sobre o papel das academias de letras e das universidades neste tempo de tantas trevas. “Têm obrigação de serem faróis para a sociedade, trazendo conhecimento científico num momento de negacionismo tão forte, mas também trazendo a arte. (…) Neste momento de tanto desespero estamos aqui para trazer coisas positivas, mostrando luz, mostrando que existe expectativa de um futuro melhor e a arte serve pra isso”, sublinhou.
A professora doutora Joana Angélica Guimarães da Luz, trazendo como patrono o escritor Machado de Assis, compartilhou a honraria da posse com os irmãos Jorge, Vera, Isabel, Ana e Nice, para agradecer pela cumplicidade e homenagear a memória dos pais, Juraci e Eunice. “Os grandes responsáveis pela nossa trajetória”.
Nascida em Itajuípe, ela morou em Itabuna, Salvador e abraçou a literatura como paixão, por incentivo dos pais. “Na leitura fugia do barulho de uma casa com quatro cômodos e seis crianças. Quando entrava no mundo dos livros, não ouvia nada, mergulhada no mundo mágico que me era trazido pelas palavras”, recordou a educadora, que retornou a Itabuna após 40 anos, trazendo consigo a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
Logo após o discurso, informou que será disponibilizada uma sala nas novas instalações da reitoria da UFSB, no antigo Fórum Ruy Barbosa, no centro de Itabuna. “Estamos finalizando nossa reforma, para que a Alita faça dali a sua casa”, anunciou.
Ocupando a vaga da saudosa professora Maria Delile de Oliveira, o médico Sílvio Porto tem como patrono o escritor Firmino Rocha, “orgulho desse chão grapiúna”. Citando a experiência profissional e acadêmica no Brasil e exterior, destacou a “possibilidade de contribuir, compartilhar muitas histórias e culturas de um tempo, do povo da nossa terra”.
O professor Wilson Caitano, cujo patrono é o escritor, publicitário, graduado em Direito e capoeirista Augusto Mário Ferreira, notabilizou-se pelas mensagens disseminadas ao escrever obras voltadas para a literatura infantil. Ele contou sobre as influências da infância, tanto pelos livros de Monteiro Lobato como pela poesia de Castro Alves.
Como legítimo herdeiro da oralidade, o docente empossado também reconhece frutos das histórias a ele contadas nas noites de lua cheia no município de Cipó, no nordeste da Bahia. “O escritor traz em sua bagagem uma memória afetiva, que conecta o presente e o passado”, definiu.
Já o professor doutor Charles Nascimento, tendo como patrono o poeta Nathan Coutinho, relatou o quão paralelos são para ele o apreço à história e à literatura. Ainda na adolescência, num distrito de Camacan, descobriu a companhia “do mundo multicolorido das páginas de um livro”.
Um dos nomes históricos no curso de Letras da Uesc, a professora doutora Reheniglei Rehen traz como patrono na Alita o escritor Jorge Medauar. Fez referências filosóficas à obra dele e, a exemplo dos anteriores, encontrou elementos de pertencimento a motivar a escrita desse autor.
A solenidade foi prestigiada pelo secretário estadual de Educação, professor doutor Jerônimo Rodrigues; secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação e ex-reitora da Uesc, igualmente doutora Adélia Pinheiro, além dos ex-reitores Aurélio Ruiz de Macedo, Antônio Joaquim Bastos e Renée Albagli Nogueira; o presidente da Academia de Letras da Bahia, Ordep Serra, junto a outras autoridades.
LINK: https://diariobahia.com.br/magia-da-leitura-move-trajetorias-na-academia-de-letras-de-itabuna/
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A Academia de Letras de Itabuna (ALITA), presidida pela professora Silmara Oliveira, acaba de publicar o número 3 da revista Guriatã na qual traz artigos e ensaios, poesia, ficção, textos diversos, discursos e registros, assinados pelos acadêmicos integrantes do corpo de associados e por escritores convidados. Com o selo da Libri Editorial, de Brasília, a revista também divulga uma série de atividades literárias e culturais dos membros da instituição.
Segundo o editor da Guriatã, escritor e poeta Cyro de Mattos, no editorial “Revista como pássaro das letras e da cultura”, como cidadela de resistência, arquitetada na palavra escrita, “Guriatã vem pela terceira vez com o seu canto para repercutir em espaço de construção de conhecimento, permuta de experiências literárias, em especial as que são produzidas no sul da Bahia”.
Também integrante da Academia de Letras da Bahia, ele assim define a publicação: “Guriatã comporta o pensamento e o sentimento como crença de que o veículo dessa natureza impresso ainda funciona no contexto dos tempos atuais, em que prevalece a imagem visual e/ou a linguagem internética movida pela rapidez e globalização do que transmite.”
Autores para apreciar
A revista apresenta dessa vez textos de Reheniglei Rehem, Heloísa Prazeres e Marcus Mota, doutores em Letras; ensaio de Cyro de Mattos sobre romance de estreia de Dostoiewski; poemas de Telmo Padilha, Valdelice Pinheiro, Walker Luna, Ruy Póvoas, Renato Prata e Ceres Marylise; contos de Aramis Ribeiro Costa, Lilia Gramacho e Gerana Damulakis; crônicas de Raquel Rocha, João Otávio e Ruy Espinheira Filho; discursos de Sônia Maron e Silmara Oliveira, além de ampla divulgação das atividades literárias e culturais dos membros da instituição.
ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA PUBLICA 3ª EDIÇÃO DA REVISTA GURIATÃ Read More »
OAB – Itabuna
Jornal BAHIA ONLINE
Jornal AGORA
Jornal A REGIÃO
RADAR NOTÍCIAS
DIÁRIO BAHIA
ITABUNA CENTENÁRIA
PORTAL SUL BAHIA
BLOG DO THAME
PIMENTA NA MUQUECA – Universo Paralelo
BLOG DO RICKY
www.r2cpress.com.br
TV SANTA CRUZ
TV ITABUNA
RECORD NEWS
RÁDIO DIFUSORA
RÁDIO NACIONAL
05/09 – 14h Ruy Póvoas, professor, poeta, escritor, mestre em Letras Vernáculas e babalorixá
Palestra: Jorge Amado: ficcionista, ogã e obá
Exibição de documentário sobre Jorge Amado
Local: Colégio GALILEU – Av. Ilhéus
27/08 – 19h Cyro de Mattos, advogado, poeta e contista
Palestra: Jorge Amado em Itabuna
Exibição do documentário Jorge Amado do cineasta João Moreira Sales
Apresentação de performance pelos alunos da FTC
Local: auditório da FTC
28/08 – 9h Margarida Cordeiro Fahel, professora, analista literária, especialista em Literatura Brasileira
Palestra: Jorge Amado: um humanista nas terras do cacau
Local: Colégio Militar
29/08 – 9h Antônio Lopes, escritor e jornalista
Palestra: Jorge Amado: o pão e a liberdade
Local: UNIME
30/08 – 9h Gustavo Fernando Veloso Menezes, escritor, Bel. em Direito com aprofundamento em Direito Econômico, contador e consultor empresarial; Ceres Marylise Rebouças de Souza, professora, poetisa, pós-graduada em Linguística
Exibição de documentário sobre Jorge Amado com atividades interativas
Local: Escola Lourival Oliveira Soares em Ferradas
Publicado pela editora da UESC, a coletânea Histórias Dispersas de Adonias Filho, com prefácio, notas e organização do escritor Cyro de Mattos, foi lançada em noite de autógrafos na Faculdade de Tecnologia e Ciências, em Itabuna, no dia 4 de maio, às19 horas. O evento foi promovido pela editora da Universidade Estadual de Santa Cruz e Academia de Letras de Itabuna – ALITA. Na abertura do evento, a professora Lurdes Bertol, da UESC, fez breve exposição da trajetória do escritor Adonias Filho, destacando aspectos importantes de sua vida, e, a seguir, o escritor Cyro de Mattos discorreu sobre as cinco histórias reunidas no livro: O Brabo e Sua Índia, Amor no Catete, A Lição, A Volta e Nosso Bispo.
Compareceram ao evento o vice-reitor da UESC, Professor Evandro Sena Freire, João Otávio Macedo, Ceres Marylese, Sione Porto, Gustavo Veloso, Antonio Lopes, acadêmicos da ALITA; Professora Laura Gomes, o médico Amilton Gomes, os advogados José Carneiro Alves, Osvaldo Chaves e Andirlei Nascimento; os jornalistas Diogo Caldas e Valter Machado; a diretora da Escola Arco-Íris, professora Jussara Coelho, o caboclo Alencar e sua esposa Neusa, Jorge Moreno, diretor da Editus, empresário rural Gilberto Cabral, Eglê Machado, Glória Brandão, amigos de Cyro de Mattos e admiradores de Adonias Filho.
Numa edição primorosa, com ilustrações do desenhista Ângelo Roberto, baiano nascido em Ibicaraí, o livro Histórias Dispersas de Adonias Filho apresenta cinco contos em que o escritor Adonias Filho transmite sua paixão por uma humanidade feita de verdades fundamentais através da visão dramática, lírica e amorosa, que palpita em seus protagonistas, nas passagens feitas de alusões e observações lúcidas.
O Brabo e Sua Índia, A Lição, Nosso Bispo, Amor no Catete e A Volta são as histórias que compõem a coletânea e que foram publicadas há mais de trinta anos, em revistas, jornais e antologias. A coletânea traz ainda uma pesquisa iconográfica feita com bom gosto pelo escritor Cyro de Mattos na qual é mostrado o consagrado romancista baiano Adonias Filho em momentos importantes de sua vida: tomando posse na Academia Brasileira de Letras, em repouso na sua fazenda Aliança, em Inema, em sua viagem a Luanda (África) e com os amigos Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Gilberto Freire.
LEGÍTIMO CRIADOR
Há que se destacar como posfácio na coletânea o estudo Experiência de um Romancista, do Professor Emérito Doutor Fred Ellison, da Universidade de Austin, Texas, com tradução para o português do Professor Emérito Doutor Luiz Angélico, da Universidade Federal da Bahia. Cyro de Mattos, no prefácio da coletânea, declara que “o tratamento digno que imprime o legítimo criador de linguagem à sua gente, nestas Histórias Dispersas, que ora acontecem no interior do sul da Bahia, ora na Capital, já demonstra aquele que seria em sua carreira de escritor, entre o trágico e o lírico, um dos maiores intérpretes da natureza humana feita de sortilégios, ermos e pesos da vida, em sua dimensão mítica povoada de mistérios”.
O livro foi lançado em Salvador na Academia de Letras da Bahia, enquanto o Memorial Adonias Filho vai programar o lançamento da obra em Itajuípe para o mês de junho deste ano, em data a ser escolhida.
UESC E ALITA PROMOVEM LANÇAMENTO DO LIVRO DE ADONIAS FILHO NA FTC DE ITABUNA Read More »
O médico urologista e legista, ex-vereador e articulista, João Otávio de Macedo, tomou posse como membro da Academia de Letras de Itabuna (Alita), durante solenidade que comemorou um ano de fundação da entidade, realizada no auditório da FTC. A cerimônia aconteceu no Dia do Índio e, por isso, contou também com uma palestra do professor doutor José Carlos Ferreira, da UESC.
Após a mensagem do presidente da Alita, Marcos Bandeira, o acadêmico Carlos Eduardo Passos fez um pronunciamento pelo aniversário da entidade, considerando-a um marco para a cultura grapiúna. A escritora Eliane Sabóia representou a Academia de Letras de Ilhéus. E a acadêmica Sônia Maron saudou o ingresso do amigo Otávio.
Bastante prestigiado, João Otávio falou da vida de dedicação a Itabuna, do momento histórico em que ‘bisbilhotou’ a visita de Sartre e Simone de Beauvoir acompanhados de Jorge Amado à cidade, e da importância que teve o jornalista Cristovão Crispim de Carvalho na sua incursão pelas letras e a presença da esposa e também médica Zina há 49 anos em sua vida. Ainda hoje, Tavinho – como é carinhosamente chamado por familiares e amigos – é colaborador do Diário Bahia e do Agora.
Fonte: http://www.jornalbahiaonline.com.br/noticia/18159/chat_da_noticia,_por_valerio_de_magalhaes_01.05.2012
POSSE DE JOÃO OTÁVIO NA ALITA Read More »
A academia de Letras de Itabuna – ALITA – , fundada no dia 19 de abril de 2011 – dia do índio – realizará evento comemorativo de seu primeiro ano de fundação no próximo dia 19 de abril às 19hs, no auditório da FTC Itabuna, quando será ministrada uma palestra pelo índio Doutor Carlos José Ferreira. Também será empossado o novo membro da Academia de Letras de Itabuna, o médico João Otávio de Oliveira Macedo, que ocupará a cadeia nº 30 , cujo patrono é Hélio Nunes.
A ALITA é a primeira do gênero a ser instalada em Itabuna, sendo composta por 40 membros efetivos,alguns membros contribuintes e 40 patronos. Estes últimos são intelectuais que deixaram suas marcas neste planeta nas artes, literatura e ciências humanas. O patrono da academia de Letras de Itabuna é o escritor Itajuipense Adonias Filho. A Academia de Letras de Itabuna foi instalada no dia 05 de novembro de 2012, data do natalício de Ruy Barbosa, no auditório da FTC, com grande concorrência de pessoas da comunidade regional. A sua sede provisória está situada na Rua Ruffo Galvão, Ed. Dilson Cordier, 2º andar, centro, Itabuna.
No próximo dia 04 de maio do corrente ano, a Academia de Letras de Itabuna lançará no auditório da FTC, a partir das 19hs, o livro intitulado “ Histórias Dispersas de Adonias Filho”, cuja organização, prefácio e notas é de autoria do acadêmico Cyro de Matos. A obra apresenta cinco histórias em que o escritor Adonias Filho transmite a sua paixão por uma humanidade, feita de verdades fundamentais, através da visão dramática, lírica e amorosa, que palpita em seus personagens de “Brabo e sua Índia”, “ Amor no Catete”, “ O nosso Bispo”, “ Lição” e “ A Volta”.
O presidente da Academia de Letras de Itabuna, Marcos Bandeira afirmou que já existe uma pré-programação para o centenário de Jorge Amado, quando deverão ser exibidos documentários sobre o escritor Jorge Amado e sua vasta obra . Haverá também um ciclo de palestras que serão ministradas pelos acadêmicos da própria ALITA: Cyro de Mattos , Antonio Lopes, Tica Simões, Ruy do Carmo Póvoas e Margarida Fahel. Cada um dos acadêmicos deverá discorrer sobre algum aspecto da vida e obra do escritor grapiúna, que nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas no dia 10 de agosto de 1912. A entrada no evento é franca.
Fonte:http://saber-literario.blogspot.com.br/
29/03/2012
ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA COMEMORA SEU PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO Read More »