HISTÓRIA DA ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA

Lurdes Bertol Rocha
Cyro Pereira de Mattos
Marcos Antônio Santos Bandeira
Ruy do Carmo Póvoas

            A Academia de Letras de Itabuna (ALITA) é uma instituição literária e cultural que reúne escritores, poetas e intelectuais da região. O objetivo da ALITA é realizar atividades culturais e literárias, como a promoção de eventos, palestras e lançamentos de livros, além de buscar preservar e difundir a cultura e a literatura regional.

            Numa manhã Marcos Bandeira, a caminho de sua casa para a Vara da Infância, sabendo que Cyro de Mattos era o presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), parou, entrou na sala dele e foi logo dizendo, após cumprimenta-lo: “Oi, Cyro, eu não entendo porque é que Itabuna, que tem uma plêiade de intelectuais, poetas, escritores, pessoas versadas em ciências humanas não tem uma Academia de Letras! Ilhéus tem um Academia de Letras desde 1959. Eu não entendo porque Ilhéus tem uma Academia e Ilhéus não tem!” A partir daí Cyro começou a refletir sobre o caso. Passados uns dois meses dessa conversa, Cyro chamou Marcos em sua sala e disse que o estava convidando para fazer parte da Academia que estava pensando em fundar. E assim começa a história da Academia de Letras de Itabuna – ALITA.

            De início, um grupo de cinco pessoas (Antônio Laranjeira Barbosa, Carlos Eduardo Lima Passos da Silva, Cyro Pereira de Mattos, Marcos Antônio Santos Bandeira e Ruy do Carmo Povoas) fez circular entre cidadãos e cidadãs de Itabuna uma carta-convite nos termos seguintes: “Apraz-nos convidar Vossa Senhoria para participar, na condição de membro fundador, da reunião especial de constituição da ACADEMIA DE LETRAS DE ITABUNA – ALITA, que será realizada no próximo dia 19 de abril de 2011, às 9 horas, na sede da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania – FICC, situada na Praça Tiradentes, s/n, próximo à Catedral São José (onde funcionou a antiga cadeia municipal) oportunidade na qual serão discutidos e aprovados o Estatuto Social e o Regimento Interno, bem como eleita a diretoria que administrará a Academia de Letras de Itabuna e estabelecidos os valores da joia e das contribuições mensais, além de outros assuntos pertinentes, a exemplo da escolha do patrono da academia, data da solenidade de fundação da ALITA e os respectivos patronos, de preferência, intelectuais, escritores, e cultores das ciências humanas da Região Sul da Bahia. Itabuna, 15 de abril de 2011” (Ata redigida Ruy do Carmo Póvoas, secretário ad hoc).

            A Academia de Letras de Itabuna (ALITA) foi fundada em 19 de abril de 2011. Quando Cyro de Mattos era presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), situada na Praça Tiradentes s/n, próximo à catedral São José, por várias vezes os juízes de Direito Marcos Bandeira, Antônio Laranjeiras e o promotor Carlos Eduardo Passos reuniram-se em seu gabinete. A pauta principal dessas reuniões era a necessidade de se fundar uma academia de letras em Itabuna.

            Para levar a efeito as reuniões, os encontros para discutir e tomar decisões sobre a fundação de uma academia de letras, Cyro de Mattos cedeu a sala da diretoria da FICC para que fosse o local das primeiras reuniões, com o intuito da criação da sonhada academia de letras. Na primeira reunião compareceram Marcos Bandeira, Antônio Laranjeira, Ary Quadros, Carlos Eduardo Passos, Cyro de Mattos, Dinalva Melo, Gustavo Fernando Veloso, Lurdes Bertol Rocha, Genny Xavier, Ruy Póvoas, Sione Porto, Sônia Maron, Marialda Jovita e Maria Luiza Nora.

            Nas primeiras reuniões, Cyro indicou dois terços dos nomes que deveriam constar no corpo de patronos e de membros da entidade, além de convidar a todos os indicados, por telefone, para compor o quadro associativo da Alita. O nome de Jorge Amado, para ser o patrono da Academia foi indicação de Sonia Maron e teve o apoio unânime dos presentes. No entanto, Cyro fez ver que o patrono deveria ser Adonias Filho, uma vez que Jorge Amado já era o patrono da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL). Sonia Maron (Juíza de Direito) e Sione Porto (Delegada de Polícia) redigiram o Estatuto da Academia de Letras de Itabuna, em trabalho árduo e profícuo.

            Ary Quadro indicou, na última reunião realizada na FICC, o nome de Cyro de Mattos para ser o presidente da instituição, que estava nascendo alimentada pelo idealismo de alguns abnegados. Foi aceito por aclamação. Cyro agradeceu, mas recusou porque, segundo ele, não se achava com perfil para a importante missão. Cyro indicou, então, o nome de Marcos Bandeira para ser o primeiro presidente da entidade, o que também foi aceito por aclamação.

            Foi também de Cyro a ideia de apresentar o nome da revista, publicada anualmente, a partir de 2015, com o pássaro guriatã para a capa, aos presentes em uma sessão da assembleia. Cyro funcionou como editor nos três primeiros números (2015, 2016, 2017). A letra do hino e a criação da Medalha Jorge Amado também foram ideias de Cyro.

            Quanto à revista Guriatã e os dizeres Litteris Amplectis como marca do brasão da instituição foram sugestões de Cyro, aprovadas em assembleia. Os dizeres Litteris Amplectis venceram as indicações desse teor mencionadas pelas confreiras Sonia Maron e Ceres Marylise, e isso foi registrado em ata. Esses fatos aconteceram quando a Academia estava funcionando com precariedade em duas salas do Edifício Dilson Cordier. Na época era presidida pela confreira Sonia Maron. As duas salas foram cedidas sem custo por Sônia Maron, presidente da Alita, à época, de saudosa recordação.

            Ao término daquelas reuniões tomadas emprestadas ao sonho e ao querer fazer o melhor para Itabuna, no campo das letras, ciências e cultura, Cyro de Mattos sugeriu que o escritor Aramis Ribeiro Costa, na qualidade de Presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB), viesse presidir a sessão de instalação da instituição, o que aconteceu em memorável noite festiva no auditório lotado da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) no dia cinco de setembro de dois mil e onze (5/9/2011).

            Fundada em 19 de abril 2011 para valorizar a literatura regional, essa academia tem em seu Quadro de Presidentes o acadêmico Marcos Bandeira, as acadêmicas Sonia Maron, Silmara Oliveira, o confrade Wilson Caitano, Raquel Rocha (2011-2026) que regeram/rege o destino da entidade com altivez e dedicação, realizando bons projetos com uma equipe constituída de membros eficazes em cada função. Possui a instituição quarenta patronos e quarenta acadêmicos, mais três sócios correspondentes.

QUADRO DE MEMBROS FUNDADORES

    1. Antônio Laranjeira Barbosa; 2. Ary Quadros Teixeira; 3. Carlos Eduardo Lima Passos da Silva; 4. Cyro Pereira de Mattos; 5. Dinalva Melo Nascimento; 6. Gustavo Fernando Veloso Menezes; 7. Lurdes Bertol Rocha; 8. Marcos Antônio Santos Bandeira; 9. Maria Genny Xavier Conceição; 10. Marialda Jovita Silveira; 11. Maria Luiza Nora de Andrade; 12. Rilvan Batista de Santana; 13. Ruy do Carmo Póvoas; 14. Sione Maria Porto de Oliveira; 15. Sônia Carvalho de Almeida Maron. Decidiu-se, unanimemente, que o patrono da Academia é ADONIAS FILHO e que, assim, estava fundada a ALITA.

            Na primeira reunião oficial (19 de abril de 2011), foi definido o nome da academia: Academia de Letras de Itabuna (ALITA). Foi sugerido que Cyro fosse a presidente. Ele, contudo, não aceitou. Sugeriu que o cargo fosse ocupado por Marcos Bandeira. Então,, por aclamação, Dr. Marcos Antônio Santos Bandeira foi eleito presidente junto com a diretoria, assim composta: Presidente: Marcos Antônio Santos Bandeira; Vice-presidente: Sônia Carvalho de Almeida Maron; 1.ª Secretária: Lurdes Bertol Rocha; 2.° Secretário: Antônio Laranjeira Barbosa; 1.° Tesoureiro: Gustavo Fernando Veloso Menezes; 2.° Tesoureiro: Rilvan Batista de Santana; Diretor da Biblioteca: Cyro Pereira de Mattos; Diretor da Revista: Ruy do Carmo Póvoas; Diretor de Arquivo: Carlos Eduardo Lima Passos da Silva; Diretora de Projetos e Pesquisas: Dinalva Melo Nascimento; Diretora de Ações Culturais: Maria Genny Xavier Conceição; Diretora de Comunicação: Sione Maria Porto de Oliveira.

 

CADEIRAS, SEUS PATRONOS E RESPECTIVOS OCUPANTES

  1. Ruy Barbosa – Marcos Antônio Santos Bandeira
  2. Sosígenes Costa – Maria Genny Xavier Conceição
  3. Nestor Passos – Carlos Eduardo Lima Passos da Silva
  4. Helena Borborema – Dinalva Melo Nascimento
  5. Jorge Amado – Cyro Pereira de Mattos
  6. Milton Santos – Lurdes Bertol Rocha
  7. Telmo Padilha – Sione Maria Porto de Oliveira
  8. Euclides Neto – Maria Luiza Nora de Andrade
  9. Walker Luna – Rilvan Batista de Santana
  10. Amélia Rodrigues – Ary Quadros Teixeira
  11. Minelvino Francisco da Silva – Marialda Jovita Silveira
  12. Afrânio Peixoto – Antônio Laranjeira Barbosa
  13. Plínio de Almeida – Ruy do Carmo Póvoas
  14. Valdelice Soares Pinheiro – Sônia Carvalho de A. Maron
  15. José de Haroldo Castro Vieira – Gustavo F. Veloso Menezes

RELAÇÃO DAS DEMAIS VINTE E CINCO CADEIRAS AINDA SEM OCUPANTES ATÉ A POSSE EM CINCO DE SETEMBRO DE 2011

  1. Abel Pereira;
  2. Machado de Assis;
  3. Anísio Teixeira;
  4. Aracyldo Marques;
  5. Ariston Caldas;
  6. Augusto Mário Ferreira;
  7. Castro Alves;
  8. Sabóia Ribeiro;
  9. Clodomir Xavier de Oliveira;
  10. Elvira Foepel;
  11. Fernando Leite Mendes;
  12. Fernando Sales;
  13. Firmino Rocha;
  14. Gil Nunes Maia;
  15. Hélio Nunes;
  16. Ildásio Tavares;
  17. Itazil Benício;
  18. João da Silva Campos;
  19. Jorge Calmon;
  20. Jorge Medauar;
  21. José Bastos;
  22. Luiz Gama;
  23. Manoel Lins;
  24. Manoel Fogueira;
  25. Natan Coutinho.

RELAÇÃO DE MEMBROS QUE FORAM CONVIDADOS

Aleilton Fonseca, Carlos Roberto Santos, Carlos Valder Nascimento, Ceres Marylise, Florisvaldo Mattos, Hélio Pólvora, Janete Ruiz de Macedo, Jorge de Souza Araújo, Kleber Torres, Lílian Gramacho, Luiz Bezerra, Luís Henrique Dias Tavares, Maria de Lourdes Netto Simões, Marcos Santarrita, Maria Palma Andrade, Odilon Pinto, Otoni Silva, Raimunda Assis, Renato Prata, Ricardo Cruz, Maria Rita Dantas, Samuel Celestino, Selem Rachid Asmar, Sérgio Alexandre Menezes Habib, Sônia Coutinho.

            Após todas essas idas e vindas, muito trabalho, muitas reuniões, chegou o dia da concretização do sonho, por meio da posse dos primeiros acadêmicos da ALITA. Foi no dia cinco de setembro de 2011.

QUADRO DA POSSE – 05 DE SETEMBRO – 2011

Membros Fundadores

Cadeira Patrono Titular
01 Ruy Barbosa Marcos Antônio Santos Bandeira
02 Sosígenes Costa Maria Genny Xavier Conceição – não tomou posse
03 Nestor Passos Carlos Eduardo Passos da Silva
04 Helena Borborema Dinalva Melo do Nascimento
05 Jorge Amado Cyro Pereira de Mattos
06 Mílton Santos Lurdes Bertol Rocha
07 Telmo Padilha Sione Maria Porto de Oliveira
08 Euclides Neto Maria Luiza Nora de Andrade
09 Walker Luna Rilvan Batista de Santana
10 Amélia Rodrigues Ary Quadros Teixeira
11 Minelvino Francisco da Silva Marialda Jovita Silveira
12 Afrânio Peixoto Antônio Laranjeira Barbosa
13 Plínio de Almeida Ruy do Carmo Póvoas
14 Valdelice Soares Pinheiro Sônia Carvalho de Almeida Maron
15 José aroldo Haroldo Vieira Gustavo Fernando Veloso Menezes

Membros Efetivos

Cadeira Patrono Titular
16 Abel Pereira Ceres Marylise Rebouças de Souza
17 Machado de Assis Hélio Pólvora
18 Anísio Teixeira Raimunda Alves Moreira de Assis
19 Aracyldo Marques Ricardo Cruz – não tomou posse
20 Ariston Caldas Renato Prata
21 Augusto Mário Ferreira Antônio Lopes da Silva
22 Castro Alves Aleilton Fonseca
23 Sabóia Ribeiro Carlos Válder do Nascimento
24 Clodomir Xavier de Oliveira Lília Gramacho
25 Elvira Foepel Sônia Coutinho
26 Fernando Leite Mendes Odilon Pinto
27 Fernando Sales Maria Palma Andrade
28 Firmino Rocha Carlos Roberto Santos Araújo
29 Gil Nunesmaia Margarida Cordeiro Fahel
30 Hélio Nunes Kleber Torres Moraes
31 Ildásio Tavares M. de Lourdes Netto Simões
32 Itazil Benício Sérgio Habib
33 João da Silva Campos Luís Henrique Dias Tavares
34 Jorge Calmon Luiz Antônio dos Santos Bezerra
35 Jorge Medauar Florisvaldo Mattos
36 José Bastos Maria Rita Dantas
37 Luiz Gama Jorge de Souza Araújo
38 Manoel Lins Naomar Almeida
39 Manoel Fogueira Janete Ruiz de Macedo
40 Natan Coutinho Soane Nazaré de Andrade

            E assim, como nos versos do poeta maior Marcus Accioly, “que o mundo todo é gaiola / E a vida é Guriatã”, vejo a Academia de Letras de Itabuna prosseguir com suas pegadas afirmativas de querer crescer para o bem das letras. É uma instituição pobre em termos econômicos, não tem sua sede, renda suficiente para dar voos mais altos, como a instituição anual de um concurso nacional de contos, romance, ensaio, exposições, encontros e seminários.  Faz o que pode com a junção de algumas vozes associativas que persistem com brio em escrever sua história.  Precisa do apoio de empresários para realizar suas ações, dos poderes públicos e da boa vontade dos que amam essa terra (Cyro de Mattos).